É só chegar os meses mais secos do ano que a maquiadora Paloma Santos Silva, de 29 anos, redobra os cuidados com a pele. Com a baixa umidade que chega a bater níveis críticos em Goiás, a pele do rosto e do corpo resseca e fica mais sensível. O ideal, de acordo com especialistas, é manter a hidratação em dia. O tempo frio do inverno também faz com que o consumo de água diminua, o que provoca transformações no corpo.“No meu caso, redobro sempre os cuidados diários com a pele e reforço minha hidratação, bebendo mais água durante o dia, o que vai refletir diretamente no aspecto da pele”, conta Paloma. Em seus hábitos do dia a dia, a maquiadora realiza o uso de hidratante e óleo para o corpo e região de face. O protetor solar também é um item que não pode faltar no passo a passo da saúde da pele da goiana. “Essa rotina é realizada mesmo nos dias em que não vou maquiar. É importante manter essa frequência nos cuidados para obter uma pele viçosa e saudável”, explica.Com a crescente variedade de produtos e cosméticos no mercado dermatológico, o ideal é saber escolher qual item se encaixa melhor em cada tipo de pele. De acordo com a maquiadora, é importante ter uma certa cautela na escolha do que comprar. “Parece irrelevante, mas isso vai trazer resultados satisfatórios. Escolha um bom protetor solar e um hidratante compatível. Essa é uma dupla realmente milagrosa”, diz Paloma.Além de cosméticos desenvolvidos por laboratórios e em farmácias, há também as receitas naturais, como a argila, que ajuda no controle da oleosidade, hidrata a pele e possui benefícios para a saúde do corpo. “Na minha rotina, realizo o uso da argila uma vez na semana. A argila verde em especial controla a oleosidade, proporciona detox na pele, promove redução dos poros, possui efeito antioxidante e auxilia no tratamento da acne”, sugere.Condições climáticas inadequadas como o clima seco durante o inverno goiano alteram a função de barreira e de hidratação da pele. O fenômeno é percebido por sintomas como coceira na pele e piora de condições dermatológicas, como dermatites e psoríase. De acordo com a dermatologista Lorena Ávila, como nessa época do ano a umidade relativa do ar cai bastante, é preciso redobrar a ingestão de água e líquidos de uma forma geral, não se esquecendo da ingestão durante a prática de atividades físicas, o uso de umidificadores de ar nos ambientes de trabalho e descanso.“Para ajudar na formação da barreira cutânea adequada, podemos fazer uso de produtos hidratantes e emolientes como vaselina e glicerina, que, no geral, são compostos mais naturais”, explica Lorena. Nos casos de doenças de pele, como dermatite atópica, o mais recomendado é a frequência do uso dos hidratantes e emolientes, com, no mínimo, três vezes ao dia. “Fazendo o uso adequado desses produtos, com certeza não sentiremos o efeito do clima seco na pele”, afirma a especialista.Protetor Uma das maiores dúvidas que pairam durante o outono e inverno é sobre o uso do protetor solar. A dermatologista adianta que o produto deve ser mantido em todas as épocas do ano. “Com a baixa umidade relativa do ar, temos aumento da perda transepidérmica de água. Podemos compensar essa perda fazendo uso de protetores solares mais hidratantes, que, além de fornecer a proteção contra os raios UV, podem ajudar na formação de barreira da pele e promovem a hidratação adequada”, assegura.Corpo versus rosto&nbsp;Com tamanha variedade de produtos para a pele, existe uma diferença no tratamento da pele do rosto com a do corpo? De acordo com a biomédica Ana Clara Brathwaite, mestre em Ciências Farmacêuticas e atualmente doutoranda pela Universidade de Brasília, as distinções são várias e exigem atenções diferenciadas."A pele do rosto é mais fina e sensível que a pele do corpo. Além disso, em muitas pessoas é uma pele mais oleosa e é uma região que expomos diariamente ao sol", explica a pesquisadora. O uso de protetor solar no rosto, por exemplo, é imprescindível todos os dias. "Já no corpo, não necessariamente, pois muitas vezes fazemos uma barreira de proteção física com nossas roupas", salienta.&nbsp;A biomédica explica que, devido à sensibilidade e a diferença de oleosidade em relação ao corpo, os cosméticos faciais tendem a ser mais leves e específicos para essa região quando comparados ao corpo. "O ideal é buscar cosméticos específicos para cada região", reitera Ana Cara.  Cinco dicas para manter a pele bonita1. Hidrate-se Os cuidados com a pele devem ser de dentro para fora: beber água e outros líquidos deixam a pele mais hidratada.&nbsp;2. Limpeza profunda Tirar a maquiagem após chegar em casa, lavar o rosto profundamente e manter uma rotina de limpeza ajuda na hora de dar brilho à pele.3. Saiba diferenciar A pele do rosto é diferente do corpo. A dica é adquirir produtos diferentes para cada tipo de pele, como sabonetes e hidratantes.&nbsp;4. Protetor solar O uso do protetor solar deve ser mantido em todas as estações, já que, além de hidratar, protege contra os raios UV.&nbsp;5. Coma bem Ter uma alimentação saudável, rica em nutrientes e vitaminas, também ajuda na hora de ter uma pele macia e robusta.&nbsp;

