Os carrões de Vin Diesel em Velozes e Furiosos 9, a última aventura de Daniel Craig como James Bond e o multiverso de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa foram motivos de muita alegria para a indústria cinematográfica em 2021. Os três filmes reanimaram as bilheterias no mundo, duramente impactadas em 2020 com salas fechadas, estreias canceladas e um retorno tímido e cheios de protocolos. O primeiro fez US$ 726 milhões, o segundo US$ 733 milhões e a expectativa do terceiro, recém-lançado nos cinemas, é de superar US$ 1 bilhão.Enquanto o ano foi de recuperação nas telonas, o streaming segue cada vez mais forte e apostando pesado na produção de conteúdo. A sul-coreana Round 6, da Netflix, por exemplo, lançada em setembro, foi assistida por 142 milhões de casas ao redor do mundo em apenas um mês. Criado, escrito e dirigido por Hwang Dong-hyuk, o seriado teve 82 milhões de acessos e se tornou a maior série da história do catálogo. Além disso, vários filmes foram lançados simultaneamente nas plataformas, caso de Duna e Venom: Tempo de Carnificina.Com uma nova onda da Covid-19 no final de 2020 na Europa, a expectativa dos cinemas não era chegar em dezembro falando de faturamento, mas de retomada e projeção para 2022. Em 2019, o setor faturou US$ 42,5 bilhões e no primeiro ano de pandemia teve uma queda de 72% em bilheterias, num total de US$ 12 bilhões. O que jogou a meta para baixo foram alguns fracassos, como a aventura solo da Viúva Negra, protagonizada por Scarlett Johansson, que não conseguiu fazer US$ 400 milhões de bilheteria.Em pouco tempo, a Viúva Negra se tornou umas das personagens mais amadas dos fãs do Universo Cinematográfico da Marvel e, por isso, a expectativa estava alta. O clima de despedida também era um motivo para apostar na produção. O filme, lançado no início de julho, era o último de Scarlett Johansson no papel da espiã russa Natasha Romanoff, já que ela morreu em Vingadores: Ultimato (2019). Não adiantou. Os donos de cinemas colocaram a culpa pelo desempenho na Disney por ter lançado o longa simultaneamente na plataforma.A decepção de um blockbuster de herói não foi um bom sinal para os produtores que acompanhavam atentamente a volta do público às salas e estavam com filmes prontos para lançar depois de uma série de adiamentos. Por outro lado, no mesmo período, uma resposta animadora. Velozes e Furiosos 9, que entrou em cartaz no final de junho, estava batendo recordes. A infinita saga de carros esportivos provou outra vez sua força nas telonas e se tornou uma das franquias mais lucrativas dos cinemas.AvanteA nova história de Dominic Toretto (Vin Diesel) e de sua família em Velozes e Furiosos ficou vários meses na liderança de maior bilheteria da pandemia. Em novembro, a marca foi quebrada pelo agente James Bond em 007 – Sem Tempo para Morrer. O filme marcou também o adeus do ator britânico Daniel Craig ao personagem - foram 15 anos no papel. A produção ultrapassou US$ 730 milhões. O 25º longa da franquia dirigido por Cary Joji Fukunaga foi lançado no final de setembro e se tornou a maior produção de Hollywood em 2021. 007 - Sem Tempo para Morrer já faturou mais do que alguns dos filmes anteriores, mas o filme deve fechar no vermelho. Especialistas afirmam que seriam necessários US$ 900 milhões para cobrir os custos.A tendência é que o final de ano seja encerrado com chave de ouro para os produtores muito por conta de Homem-Aranha: Sem Volta para Casa, terceira aventura solo com Tom Holland como o Cabeça de Teia. Em menos de uma semana em exibição, o longa arrecadou US$ 587 milhões. Vale a pena lembrar que a produção da Sony com a Marvel alcançou esses números sem estrear na China, importante mercado para a indústria.No Brasil, a aventura do aracnídeo se tornou a maior estreia de todos os tempos, segundo informações da Comscore. Foram mais de 1,7 milhão de espectadores e R$ 34 milhões em bilheteria.A nova história de Dominic Toretto (Vin Diesel) e de sua família em Velozes e Furiosos ficou vários meses na liderança de maior bilheteria da pandemia. Em novembro, a marca foi quebrada pelo agente James Bond em 007 – Sem Tempo para Morrer. O filme marcou também o adeus do ator britânico Daniel Craig ao personagem - foram 15 anos no papel. A produção ultrapassou US$ 730 milhões. O 25º longa da franquia dirigido por Cary Joji Fukunaga foi lançado no final de setembro e se tornou a maior produção de Hollywood em 2021.007 - Sem Tempo para Morrer já faturou mais do que alguns dos filmes anteriores com Daniel Craig à frente do personagem, como Cassino Royale (2006) - que fez US$ 616 milhões e Quantum Of Solace (2008) - com US$ 589 milhões. Mas não chegou perto Contra Spectre (2015) - US$ 880 milhões e muito menos de Operação Skyfall (2012) - US$ 1,1 bilhão. Apesar da boa receita, o filme deve fechar no vermelho. Especialistas afirmam que seriam necessários US$ 900 milhões para cobrir os custos de produção e marketing.A tendência é que o final de ano seja encerrado com chave de ouro para os produtores muito por conta de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa, terceira aventura solo com Tom Holland como o Cabeça de Teia. Em menos de uma semana em exibição, o longa arrecadou US$ 587 milhões, ficando atrás apenas de Vingadores: Ultimato (US$ 1,2 bilhão) e Vingadores: Guerra Infinita (US$640 milhões). Vale a pena lembrar que a produção da Sony com a Marvel alcançou esses números sem estrear na China, importante mercado para a indústria. No Brasil, a aventura do aracnídeo se tornou a maior estreia de todos os tempos no Brasil, segundo informações da Comscore, empresa internacional de consultoria de mídia e audiência. Foram mais de 1,7 milhões de espectadores e R$ 34 milhões em bilheteria. O sucesso se dá pela tão aguardada abertura do multiverso da Marvel, trazendo de volta vários personagens icônicos das sagas lançadas desde 2002, como o Dr. Octopus. Além disso, o terceiro filme da trilogia com Tom Holland traz os Aranhas anteriores Tobey Maguire e Andrew Garfield. Super fim de anoAlém do novo Homem-Aranha quem também pode impulsionar ainda mais os cinemas na reta final do ano é Matrix Resurrections, quarto filme da franquia, que estreou na última quarta-feira. Com direção de Lana Wachowski e com um elenco estrelado por Keanu Reeves (Neo/ Thomas Anderson) e Carrie-Anne Moss (Trinity) novamente como protagonistas, a produção deve quebrar recordes de bilheterias. A trilogia, iniciada em 1999 e encerrada em 2003, faturou mais de US$ 1,6 bilhão na bilheteria e se tornou um fenômeno da cultura pop.O quarto filme não é um reboot ou remake, mas uma continuação após os acontecimentos de Matrix Revolutions (2003), escrito e dirigido pelas irmãs Lana e Lilly. A crítica vem distribuindo elogios para a estreia do longa, ressaltando mais uma vez a qualidade das sequências de ação, lutas bem coreografadas, com combates em trens-bala e fugas em gravidade zero. A paleta de cores está diferente. O filtro esverdeado que marcou as primeiras produções dá espaço para um tom azulado. A narrativa também é mais cômica.Lançamentos represadosO ano de 2021 dos cinemas bem que poderia ser o de 2020. Grandes lançamentos foram adiados diversas vezes para diminuir um pouco o prejuízo de uma bilheteria mais enxuta por conta dos protocolos da Covid-19, como a redução na venda de ingressos. Outro revés para o setor foi que várias praças ficaram quase 15 meses fechadas, caso de São Paulo, que conta com mais de 350 salas e tem 20% do faturamento do Brasil, segundo dados do Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas de SP. Já Goiânia reabriu em julho.Por conta disso, os estúdios foram empurrando os seus grandes lançamentos para o segundo semestre e uma outra parte para 2022, como Batman, com Robert Pattinson, que ficou para março. Duna, ficção científica dirigida por Dennis Villeneuve, por exemplo, estava programado para dezembro do ano passado e entrou em cartaz em outubro. O longa estrelado por Timothée Chalamet arrecadou quase US$ 400 milhões. Matrix também chegou depois de um ano, assim como Viúva Negra, os Eternos e Venom: Tempo de Carnificina.Enfim, MarighellaApós ter o lançamento adiado algumas vezes nos últimos dois anos, Marighella, cinebiografia de um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura, Carlos Marighella (1911-1969), enfim entrou no cinema nacional em novembro. O longa que tem Seu Jorge no papel-título e marca a estreia do ator Wagner Moura na direção, teve a primeira exibição no Festival de Berlim, em fevereiro de 2019. No Brasil, deveria ter sido lançado nove meses depois. No entanto, com a demora na liberação de verba pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) e a crise sanitária, atrasou a exibição.Em pouco tempo em cartaz, o filme que conta com com nomes como Herson Capri, Adriana Esteves, Bruno Gagliasso e Humberto Carrão, colecionou