Aos 24 anos, o músico e produtor Alok Petrillo é a cara e o som da nova música eletrônica brasileira. Considerado pela House Mag, publicação especializada na cena eletrônica, como o DJ número 1 do Brasil pelo segundo ano consecutivo, criou um estilo próprio, o brazilian bass, e está ganhando as pistas de diversas partes do mundo. Faz em média 20 shows por mês, com turnês na Europa, Estados Unidos e acaba de voltar da Ásia. "A gente nota que a música não tem limite", disse em entrevista ao POPULAR. Atração principal da Festa da Fantasia Sunrise, que será realizada hoje no Goiânia Golf Clube, ele manda um recado para o público: "estou empolgado com as tracks novas e a noite vai ser intensa." O que nem todos os fãs sabem é que o talentoso e carismático jovem radicado em Brasília nasceu aqui, em Goiânia. Confira essa e outras curiosidades sobre ele na entrevista abaixo.Você acabou de voltar de uma turnê na Ásia. Em alguns vídeos vi que você é reconhecido pelo público em um aeroporto na China. Esperava essa fama do outro lado do mundo?Ser reconhecido lá do outro lado do mundo, nessa primeira tour na Ásia, foi realmente surpreendente. Eu não esperava. Não estava tendo a noção da proporção que as coisas estavam tomando lá. Muitos vezes eu fiz algo pensando no Brasil e, de repente, quando eu fui perceber, estava sendo reconhecido lá fora. A gente nota que a música não tem limite, realmente quebrando as fronteiras. Foi uma sensação incrível! Fui muito bem recebido. Nosso trabalho está sendo tão valorizado e isso acaba trazendo um respaldo para o Brasil também.Recentemente, em uma entrevista ao jornal o POPULAR, o Mr. Catra citou você e outros dois DJs como representantes da nova música eletrônica brasileira. Na sua opinião, o que é essa nova música eletrônica brasileira?O mercado nacional hoje é autossustentável. Não precisa mais de gringo para encher os clubes no Brasil. Acaba que a gente criou uma identidade própria e o público está atrás disso.O que é o brazilian bass?Esse foi o nome dado para representar esse gênero que está predominando no Brasil e também sendo reconhecido lá fora. A timbragem predominante que mais caracteriza as músicas é exatamente o bass, esse baixo. Exatamente por ser o elemento mais forte é o que dá mais destaque na nossa identidade. Então, criamos o brazilian bass para nomear isso. Hoje, os produtores nacionais conseguem ser reconhecidos lá fora. Antes, eles colocavam que fazia house, deep house ou tecno, mas era algo muito vago, pois é uma característica diferente. O nosso som é muito singular, não é como o house criado lá fora e muitos gringos não conseguiam identificar. Agora, os produtores nacionais abraçaram essa causa, começaram a colocar a hashtag #brazilianbass e conseguem ter visibilidade. É uma forma de “dar nome aos bois”, e é muito louco porque os gringos estão pirando, querendo fazer brazilian bass. É um termo muito legal. Não é algo meu, é de todos. Sem dúvida a gente vive o melhor momento da cena eletrônica internacional, com respaldo no Brasil. Tem vários festivais internacionais vindo para cá, investindo milhões, e DJs daqui tendo grande ascensão no Brasil e no Mundo.Você começou a tocar nas festas ainda criança e hoje é considerado o melhor DJ do Brasil. Quando foi que você se deu conta que havia estourado?Quando me surpreendi com minha posição através da House Mag, que é o veículo mais bem conceituado do Brasil nesse ranking. Eu sempre acreditei mas nunca imaginei que seria tão grandioso em tão pouco tempo. É meio surreal, talvez ainda não tenha me dado conta por completo.Você é filho de duas lendas vivas do trance, o Swarup e a Ekanta. Começou no psytrance e, de repente, decidiu ser um DJ de diferente vertente. Você acha que essa mudança foi necessário para ultrapassar barreiras?Certamente. O mercado muda muito e se você não acompanha essa mudança opta por atuar sempre em um nicho. Eu acreditei na mudança e na quebra de barreiras criando um estilo com uma identidade mais forte. A base com meus pais e a influência trance fez total diferença no que me tornei hoje.