Cuidados com a pele devem ser redobrados no tempo seco

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Basta um jaleco branco para muitos homens agirem como se estivessem diante de um bicho-papão. Seja por medo, vergonha ou puro orgulho, ainda tem homem que foge do consultório médico. Alguns preferem ignorar sintomas, outros mentem para o médico, para a família e até para si mesmos. O preço da resistência é alto: doenças que poderiam ser evitadas ou tratadas no início acabam se agravando. O Dia do Homem, comemorado em 15 de julho, serve como alerta sobre a importância de quebrar o tabu.

Aos 53 anos, o representante comercial Marlon de Oliveira Miranda admite que também já foi do tipo que só procurava o médico quando a dor se tornava insuportável. “Homens, em geral, têm a ideia de que são super-homens, que nunca vão ficar doentes. No meu caso era sempre assim: só buscava ajuda quando não dava mais pra suportar”, conta. A virada de chave veio com o acesso à informação. “Comecei a ler mais, a acompanhar redes sociais de médicos que falam do tema, e isso foi tirando tanto o medo quanto o preconceito.” Após uma cirurgia causada por pedras nos rins, Marlon passou a cuidar melhor da saúde com consultas de rotina.

Um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelou que 58% dos homens que dependem do SUS procuram o médico apenas quando apresentam sintomas. O urologista Pedro Junqueira, doutor pela USP, explica que o principal motivo da resistência do homem brasileiro em buscar ajuda médica está principalmente no machismo. “O homem absorve isso e vê qualquer busca de ajuda como demonstração de fraqueza, fragilidade e vulnerabilidade.” Por isso, a prevenção é a primeira a ser deixada de lado, e o pensamento “se não sente nada, não tem nada” é muito comum.

Essa mentalidade faz com que o corpo só receba atenção quando a dor aparece, atrasando diagnósticos, dificultando tratamentos e transformando enfermidades simples em problemas sérios. No câncer de próstata, por exemplo, o medo do exame de toque se mistura ao preconceito corporal e a uma visão equivocada da masculinidade, reforçando estigmas que adoecem. Outro fator que dificulta o cuidado contínuo é a lentidão do sistema público de saúde.

Segundo Junqueira, o paciente pode gastar dias só cumprindo as etapas burocráticas: “Perde um dia na consulta inicial, mais um na coleta de exames laboratoriais, e outro nos exames de imagem.” Entre cada fase, a espera pode chegar a seis meses, dependendo da complexidade. Mesmo com atestados, muitos homens acabam sofrendo perdas no trabalho e quem trabalha informalmente sofre ainda mais, pois deixa de ganhar e ainda tem gastos com transporte e alimentação. Esse cenário acaba desestimulando o acompanhamento preventivo e reforça a cultura do “deixa para depois”.

Além disso, há a desvalorização do clínico geral, tanto pela sociedade quanto pelo próprio sistema de saúde “O paciente pula etapas e vai direto ao especialista, quando o ideal seria ter um médico que o acompanhasse ao longo da vida”, explica. Essa dinâmica pressiona os médicos a se especializarem e faz com que o sistema perca a oportunidade de atuar de forma preventiva e integral. No fim, muitos homens só procuram atendimento quando é tarde demais para intervenções eficazes.