recordes. Marighella levou quase 40 mil espectadores nos primeiros quatro dias de exibição, o que fez dele a produção que mais vendeu ingressos em 2021, ultrapassando a comédia Um Tio Quase Perfeito 2, com 21,1 mil e 78 mil no período que ficou nas telonas. Um mês após a estreia e o sucesso de público, o longa de Wagner Moura foi visto por mais de 250 mil pessoas e fez R$ 5 milhões em bilheteria. Por conta do sucesso, a produção foi para o Globoplay.O ano é de Round 6Um grupo de pessoas recebe a proposta de passar por uma série de jogos com a possibilidade de ganhar dinheiro no final. Todos estão sem grana, repletos de dívidas e sem perspectivas de melhoras. Esta é a trama da série sul-coreana Round 6, que estreou em setembro na Netflix e se tornou um dos maiores fenômenos do streaming em 2021, ficando em primeiro lugar em 94 países. A produção se tornou a mais assistida da plataforma na história em mais de 140 milhões de casas. A recordista anterior era Bridgerton, que foi assistida por 82 milhões de contas nos seus 28 primeiros dias no ar, no início do ano.O sucesso de Round 6 foi tão grande que vários atores da série rapidamente se transformaram em celebridades. A estreante Jung Ho-yeon, que interpreta a jogadora 067, tornou-se a atriz sul-coreana mais seguida do Instagram praticamente da noite para o dia. Até então modelo, ela viu seu número de seguidores saltar de 400 mil para o nível Juliette, campeã do BBB21, de quase 20 milhões, em três semanas. Ela tem hoje mais de 23 milhões. O diretor e criador da série, Hwang Dong-hyuk, por exemplo, teve três filmes seus adicionados na Netflix (Silenced, Miss Granny e The Fortress).Ao mesmo tempo que se tornou um fenômeno mundial, Round 6, com segunda temporada confirmada, virou motivo de preocupação para pais e escolas. A série tem classificação indicativa de 16 anos, mas vem sendo acompanhada pelo público infantil por causa de sua estética inspirada em animes. Mesmo com a proibição dos pais, a série chegou até o celular dos filhos em formato de memes, games e vídeos no TikTok. Em várias cidades no mundo, crianças foram hospitalizadas após tentarem reproduzir brincadeiras dos capítulos, como bolinha de gude, cabo de guerra e Batatinha Frita, 1,2,3.Fenômeno nacionalDesde sua estreia em 2021, Verdades Secretas 2, trama criada por Walcyr Carrasco e disponível no Globoplay, tem batido recordes de audiência e o sucesso é tanto que existe grande possibilidade de a série ser exibida em outros países. A continuação da saga de Angel (Camila Queiroz) ganhou o público graças às muitas cenas de sexo coreografadas, cenários, iluminação e uma trilha sonora hot. Os episódios disponíveis já somam quase 40 milhões de horas assistidas, o que colocou a produção como a mais assistida da história da plataforma da Globo. O diretor já confirmou uma terceira temporada.Verdades Secretas 2 começa no momento em que Arlete, a Angel, perde o marido Guilherme (Gabriel Leone) em um misterioso acidente de carro, e Giovanna (Agatha Moreira) acaba de chegar de Paris. Desconfiada, a filha de Alex (Rodrigo Lombardi) procura a rival para sugerir que ela matou Guilherme, primo dela, assim como matou seu pai anos atrás. A partir daí começa um grande confronto entre elas. A produção chegou ao fim recentemente com dois finais alternativos. Ao contrário do que acontece em outros folhetins, no qual a emissora grava mais de um desfecho para os personagens principais, mas exibe apenas um, os assinantes tiveram acesso aos dois desfechos.Festa do streamingO streaming deu um grande salto em 2021 chegando com várias indicações na maior premiação do cinema mundial. O Oscar 2021 marcou uma quebra de paradigma motivada pela pandemia: se antes os filmes elegíveis para a premiação tinham que ser exibidos por pelo menos sete semanas consecutivas em cinemas, o fechamento das salas de projeção por conta da Covid-19 fez com que a Academia mudasse o formato de classificação de longas para a competição. Por conta disso, a Netflix liderou o número de indicações, com 35, inclusive nas categorias principais, como melhor filme, ator, atriz e diretor. Mesmo sem ganhar os principais prêmios, várias produções foram premiadas, como A Voz Suprema do Blues (Netflix), que levou dois pelo figurino, e maquiagem e cabelo, mesma quantidade de Mank (Netflix) com os prêmios de fotografia e design de produção. Som do Silêncio, da Amazon Prime, ganhou duas estatuetas, som e edição.