Um dos efeitos colaterais mais visíveis da pandemia da Covid-19 foi que ela alterou a qualidade do sono de muita gente. Alguns especialistas têm chamado o fenômeno de epidemia de insônia. Uma pesquisa recente do Instituto do Sono revelou que 55% dos entrevistados apresentaram piora nas noites dormidas. Tanto as questões ligadas à saúde quanto à economia impactam a saúde mental das pessoas, provocando ansiedade e, com isso, diminuindo a qualidade do sono.Por essas e outras, a gerente de recursos humanos Cristiane Vaz Barbosa Ferreira, de 43 anos, reforçou seu arsenal para uma noite de descanso restauradora. “Chego em casa por volta das 20 horas, tomo um banho para relaxar e coloco uma gota do óleo essencial de lavanda no hidratante corporal, que também ajuda a relaxar. Evito pegar no celular à noite e tenho travesseiros e colchão com tecnologia magnética”, explica. Ir para a cama e tentar dormir sempre no mesmo horário faz parte da disciplina de Cristiane e da família. Ela tem consciência da importância do sono para a saúde e o bem-estar.Entre os especialistas é consenso a ideia de que dormir bem é essencial para conseguir realizar as tarefas diárias com disposição e vigor. Sem uma noite de sono adequada, vários aspectos podem ser prejudicados, como produtividade no trabalho e o humor. “A pandemia da Covid-19 impactou a saúde do sono de várias maneiras. Ocorreu um aumento no número de pessoas com problemas de sono, sendo as principais queixas o sono atrasado, fragmentado e de má qualidade. A insônia talvez seja a patologia que mais se destacou”, explica a médica neurocirurgiã Sabrina Dalvi Daher.O sono tem uma série de funções e é crucial para manter o organismo funcionando de forma adequada. “Enquanto dormimos, o cérebro está ocupado gerando novas memórias, consolidando algumas mais antigas e fazendo conexões de memórias mais recentes com as anteriores. Por essa razão, o sono desempenha um importante papel no aprendizado. O sono pode ser também um poderoso estimulante da criatividade”, explica a médica.Quando o sono não é suficiente, o cérebro não tem o tempo adequado para eliminar toxinas, o que poderia ter efeito de acelerar doenças degenerativas como Alzheimer. Em um curto prazo, a privação do sono pode causar dores no corpo, cansaço, aumento da pressão arterial, sonolência, irritabilidade, alterações repentinas de humor, perda da memória de fatos recentes, comprometimento da criatividade, lentidão do raciocínio, desatenção e dificuldade de concentração.O cardiologista Arthur Pipolo explica que o sono é fundamental para o equilíbrio do nosso organismo, pois, entre outras funções, diminui o estresse, libera hormônios benéficos para a saúde cardiovascular e melhora o metabolismo. “Um paciente, por exemplo, que tem apneia do sono pode desencadear alterações de pressão arterial, que com o passar do tempo podem deteriorar a saúde cardiovascular”, destaca. O distúrbio do sono, em que a respiração é interrompida diversas vezes, tem sintomas como ronco alto e sensação de cansaço, mesmo depois de uma noite inteira de sono.Dormir mal e pouco influencia a saúde como um todo e contribui para o surgimento de doenças como diabetes, alterações no sistema imunológico e problemas psicológicos. “A privação de sono altera o humor e provoca irritabilidade. Algumas doenças do aparelho digestivo, como a síndrome do intestino irritável e a dispepsia funcional, a gastrite nervosa, têm seus sintomas exacerbados em condições de estresse”, explica o gastroenterologista Joffre Rezende Neto.Sono da beleza Não é por acaso que existe a expressão sono da beleza. Estudos recentes comprovaram que é durante o sono que estruturas minúsculas feitas de colágeno são reabastecidas. O que acontece durante o sono é que o corpo entra na fase de regeneração celular: novas células se desenvolvem e substituem as antigas, reparando as danificadas. O sono adequado regenera o corpo e, principalmente, a pele. “A privação de sono gera substâncias pró-inflamatórias que causam degradação mais precoce do colágeno, além de aumento do cortisol, o hormônio do estresse, que pode aumentar adrenalina e reduzir a oxigenação da pele, diminuindo viço e hidratação. Além disso, a falta de sono causa congestão dos vasos, aumentando as tão temidas olheiras”, explica a dermatologista Maria Lígia Mendonça. Assim como manter hábitos saudáveis, como uma boa alimentação, a ingestão regular de líquidos e a prática de exercícios físicos, boas noites de sono são fundamentais para manutenção não somente da saúde, mas também da beleza.Sono da belezaNão é por acaso que existe a expressão sono da beleza. Estudos recentes comprovaram que é durante o sono que estruturas minúsculas feitas de colágeno são reabastecidas. O que acontece durante o sono é que o corpo entra na fase de regeneração celular: novas células se desenvolvem e substituem as antigas, reparando as danificadas. O sono adequado regenera o corpo e, principalmente, a pele. “A privação de sono gera substâncias pró-inflamatórias que causam degradação mais precoce do colágeno, além de aumento do cortisol, o hormônio do estresse, que pode aumentar adrenalina e reduzir a oxigenação da pele, diminuindo viço e hidratação. Além disso, a falta de sono causa congestão dos vasos, aumentando as tão temidas olheiras”, explica a dermatologista Maria Lígia Mendonça. Assim como manter hábitos saudáveis, como uma boa alimentação, a ingestão regular de líquidos e a prática de exercícios físicos, boas noites de sono são fundamentais para manutenção não somente da saúde, mas também da beleza.De olho no relógioUma das dúvidas mais comuns entre as pessoas é quando tempo de sono é necessário para manter a saúde. A resposta é que depende. Dormir por pelo menos seis horas todas as noites é o que especialistas recomendam para que adultos mantenham uma boa saúde. O que conta de verdade é como a pessoa acorda no outro dia. Sinais como atenção alterada, problemas de memória e cansaço são alertas de que é preciso adequar melhor seu período de sono para mais ou para menos. Cada pessoa tem o seu relógio biológico e precisa de uma quantidade de sono específica.Inimigos do sonoConfira alguns fatores que dificultam o sono ou diminui sua qualidade:* Ingestão de bebidas estimulantes e energéticas como café* Consumo de alimentos pesados antes de dormir* Realização de exercício intenso nas 4 horas anteriores a ir dormir* Ver TV ou usar celular e computador antes de dormir* Dormir em um ambiente inadequado com muita luz* Dormir em colchão muito duro ou muito mole