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Cardiologista intervencionista Arthur Pipolo (Crédito: Acervo Pessoal)&nbsp;

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Para o cardiologista intervencionista Arthur Pipolo, do Grupo CRD, a cultura que associa a busca por ajuda médica à fragilidade é determinante para essa resistência. “Muitos homens preferem suportar desconfortos ou ignorar sintomas com receio de parecerem vulneráveis.” Ele reforça que há o mito de que ‘se procurar, vai achar’ — como se o desconhecimento de um problema fosse uma forma de proteção. “Além disso, a rotina pesada, a crença de que só se deve procurar o médico quando a dor é intensa e o medo de perder o controle da saúde também mantêm a ida ao consultório distante”, explica.

Pipolo alerta para as consequências desse comportamento, afirmando que o medo do diagnóstico é um dos maiores inimigos da prevenção. “Já atendi pacientes jovens com obstruções graves nas artérias coronárias que nunca haviam feito um exame simples”, conta. O resultado é um tratamento mais complexo e com menos chances de sucesso. “O preço do silêncio, muitas vezes, é alto demais.” Ainda assim, o médico percebe uma mudança gradual entre os homens mais jovens, que com acesso à informação e redes sociais, têm valorizado mais o autocuidado e estão mais abertos a conversar sobre a própria saúde.

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Relação de confiança&nbsp;

O urologista Rafael Siqueira conseguiu vencer a resistência que homens sentem em procurar um médico ao abrir seus perfis nas redes sociais, onde esclarece dúvidas de forma leve, acessível e descontraída. Homens que antes evitavam o consultório passaram a perder o receio e a vergonha acompanhando suas orientações em vídeos e postagens. Esse alcance digital o motivou a lançar recentemente o livro Tamanho é Documento? (Matrix Editora), que aborda com naturalidade e proximidade os tabus da saúde masculina.

“Tudo gira em torno da conexão humana e da boa relação médico-paciente”, explica Rafael. Para ele, o tom informal e sincero aproxima as pessoas, e estabelecer um vínculo de confiança é essencial para que o homem se sinta confortável diante de um médico. Nas redes, ele usa a saúde sexual — a chamada andrologia — como ponto de partida para tratar de saúde de forma ampla. “Quando o homem compreende que todos os cuidados com a saúde impactam na qualidade da vida sexual, ele passa a se interessar e a se envolver”, ressalta.

Com essa aproximação inicial, Rafael passa a discutir temas importantes, como saúde urinária e prevenção do câncer. Ele também alerta para os efeitos prejudiciais da comparação com padrões irreais, potencializada pela pornografia e pelas redes sociais. “O jovem, mais vulnerável a essa avalanche de informações, acaba se fechando, evitando todo tipo de relação amorosa, fraternal e até médica &nbsp;porque acredita que sua vida não está à altura do esperado. Surge uma ‘vergonha’ que o impede de buscar ajuda, e os problemas podem evoluir até se tornarem irreversíveis”, enfatiza.

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Urologista Rafael Siqueira: “Quando o homem compreende que todos os cuidados com a saúde impactam na qualidade da vida sexual, ele passa a se interessar e a se envolver” (Crédito: Divulgação)

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Para se cuidar

 
Sinal de força, não de fraqueza

Entender que buscar ajuda médica é um ato de responsabilidade e autocuidado, e não de vulnerabilidade, ajuda a superar preconceitos internos e culturais.

Procure informação confiável&nbsp;

Buscar fontes confiáveis, acompanhar profissionais nas redes sociais e entender a importância da prevenção torna a ida ao médico menos assustadora.

Estabeleça uma relação de confiança&nbsp;

Ter um médico de referência com quem você se sinta à vontade para conversar sobre suas dúvidas e receios facilita o acompanhamento regular e o tratamento precoce.

Comece com exames e consultas preventivas&nbsp;

Agende check-ups periódicos e faça exames básicos para monitorar sua saúde antes que surjam sintomas graves. Isso ajuda a criar o hábito e reduz o impacto de diagnósticos tardios.

Converse abertamente sobre saúde com amigos e familiares

Falar sobre suas experiências e preocupações com pessoas próximas pode fortalecer o apoio social e reduzir o estigma associado ao cuidado médico, incentivando um comportamento mais saudável para todos.

