-Imagem (1.2414597)Aos 35 anos, a farmacêutica Luisa Zaiden começou a fazer uso da toxina botulínica com o objetivo de manter a pele com a aparência jovem, retardando os sinais de envelhecimento. A técnica é chamada de botox preventivo. “Várias amigas se submeteram à aplicação e gostaram do resultado. Conversando com minha dermatologista e minha dentista, decidimos que já era o momento ideal”, conta. Foi com surpresa que Luisa recebeu recentemente a informação de que há “botox pirata” circulando no mercado no País.“Por isso acho importante confiar em um bom profissional. Antes de aplicar, pesquisei a reputação, conversei com amigas e analisei as referências para não cair em cilada”, conta. Com venda proibida no Brasil, o “botox pirata” - uma substância chamada Israderm que tem origem duvidosa e é usada ilegalmente por clínicas estéticas - pode causar infecções graves que podem levar à necrose. O assunto foi destaque recentemente em uma reportagem investigativa exibida no programa Fantástico, da TV Globo.O principal chamariz para os clientes é o preço. O frasco da toxina tem sido comercializado, em média, por até R$ 350, enquanto o botox original é vendido por cerca de R$ 900. “A primeira coisa que o paciente precisa estar atento é saber se o profissional é habilitado, especializado e autorizado para esses procedimentos. Nós, cirurgiões dentistas, médicos e biomédicos temos essa autorização. O paciente deve perguntar qual marca da toxina botulínica que será utilizado”, ressalta a cirurgiã dentista Talita Dantas.A segunda orientação é desconfiar de valores muito abaixo do mercado, que podem ser um sinal de origem de produtos duvidosa. “Quando passar pela consulta com o profissional, é importante saber quais são os produtos que o profissional utiliza, se ele preza pela qualidade e, claro, é direito do paciente pedir mais informações sobre as substâncias que serão usadas, inclusive para pesquisar no site da Anvisa se elas são regulamentadas”, ensina. O ideal é que o paciente veja a ampola com nome da marca, lote e data de validade do produto.A dermatologista Lana Bezerra explica que existem riscos na aplicação do botox relacionados à qualidade do material, à técnica de aplicação e ao próprio organismo do paciente. “Vimos complicações pelo uso do produto de origem desconhecida que também podem acontecer com os outros materiais usados na aplicação, como as seringas, as agulhas e o soro fisiológico, usado para a diluição do produto”, explica. Os problemas mais comuns, segundo a médica, são as infecções que podem ser de tratamento simples ou até mesmo graves e deixar cicatrizes deformantes.A procura por profissional de boa formação técnica e com especialidade são os primeiros critérios para um procedimento mais seguro. “Profissionais sérios e qualificados procurarão sempre priorizar a qualidade dos produtos com certificação da Anvisa. Marcas boas têm seu preço; portanto, toxinas com preço abaixo de mercado não se justificam. O frasco vem com o número do lote registrado e o acesso a essa informação é direito do paciente; entretanto, dependendo do nível da falsificação, o produto pode ter frasco e rótulo similares ao original”, alerta a dermatologista.Marca registrada Antes de aplicar botox, é fundamental procurar um profissional que tenha conhecimento técnico, bom senso estético e que saiba lidar com possíveis complicações do procedimento. O botox foi pesquisado originalmente para fins terapêuticos e hoje é um importante aliado de áreas como a neurologia, a urologia e a fisiatria. O uso estético, que hoje é tão popularizado, foi um efeito colateral descoberto pela médica canadense Jean Carruthers.Cirurgião plástico membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Fernando Amato explica que botox é uma marca registrada da toxina botulínica. “Existem várias marcas como xeomin, dysport e nabota que possuem essa neurotoxina que agem de forma semelhante”, explica. No Brasil, são sete marcas de toxinas botulínicas aprovadas para comercialização pela Anvisa. Para ele, o mais importante para se proteger do “botox pirata” é realmente procurar um profissional que use materiais de qualidade aprovados pelos órgãos regulatórios."Os Conselhos de Farmácia, Biomedicina e Odontologia acabaram liberando para essas profissões fazerem a aplicação da toxina botulínica o que, consequentemente, amplia a oferta. Por isso, é muito importante prestar atenção onde será feito o procedimento, se o profissional está aplicando a ampola inteira, ou seja, uma ampola por paciente, e checar a procedência do material. Muito importante: A ampola não pode ser reutilizada em outro paciente e nas últimas ocorrências que assistimos na imprensa, alguns lugares usam dessa estratégia para ter um lucro maior", explica. Além da correção de assimetrias faciais e fins estéticos, o botox é utilizado para alívio de dor de cabeça, suor excessivo, blefaroespasmo, condição que acontece quando a pálpebra fica tremendo, e até mesmo para melhor cicatrização da pele.Na legalidadeConfira as setes marcas de toxinas botulínicas aprovadas para comercialização pela Anvisa no Brasil- Botox- Botulift- Dysport- Nabota- Botulim- Xeomin- Prosigne