Na próxima semana, quando a 20ª edição do Vaca Amarela começar, prevista para os dias 20 e 21, um jejum de dois anos de Goiânia sem festivais de música terá chegado ao fim. Revista como uma das cidades que fazem parte do circuito brasileiro de eventos musicais - junto com São Paulo (SP) e Recife (PE), por exemplo - a capital goiana retoma, até então, a produção de projetos sonoros com um calendário encorpado até o fim do ano.Com o fechamento de salas de espetáculos e casas de shows e decretos que proibiam eventos ante a pandemia da Covid-19, desde 2020 que projetos musicais foram paralisados. É o caso, por exemplo, do Goiânia Noise, VillaMix e Bananada, todos previstos para acontecer neste ano. No caso do Vaca Amarela, medidas sanitárias estão sendo tomadas para que todo o público, equipe e artistas possam se sentir seguros em um momento de crescimento dos números de infecções e surto de gripe.“O mais difícil é a incerteza das novas variantes, dos novos decretos. Mesmo com responsabilidades, restringindo os eventos apenas a vacinados com segunda dose, e testando todos os artistas e equipe, a gente passa por esse medo de ter que adiar ou cancelar um evento”, aponta o coordenador do festival, o produtor João Lucas Ribeiro. Entre as medidas previstas no Vaca Amarela estão o uso obrigatório de máscara e a apresentação do cartão de vacinação das duas doses. Toda a equipe será testada um dia antes do início do evento.Os desafios são muitos para que os eventos possam acontecer novamente, a exemplo do Vaca Amarela, festival que acontece em Goiânia e emprega mais de 200 profissionais, entre artistas, técnicos, segurança e bilheteria. “Sabemos que a saúde e o bem-estar da população está acima de tudo, porém é muito frustrante no início da retomada dos eventos e festivais passar por uma terceira onda. Ter que pensar o tempo todo que de uma hora pra outra tudo pode mudar”, lamenta Ribeiro.Na edição que comemora 20 anos de Vaca Amarela, nomes como Gloria Groove, Karol Conka e Dead Fish se apresentam no Centro Cultural Oscar Niemeyer. Como uma produção em cadeia, os festivais ajudam a ocupar espaços públicos e a oxigenar o trabalho de bandas e artistas locais que não teriam a oportunidade de realizarem shows em outros lugares, caso de grupos como Distoppia e Aurora Rules e da drag queen Guilhotina Guinle.Apostar em adaptações on-line para os eventos foi um dos motes encontrados pela produção do festival Goiânia Noise para driblar o jejum de shows presenciais. Evento de música em continuidade mais antigo da cidade, o Noise comemora em maio a sua 26ª edição durante seis dias de programação. Antes, uma versão virtual do festival está prevista para ser realizada entre os meses de fevereiro e março, em projeto aprovado na Lei Aldir Blanc.“A edição digital será somente com artistas goianos com programação bem variada, com rock, MPB, jazz”, explica um dos coordenadores do projeto, o produtor Léo Razuk. A última edição do Goiânia Noise ocorreu em 2019, no Centro Cultural Martim Cererê. “No festival presencial temos nomes que estavam fechados para a edição de 2020, que não ocorreu. Mas estamos retomando as conversas, até porque algumas bandas acabaram nesse período e outras ainda não sabem como será a volta”, explica Razuk.A retomada de festivais também é vislumbrada no segundo semestre para os dois maiores eventos de público na capital: o Villamix Festival e o Bananada. No caso do primeiro, ainda não há confirmação de datas específicas, espaço ou programação. O que se sabe até então é que o evento será promovido nos meses finais do ano, dividido em três dias, com atrações nacionais e internacionais. Para cada dia, um gênero específico será apresentado: música eletrônica, pop e sertanejo no encerramento. Recentemente o colunista Leo Dias afirmou que os realizadores do evento estavam em negociação com Lady Gaga e Bruno Mars, mas não há confirmação da produção.Já o Bananada, vitrine do que há de mais interessante na música brasileira contemporânea, também será realizado no segundo semestre. Em 2021, uma edição on-line e gratuita do projeto foi promovida com a apresentação de 30 artistas, como Boogarins, Tuyo, Juçara Marçal e Kiko Dinucci, Felipe Cordeiro, Tulipa Ruiz e Larissa Luz. A ação teve apoio do Prêmio Funarte Festivais de Música 2020.Confira o calendário musical deste anoLollapalooza Brasill Evento que abre o circuito de grandes festivais de música do País, o Lollapalooza apresenta entre os dias 25 e 27 de março artistas como Doja Cat, The Strokes, Miley Cyrus, Asap Rocky, Machine Gun Kelly, Foo Fighters e Martin Garrix. Já entre as atrações nacionais estão Menores Atos, Jup do Bairro, MC Tha, Clarice Falcão, Pabllo Vittar e Edgar. Os ingressos podem ser conferidos no site do festival.Rock The Mountainl Realizado em Itaipava, distrito de Petrópolis (RJ), o festival reúne ao longo de dois finais de semana shows de artistas como Caetano Veloso, Gal Costa, Silva, BaianaSystem, Tropkillaz, Alceu Valença e Djonga. A proposta é apresentar grandes medalhões da música brasileira na paisagem da região em uma mistura de gastronomia e meio ambiente. Os ingressos estão disponíveis.MITA Festivall Com nomes como Gorillaz, Rufus Du Sol, Two Door Cinema Club e The Kooks como headliners, o MITA Festival faz sua estreia em São Paulo nos dias 14 e 15 de maio, e no Rio de Janeiro nos dias 21 e 22 de maio. O evento ainda apresenta diversos artistas da música brasileira, como Gilberto Gil, Marcelo D2, Marina Sena e Luedji Luna. Os ingressos já estão à venda.Rock in RiolPrevisto para ser realizado entre os dias 18 e 28 de junho, no Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, o Rock in Rio já confirmou inúmeras atrações internacionais divididas pelos dias, como Dua Lipa, Camila Cabello, Guns N’ Roses, Billy Idol, Post Malone, Justin Bieber, Iron Maiden, Avril Lavigne e Green Day. No time de artistas nacionais estão Ivete Sangalo, Capital Inicial e Djavan. Os ingressos estão à venda no site do evento.Coquetel MolotovlEm comemoração a 18ª edição, o pernambucano Coquetel Molotov promove durante os dias 13 e 14 de novembro, no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Pernambuco, no Recife, uma reunião de shows de artistas como Boogarins, Mateus Aleluia, Luana Flores, Mulungu e Romero Ferro. A proposta é imergir por diferentes shows. Ingressos disponíveis on-line.-Imagem (Image_1.2385049)