Machismo, tabu e desinformação: os obstáculos que ainda afastam os homens da prevenção

Saúde

A cena lembra um filme de terror. O barulho agudo da broca, a vibração nos dentes, a agulha da anestesia e até o afastador bucal causavam calafrios na empresária Vanessa de Souza dos Santos, de 27 anos. “Dentista sempre foi meu maior pesadelo. As raízes dos meus dentes estavam expostas e, para tratar, precisava anestesiar, mas eu nunca deixava. Então, vivia com dor”, conta. Sentir certo receio de procedimentos odontológicos é comum, mas quando o medo se torna paralisante a ponto de impedir qualquer cuidado com a saúde bucal, ele recebe um nome: odontofobia.

No caso de Vanessa, o bloqueio começou a ser superado com a escuta de uma profissional que compreendeu sua fobia. Aos poucos, a empresária conseguiu encarar a temida cadeira de dentista. “A maioria dos nossos pacientes chega por indicação de outros que também passaram por situações traumáticas. Pensamos cada detalhe para proporcionar uma experiência tranquila e segura. Queremos mudar aquela imagem fria que muita gente tem do consultório. Nunca levamos o paciente direto para a cadeira. Antes de qualquer procedimento, temos uma conversa leve. É nesse momento que escutamos, entendemos os medos e criamos uma relação de confiança”, explica a odontóloga Nayara Castro, especialista em implantes e próteses.

Os sintomas da odontofobia podem se manifestar de diferentes formas e intensidades. Em casos mais extremos, há pacientes que chegam a desmaiar antes ou durante os procedimentos. O medo pode estar associado ao dentista em si, à anestesia, às agulhas, ao cheiro característico do consultório ou, principalmente, à dor. Muitos também relatam sensação de pânico ao imaginar que podem engasgar, vomitar ou até ter dificuldade para respirar enquanto estão na cadeira do dentista. “A maioria dos pacientes com fobia apresentam a saúde bucal em condições críticas”, explica Nayara.

Nesses momentos, a dentista conta utilizar técnicas de Programação Neurolinguística (PNL) para ajudar a romper barreiras emocionais, além de manter um contato visual firme e acolhedor, transmitindo segurança e confiança em cada etapa do tratamento. Frequentemente, as primeiras consultas são dedicadas exclusivamente à conversa. “Esse espaço de escuta e acolhimento é fundamental”, ressalta Nayara. As causas da odontofobia ainda não estão totalmente esclarecidas, mas acredita-se que, na maioria dos casos, o medo extremo do dentista tenha origem em traumas vividos na infância.

“O medo comum permite que o paciente colabore em algum grau durante o atendimento. Já na fobia, a pessoa não consegue sequer aceitar o tratamento, mesmo diante de dor intensa ou risco à saúde. Alguns chegam a entrar em estado de fuga, evitando o consultório, não tolerando a presença do jaleco ou o barulho dos instrumentos, mesmo sem contato direto. É uma resposta emocional tão intensa que, muitas vezes, paralisa completamente o paciente”, explica Andreia Diniz, cirurgiã-dentista especialista em odontologia para pacientes com necessidades especiais.

Reconhecendo a importância do problema, a odontologia tem avançado significativamente. Consultórios mais acolhedores, com ambientes leves, música suave, comunicação transparente e técnicas eficazes de controle da ansiedade, fazem toda a diferença. “Quando necessário, utilizamos estratégias como sedação consciente ou anestesia geral, que possibilitam a realização do tratamento sem criar novas memórias traumáticas. Isso é fundamental para preparar o paciente de forma positiva para as futuras visitas”, explica Andreia Diniz.

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Andreia Diniz: "Quando necessário, utilizamos estratégias como sedação consciente ou anestesia geral, que possibilitam a realização do tratamento sem criar novas memórias traumáticas. Isso é fundamental para preparar o paciente de forma positiva para as futuras visitas" (Crédito Patrícia Millan / Divulgação)

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Origens na infância&nbsp;

O medo de ir ao dentista, quando se torna uma fobia, exige tratamento especializado, alerta o psicólogo Marlon Andrade, especialista em terapia cognitivo-comportamental. Segundo ele, a origem do pavor está, em grande parte, na infância, resultado tanto de experiências diretas traumáticas quanto da influência do ambiente familiar. A odontofobia pode impactar profundamente a qualidade de vida e a saúde de quem convive com ela.

“Muitos evitam não apenas as consultas, mas até pensar em tratamentos odontológicos, chegando a recusar o contato com consultórios. Isso pode acarretar sérios prejuízos à saúde bucal, como infecções e problemas graves, além de afetar a autoestima e a vida social, já que o medo e a vergonha do próprio sorriso fazem com que a pessoa evite situações cotidianas, como sorrir em fotos ou participar de eventos.” O impacto negativo se estende inclusive às famílias, que muitas vezes postergam cuidados essenciais por conta dessa ansiedade.

