O espetáculo é tão clássico que se tornou, ao longo do tempo, símbolo do balé no mundo da dança e no imaginário popular. O Lago dos Cisnes, montagem do gênero mais vista de todos os tempos, ganhou releitura tendo no elenco alunos do núcleo de altas habilidades da Escola do Futuro em Artes Basileu França. A estreia da produção será nesta quinta-feira (2) e a temporada segue até domingo (5), com sessões sempre às 20 horas, no Palácio da Música Belkiss Spenzièri do Centro Cultural Oscar Niemeyer. A entrada é franca.Com música de Tchaikovsky coreografada originalmente por Lev Ivanov e Marius Petipa para o Teatro Imperial de São Petersburgo, no final do século 19, o espetáculo aborda temas como pessoas aprisionadas em corpos que não são seus, desejo e frustração, lutas pelo poder e, bem e mal, que se confundem. No enredo, um príncipe, obrigado a se casar em nome de interesses do reino, encontra seu verdadeiro amor, e somente ele poderá libertar Odete, jovem transformada em cisne pelo feiticeiro Rothbart.“O espetáculo por si só já é um desafio. Os bailarinos e músicos precisam de um nível técnico e artístico muito alto. Fora o tempo que foi curto, para remontagem, ensaio e produção. Mas deu tudo muito certo”, comemora Simone Malta, diretora artística de O Lago dos Cisnes. A montagem ficou a cargo da coreógrafa e professora Ana Maria Ferraz de Campos, formada pela Royal Academy of Dance em Londres e que já deu aulas na Espanha, no Centro Valenciano de Danza, e no Canadá, no Conservatory of Music and Dance. Ela procurou manter a estrutura e a trama do clássico.Foram três meses de ensaios com cerca de 130 profissionais envolvidos. A média de idade dos bailarinos no palco é de 15 a 25 anos e eles estarão acompanhados pelos músicos da Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás (OSJG). Haverá ainda a participação especial do primeiro-bailarino do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Rodrigo Hermesmeyer, na pele do príncipe Siegfried, e da primeira-bailarina, também do Rio de Janeiro, Márcia Jaqueline, que dará vida às personagens Odette, a jovem aprisionada no corpo de um cisne, e Odile, a cisne negra e gêmea má.“Sempre gosto de trazer bailarinos mais experientes para abrilhantar ainda mais os espetáculos. Acho que acrescenta muito aos nossos alunos. Outro ponto é o intercâmbio cultural. O contato profissional com outros espaços ajuda a ampliar as perspectivas sobre o trabalho que nossos alunos vão executar futuramente”, explica Simone Malta. Para ela, uma das razões do sucesso do espetáculo é justamente a capacidade da montagem em articular a melodia elaborada por Tchaikovsky com dança e interpretação dos bailarinos em um nível de excelência excepcional.Algo que deve surpreender o público são os figurinos criados por Andrea Delgado e o cenário de Carlos Dalarmelino. No fim de semana, o Passeio das Águas Shopping recebeu um desfile com os bailarinos do espetáculo como forma de divulgar e atrair o público para a temporada no Centro Cultural Oscar Niemeyer. “O grupo está muito ansioso. Até mesmo porque é quase inacreditável saber que em 24 horas esgotaram os ingressos do primeiro lote. Vamos abrir novos lotes a cada dia de espetáculo. Os alunos estão felizes e com muita vontade de mostrar o trabalho”, explica Simone.Balés de repertórioCom a estreia de O Lago dos Cisnes, a Escola do Futuro em Artes Basileu França reforça a tradição de produzir balés de repertório. Desde 2013, já foram oito, todos eles acompanhados pela Orquestra Sinfônica Jovem de Goiás e com sucesso de público. O mais recente foi Carmen, com temporada no início de outubro, que marcou o retorno dos espetáculos presenciais da escola após quase dois anos devido à pandemia da Covid-19. "Para o artista é muito importante a questão da plateia. É com ela que você consegue perceber e saber se o público recebeu a mensagem. Carmen, para todos nós, significou o retorno à vida", define Lóide Batista Magalhães, diretora da Escola do Futuro em Artes Basileu França. Ela explica que O Lago dos Cisnes é uma referência para o balé clássico mundial e que é raro, no Brasil, uma companhia de dança e de músicos não-profissionais se arriscar a fazer a montagem. "Para a gente, é uma honra colocar esse espetáculo no palco mostrando uma qualidade acima da média", ressalta. Dançar um clássico desses define o estado técnico da companhia. Apesar da retomada das atividades presenciais, há ainda uma preocupação constante por parte dos produtores do espetáculo em obedecer às regras de segurança sanitária. Todos os bailarinos e músicos estão vacinados e há testagem periódica do elenco. Atualmente, a escola atende quase quatro mil alunos nas áreas de dança, música, teatro, artes visuais e também nos cursos em produção cênica e arte e educação. SERVIÇO:Espetáculo: O Lago dos CisnesData: De quinta-feira (2) a domingo (5), sempre às 20 horas.Local: Palácio da Música do Centro Cultural Oscar NiemeyerEntrada francaRetirada de ingressos apenas pelo site https://linktr.ee/basileufranca-Imagem (Image_1.2363744)-Imagem (Image_1.2363742)