Uma nova etapa no ensino e gestão da Escola do Futuro em Artes Basileu França começa a ser desenhada desde a última semana, quando o governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), assinou um convênio entre as escolas do futuro e os colégios tecnológicos com a Universidade Federal de Goiás. Após período sendo coordenado por Organizações Sociais (OS), o que, de fato, muda com a nova gestão?A partir deste mês, o Basileu França passa a ser gerenciado de forma compartilhada pela UFG, por meio da Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape). Em linhas gerais, o convênio conecta a instituição cultural com o ensino superior e pesquisas oriundas da universidade. Também cria um intercâmbio educacional entre os aprendizados técnicos e teóricos da UFG com o ensino já reconhecido do Basileu França.“O convênio traz vantagens interessantes, além de conectar a UFG com o Basileu. A intenção é aproveitar a expertise da universidade no ensino, pesquisa e extensão e, partir disso, somar esforços em uma instituição como o Basileu que já tem um jeito específico de trabalhar educação profissional em artes”, aponta o titular da Sedi, Márcio Cesar Pereira. De acordo com o gestor, o Basileu é hoje a única escola do Brasil que trabalha simultaneamente com cinco eixos artísticos: música, circo, dança, teatro e artes plásticas.Ao mesmo tempo em que o Basileu França passa por mudanças na gestão e administração, também percorre um caminho de transformações em sua estrutura física. Desde o último mês teve início a primeira etapa de revitalização no prédio localizado no Setor Leste Universitário. Com uma extensa reforma no teatro da escola, estão sendo feitas adequações na parte hidráulica, elétrica e na maquinaria do espaço. Outras correções também serão feitas nas salas de aula em uma segunda etapa. Estima-se que serão gastos nesses primeiros estágios cerca de R$ 10 milhões.“O Basileu França já é uma referência em educação e cultura e queremos ampliar esse aprendizado com uma estrutura de qualidade para alunos e professores. A ideia é que entreguemos o teatro com suas adequações até dezembro”, explica Cesar Pereira. Uma última etapa da revitalização do prédio da instituição deve ser realizada em 2022, com a ampliação em anexos. “O desejo é criar uma área de convivência entre a comunidade, cultura e arte”, diz o secretário.OrquestraOutra questão que se transforma a partir do convênio entre o Basileu França e a UFG é a Orquestra Filarmônica de Goiás (OFG), hoje administrada dentro da instituição. Os 50 músicos que haviam sido recontratados em janeiro após serem exonerados por determinação do Tribunal de Contas do Estado de Goiás, foram afastados de seus cargos. No momento, a OFG está em processo de contratação dos músicos. O maestro britânico Neil Thomson já está confirmado no comando do coro.“É uma questão de regularização de uma orquestra que passou muitos anos sendo gerida irregularmente. Queremos criar caminhos para que a OFG continue sendo uma das maiores orquestras brasileiras, com todos seus direitos garantidos”, afirma Cesar Pereira. A intenção é que até o próximo mês a situação da orquestra esteja assegurada com a recontratação dos músicos. “É preciso desenvolver formas de conexões entre a orquestra, o aprendizado do Basileu França e os alunos”, destaca.Visão para o futuro “É um novo momento de construção e reformulação das pesquisas e produção das artes”, aponta o professor do curso de Produção Cênica da Escola do Futuro em Artes Basileu França, Rafael Blat. De acordo com o professor, o convênio entre a UFG e o Estado procura manter o trabalho específico em artes e cultura referência em todo o País. “O Basileu França possui um trabalho bem específico, uma escola premiada internacionalmente e dentre as melhores da América Latina nesse gênero. Acredito que esse novo convênio procurará zelar por isso”, diz.Para o professor, é preciso que se mantenha uma continuidade de turmas e disciplinas do Basileu França, além de criar diretrizes educacionais que beneficiem professores e alunos. Ao mesmo tempo, Blat enxerga nas reformas e revitalizações do prédio uma conquista de um espaço que deve ser valorizado. “Em breve, teremos o melhor teatro do Centro-Oeste e um dos mais bem equipados do Brasil, além de três novos prédios que serão construídos em anexo ao prédio atual”, diz o professor.Criar uma visão de rede educacional e aproveitar a maestria de pesquisa e extensão da UFG são alguns dos ganhos do Basileu França com o convênio assinado pelo Estado, de acordo com a atual diretora da instituição, Loide Magalhães. “Trata-se de um marco na história da educação profissionalizante de Goiás ao juntar todo o conhecimento da UFG com o trabalho desenvolvido pelo Basileu França, uma escola muito importante na arte brasileira. A instituição precisa dessa visão macro que a universidade possui”, explica.-Imagem (Image_1.2315255)