Para tratar a odontofobia, a terapia cognitivo-comportamental tem se mostrado um caminho eficaz, destacando-se por trabalhar a desmistificação de medos e crenças equivocadas. “A abordagem foca em modificar as percepções distorcidas do paciente, mostrando que os riscos reais dos procedimentos são muito menores do que imaginam e ensinando estratégias para controlar a ansiedade.” Além disso, Marlon ressalta que o papel do dentista é fundamental para o sucesso do tratamento. “O profissional deve criar um ambiente acolhedor, transmitir confiança e educar o paciente, sem jamais forçar ou julgar. Essa postura é essencial para que o paciente se sinta seguro e consiga avançar no processo de superação.”

 
Pazes com o sorriso

Superar o medo do dentista vai muito além da saúde bucal: fortalece a autoestima, amplia a autonomia, estimula a sociabilidade e pode impulsionar conquistas pessoais, promovendo uma transformação emocional e social profunda.

Medo ou fobia?

O medo comum permite certa colaboração durante o atendimento, enquanto a odontofobia provoca reações intensas como sudorese, tremores, crises de choro e até desmaios, levando à evasão total do consultório mesmo diante de dor ou risco à saúde.

 
Acolhimento humanizado

Consultórios preparados para pacientes fóbicos oferecem ambientes acolhedores, com música suave, aromas relaxantes e recepção informal. Antes do tratamento, reservam tempo para conversa e escuta ativa, fortalecendo vínculos e confiança.

Técnicas modernas aliadas à sensibilidade profissional

Sedação consciente, anestesia geral, escaneamento 3D e outras tecnologias minimizam o desconforto. Mas o diferencial está no profissional que conduz o atendimento com empatia, respeitando o tempo do paciente e aplicando estratégias eficazes para controlar a ansiedade.

Preparo específico e empatia no tratamento

Além da formação tradicional, é essencial que o dentista busque capacitação para atender pacientes fóbicos e com necessidades especiais, exercitando empatia e respeitando os limites individuais, evitando abordagens frias ou autoritárias.

Odontofobia: o medo paralisante que afasta pacientes e desafia profissionais da saúde

Por muitos anos ignorada pela própria medicina, a fibromialgia tem o Dia Mundial lembrado neste 12 de maio. A ausência de alterações detectáveis em exames laboratoriais e de imagem em pacientes com o problema gerava descrença até mesmo entre profissionais da saúde. Por se tratar de um diagnóstico difícil, baseado nos relatos dos pacientes e na exclusão de outras enfermidades, muitos a consideravam um “distúrbio psicossomático” ou apenas uma “sensação de dor”.

O problema é que a doença afeta profundamente a rotina, a qualidade de vida e até os relacionamentos. Quem convive com fibromialgia sabe o quanto é desafiador. “As pessoas não entendiam porque eu sempre acordava já cansada”, conta a artesã Raquel Teixeira, de 45 anos, que vivia com dores generalizadas, principalmente nas articulações e coluna, além de um cansaço extremo constante. Após inúmeras consultas e exames que não trouxeram respostas, ela finalmente foi diagnosticada com a síndrome e com artrite reumatoide por sua reumatologista.

Com tratamentos medicamentosos e atividades físicas leves, Raquel começou a sentir algum alívio, mas a jornada segue difícil. “Eu tento manter uma atitude positiva, mas aprendi a respeitar meus limites”, afirma, destacando a dificuldade do cotidiano e a frustração de não ser compreendida até mesmo pelos familiares. A busca por tratamentos contínuos e a adoção de uma rotina de autocuidado tornaram-se essenciais para a artesã gerenciar a dor e o estresse.

Mulheres 

“A fibromialgia acomete entre 3% e 9% da população, com maior incidência em mulheres, numa proporção que pode chegar a 9 para 1, dependendo do estudo. A faixa etária mais afetada está entre os 30 e 60 anos, mas é importante destacar que a síndrome também pode atingir homens, crianças e idosos, muitas vezes de forma despercebida”, explica o médico Rafael Navarrete, coordenador da Comissão de Dor da Sociedade Brasileira de Reumatologia e professor-assistente de Reumatologia da PUC Goiás.

