O empresário Wantuir Coelho de Brito Júnior sofreu muitos anos com as crises de asma sem orientação de como tratá-la. Essa, felizmente, não é mais a sua realidade. “Fiz acompanhamento e tratamento contínuo com imunoterapia e medicação adequada. Há muito tempo não sei o que é ter uma crise de falta de ar, pois sei o momento correto de usar o remédio”, comemora. “Hoje aos 39 anos, faço diversas atividades como crossfit, mountain bike e academia. Não desejo essa doença nem para o pior inimigo, mas hoje tenho uma vida normal e feliz”, diz.Certa vez, em um treino de crossfit, ele conseguiu cessar uma crise de um colega que nem sabia que tinha a doença, já que sempre anda com uma bombinha. “Eu digo que um asmático reconhece o outro pela respiração. Tínhamos acabado de fazer o treino e ele estava sentado, pedindo ajuda sem ar”, relata. “Peguei o medicamento, ensinei como usar e ele se recuperou em poucos minutos. Expliquei um pouco sobre a asma e orientei que ele fosse ao médico. Ele seguiu o conselho e hoje toma medicação para a doença”, conta.O desfecho do colega de treino de Wantuir foi comemorado, mas casos como o da escritora e roteirista Fernanda Young, que morreu em 2019 em decorrência de uma crise de asma seguida de parada cardíaca, acendem o alerta para a importância da adesão ao tratamento e da procura por atendimento especializado. “Ela não procurou atendimento no momento. Foi deixando a doença progredir, cronificar. E, ao longo do tempo, a doença faz algo que chamamos de remodelar o brônquio, endurecendo e deixando ele fechado”, explica a alergista e imunologista Renata Parrode Bittar.Para tratar os brônquios nessa fase, será necessário o maior uso de medicamentos. “Ou então a pessoa não vai responder ao tratamento como deveria, ou ter a qualidade de vida diminuída”, comenta. Por isso, apesar de reversível e de ter tratamento gratuito oferecido pelo SUS, o diagnóstico e acompanhamento precoce são fundamentais na resposta da doença. A partir do exame clínico e de capacidade pulmonar, com o diagnóstico da asma de forma leve, moderada ou grave, o tratamento começa.“Pode começar com o medicamento de resgate, como o broncodilatador, que abre os brônquios. Trato a causa: se foi uma gripe ou fatores do ambiente. Ou tem o corticóide inalado, que pode ser usado em doses variadas com associação com o broncodilatador”, exemplifica. O tratamento pode caminhar até o uso de uma classe de medicamentos chamada de imunobiológicos. “Hoje, é o maior impacto no tratamento que temos. São para pacientes selecionados, que têm uma forma grave e que constantemente precisam ser internados por asma”, diz.