A origem da fibromialgia ainda é incerta, mas acredita-se que fatores genéticos desempenham um papel importante. “Em familiares de pacientes com a doença, o risco de também desenvolver a síndrome é até 8 vezes maior. A condição pode ser desencadeada por fatores como estresse físico ou emocional, abuso na infância e infecções sistêmicas”, explica o médico. Esses gatilhos podem afetar o processamento da dor no sistema nervoso central, causando um desequilíbrio neuroquímico que leva à sensibilização.

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Médico Rafael Navarrete: "A faixa etária mais afetada está entre os 30 e 60 anos" (Divulgação)

Isso faz com que o paciente sinta dor de maneira exagerada a estímulos que normalmente não causam dor (alodinia) e perceba a dor de forma mais intensa (hiperalgesia). Um simples abraço pode ser motivo de desconforto para o paciente fibromiálgico. “Como os sintomas são parecidos com os de outras doenças, como depressão, hipotireoidismo ou doenças reumatológicas, é comum que o paciente passe por diversos especialistas antes de encontrar um reumatologista. A falta de informação sobre a fibromialgia também contribui para esse atraso. Por isso, o diagnóstico precoce e a escuta atenta ao paciente são fundamentais para aliviar o sofrimento e iniciar o tratamento adequado”, destaca a reumatologista Anna Sylvia Gonçalves Reis, do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia.

A fibromialgia se diferencia de outras doenças reumatológicas por não envolver processos inflamatórios ou autoimunes. Em vez de inflamação nas articulações ou órgãos, como ocorre em doenças como artrite reumatoide ou lúpus, a fibromialgia resulta de uma disfunção cerebral que amplifica os estímulos dolorosos, um fenômeno conhecido como sensibilização central. “Isso faz com que o paciente tenha uma percepção aumentada de dor, até mesmo com estímulos não dolorosos, como o frio”, exemplifica. O tratamento é focado no manejo dos sintomas e na melhora da qualidade de vida dos pacientes, incluindo fisioterapia, medicamentos e terapia comportamental.

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Reumatologista Anna Sylvia Gonçalves Reis: "A falta de informação sobre a fibromialgia também contribui para esse atraso" (Divulgação)

Quadro é complexo e desafiador&nbsp;

A fibromialgia é frequentemente acompanhada de fadiga, distúrbios do sono e alterações de memória e humor, tornando-se uma síndrome complexa e desafiadora. O ortopedista e especialista em dor Frederico Barra de Moraes explica que, por muito tempo, o problema foi erroneamente visto como uma doença reumatológica causada por inflamação muscular. Hoje, no entanto, é reconhecida como uma condição neurológica. "A fibromialgia é uma doença neurológica, com alterações no sistema somatossensorial", afirma o médico que é diretor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Regional Goiás (SBOT-GO).&nbsp;

Segundo ele, os pacientes apresentam mais terminações nervosas sob a pele, maior liberação de neurotransmissores excitatórios e menor produção de serotonina na medula espinhal. Classificada como dor nociplástica, a fibromialgia requer um tratamento multifacetado. As opções vão desde terapias não medicamentosas, como acupuntura e atividade física, até procedimentos minimamente invasivos, como bloqueio simpático venoso e eletroestimulação.&nbsp;

A fisioterapeuta Juliane Orcino explica que a fibromialgia é uma condição de dor real, porém invisível, o que pode levar à incompreensão por parte de familiares e amigos. “Os sintomas da fibromialgia não são visuais nem mensuráveis — só podem ser descritos por quem os sente.” Essa dor constante torna atividades simples como comer ou sair de casa menos prazerosas. O exercício físico é um dos pilares do tratamento, mas a sensibilidade aumentada à dor faz com que até estímulos moderados possam gerar desconforto. Por isso, o exercício deve ser tratado como um remédio para evitar exageros.

Segundo Juliane, não há um protocolo único para os pacientes — é necessário ajustar o tipo e a intensidade dos exercícios ao momento de cada um deles. “É preciso encontrar a dose de exercício que proporciona bem-estar e redução dos sintomas.” Modalidades como exercícios aeróbicos, de força, ioga, mindfulness e acupuntura podem ser eficazes. O importante é manter a regularidade, com orientação profissional e respeitando os limites do corpo e da dor.

Dia Mundial da Fibromialgia

O Dia Mundial da Fibromialgia é celebrado em 12 de maio em homenagem a Florence Nightingale, nascida na data em 1820. Considerada a fundadora da enfermagem moderna, Nightingale sofreu por décadas com sintomas que hoje associamos à doença.

Entenda a fibromialgia, síndrome marcada por dores generalizadas e crônicas

SAÚDE

Um par de tênis, uma dose de determinação e lá estão eles, conquistando ruas, pistas e trilhas e traçando seu próprio caminho de superação. Corredores profissionais e amadores fazem da corrida de rua um dos esportes mais populares dos últimos anos. Mas para muitos essa narrativa de superação pode dar lugar a um enredo nada agradável: dores persistentes, lesões traiçoeiras e a frustração de ter que interromper os treinos. Fascite plantar, canelite, tendinite patelar e fraturas por estresse são apenas algumas das sombras que rondam os corredores.

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A gerente financeira Bruna Elisa, de 26 anos, sentiu na pele o impacto de uma lesão. Influenciada por um amigo, ela começou a correr em outubro de 2023. A primeira crise de canelite, porém, surgiu após uma prova de 8 quilômetros, quando sentiu uma dor leve na parte interna da canela, mas decidiu ignorar: “Achava que ia passar com o tempo. Na época, parar ou desacelerar para mim eram duas coisas que nem passavam pela minha cabeça.” Mesmo com o incômodo crescente, seguiu correndo até não conseguir mais manter o ritmo proposto pelo treinador. Só então procurou ajuda médica e descobriu uma lesão.

“Para mim, treino bom era aquele em que eu terminava exausta”, admite. Ela se comparava com outros corredores e não entendia a importância do descanso. Após uma prova em que forçou além do limite, desenvolveu edema ósseo e muscular e precisou se afastar da corrida por mais de um mês. Nesse período, iniciou fisioterapia, adaptou a musculação com foco em fortalecimento e passou a incluir mobilidade nos treinos. Seguir os exercícios adequados propostos pelo professor também foi fundamental. Hoje, ela reconhece que a recuperação foi um processo de aprendizado sobre os próprios limites.

Adaptação 

A maioria das lesões entre corredores acontece justamente porque o volume e a intensidade dos treinos aumentam de forma abrupta, sem a devida adaptação do corpo. Falta de fortalecimento muscular, uso de tênis inadequado e negligência no descanso também são fatores que contribuem para problemas como tendinites e fraturas por estresse. A canelite, segundo o ortopedista Alexandre Albieri, do Hospital Israelita Albert Einstein Goiânia, é caracterizada por uma dor na parte da frente e interna da perna, podendo variar de intensidade até causar inchaço e dificuldade para se movimentar.

O problema atinge corredores que aumentam o volume de treinos abruptamente, sem orientação adequada. “As principais causas incluem sobrecarga mecânica, uso de tênis inadequado e falta de avaliação da mecânica da corrida”, explica. A prevenção envolve fortalecimento muscular, progressão gradativa e escolha correta do equipamento. Quanto ao tratamento, Albieri enfatiza que “o repouso é mandatório para evitar a progressão da lesão”, além de fisioterapia, uso de analgésicos e um retorno gradual às atividades de impacto.

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A fascite plantar é outra vilã silenciosa. Uma inflamação no tecido fibroso que sustenta o arco do pé, ela costuma punir aqueles que ignoram o fortalecimento e a recuperação. “Os corredores mais atingidos são os que treinam grandes volumes sem alongamento adequado, usam tênis errados ou carregam um pouco mais de peso do que deveriam”, explica o ortopedista. O desejo incontrolável de correr mais e mais, sem permitir que o corpo se adapte é um fator de risco. Para os ansiosos, a lição é clara: treinar sem respeitar os limites naturais do corpo é um convite para a frustração.

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Leandro Alves de Oliveira: "O mais importante é respeitar os sinais do corpo. Se houver dor no quadril, é fundamental interromper o exercício e focar no fortalecimento muscular" ()

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No universo das lesões menos óbvias, a tendinite do glúteo médio se destaca. Mulheres, especialmente as que passaram anos sedentárias e de repente decidiram abraçar a corrida, são as vítimas mais frequentes. “O mais importante é respeitar os sinais do corpo. Se houver dor no quadril, é fundamental interromper o exercício e focar no fortalecimento muscular”, alerta o ortopedista Leandro Alves de Oliveira, especialista em quadril. Aqui, a musculação deixa de ser um complemento e se torna uma salvaguarda indispensável.

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Junichiro Sado Junior: "O preparo muscular antes de iniciar os treinos é essencial" ()

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No joelho, a batalha é contra a tendinite patelar e a síndrome da banda iliotibial, duas condições que parecem castigar os mais apaixonados pelas pistas. “O preparo muscular antes de iniciar os treinos é essencial”, afirma Junichiro Sado Junior, ortopedista especialista em joelho. Para aqueles que insistem em desafiar a lógica da progressão gradual, o pior cenário pode se materializar: a fratura por estresse. Pequenas fissuras nos ossos, invisíveis no início, podem se transformar em verdadeiros abismos, exigindo longos períodos de recuperação e, em alguns casos, até cirurgias. “Correr é um ato de paciência tanto quanto de esforço”, pondera o médico Leandro Alves de Oliveira.

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As mais temidas&nbsp;

Confira as lesões que mais atingem corredores e aprenda como evitá-las&nbsp;

Fascite plantar 
Inflamação na fáscia plantar, tecido fibroso na sola do pé, causando dor ao caminhar e correr. Afeta corredores com alto volume de treino, sobrepeso, pés com deformidades e uso de tênis inadequado. A principal causa é a sobrecarga mecânica sem descanso adequado. A prevenção inclui fortalecimento, alongamento, rodízio de calçados e pausas para recuperação. O tratamento envolve repouso, fisioterapia, anti-inflamatórios e, em casos mais graves, injeções de corticoides.&nbsp;

Canelite 
Caracteriza-se por dor na parte interna da perna devido à sobrecarga mecânica e pode evoluir para edema e limitação funcional. Afeta corredores que aumentam bruscamente o volume de treino ou iniciam a corrida sem progressão adequada. A principal causa é a falta de fortalecimento muscular e de avaliação biomecânica da passada. A prevenção inclui treinos progressivos, uso de calçados adequados e fortalecimento da musculatura envolvida na corrida.&nbsp;

Fratura por estresse da tíbia 
Microfraturas na tíbia causadas por impacto repetitivo, frequentes em corredores de alto volume que não respeitam a recuperação muscular. A dor é progressiva e piora durante a corrida. O problema é agravado por treinos excessivos, falta de fortalecimento e biomecânica inadequada. A prevenção inclui rodízio de tênis, controle de carga de treino e fortalecimento.&nbsp;

Tendinite do glúteo médio 
Inflamação do músculo responsável pelo equilíbrio e estabilização do quadril, causando dor ao pisar. É mais comum em mulheres devido ao quadril mais largo e menor massa muscular. A sobrecarga ocorre em quem inicia a corrida sem preparo muscular adequado ou exagera nos treinos. A prevenção envolve fortalecimento dos membros inferiores e musculação antes de iniciar a corrida.&nbsp;

Fratura por estresse do colo femoral 
Microfratura no quadril causada por impacto excessivo, afetando corredores de longa distância. Ocorre dor na virilha, que pode se agravar ao caminhar. A causa principal é a sobrecarga sem períodos adequados de recuperação. A prevenção inclui fortalecimento da musculatura do quadril e controle da carga de treino.

Impacto femoroacetabular 
Atinge corredores jovens (20-30 anos) e causa dor na virilha, podendo levar à artrose precoce. Ocorre devido a uma alteração óssea no quadril que resulta em atrito excessivo nas articulações. O problema se agrava com treinos intensos sem reforço muscular adequado. O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações.&nbsp;

Tendinopatia patelar 
Inflamação do tendão patelar devido ao excesso de treinos sem pausas adequadas. Afeta tanto corredores amadores quanto profissionais. A progressão rápida da intensidade dos treinos e a falta de fortalecimento muscular são as principais causas. A prevenção inclui musculação para preparar os joelhos antes de iniciar a corrida.&nbsp;

Síndrome da banda iliotibial 
Inflamação na lateral do joelho, causada pelo atrito repetitivo da banda iliotibial com o fêmur. Afeta corredores sem fortalecimento muscular adequado, especialmente os que correm em superfícies inclinadas. O problema é agravado pela falta de alongamento e preparação prévia.

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Fontes: Médicos ortopedistas Alexandre Albieri, Leandro Alves de Oliveira e Junichiro Sado Júnior