A Secretaria Municipal de Cultura (Secult) publicou no Diário Oficial do Município, nesta segunda-feira (26/12), o edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura para 2023. O edital destina 4 milhões disponíveis para subsidiar propostas de caráter estritamente artístico-cultural. O prazo para a inscrição de projetos é de 5 de janeiro a 27 de fevereiro de 2023, somente online, pelo link: https://www.goiania.go.gov.br/secult/lei-incentivo/.De acordo com o edital, serão aprovadas propostas de caráter estritamente artístico-cultural que tenham por objetivo promover a criação, produção e difusão artística e cultural, a preservação do patrimônio histórico, artístico e cultural, bem como o estímulo ao amplo conhecimento dos bens e valores culturais na capital. Podem se inscrever pessoa física, pessoa jurídica com fins lucrativos e sem fins lucrativos, com atuação cultural comprovada.Leia também:<a href="https://opopular.com.br/noticias/magazine/veja-roteiro-para-curtir-o-r%C3%A9veillon-em-goi%C3%A2nia-1.2585366" target="_blank">-&nbsp;Veja roteiro para curtir o réveillon em Goiânia</a><a href="https://opopular.com.br/noticias/magazine/programa%C3%A7%C3%A3o-infantil-traz-novidades-para-as-f%C3%A9rias-no-streaming-1.2585356" target="_blank">-&nbsp;Programação infantil traz novidades para as férias no streaming</a>Para aqueles que precisarem de acesso à internet e orientação quanto ao preenchimento do cadastro de inscrição, haverá atendimento presencial na sede da Secult, localizada no Parque Atheneu, e no Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro (foto), na Rua 3, Centro de Goiânia. A pasta lembra que a orientação será somente para a inscrição. O candidato deve estar com o projeto pronto e toda a documentação exigida no edital.“Pela primeira vez, são 35 dias para a inscrição. Nos preocupamos em dar mais prazo para aqueles que precisam elaborar projetos para se inscreverem”, diz o secretário municipal de Cultura, Zander Fábio.

Edital da Lei Municipal de Incentivo à Cultura destina 4 milhões a projetos em 2023

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Empreendedor e estrategista político. É assim que Uugton Batista da Silva, nome escalado para comandar a Secretaria Municipal de Cultura (Secult Goiânia), se define nas redes sociais. Nos próximos meses, o empresário terá em mãos o desafio de manter as políticas públicas para o setor, como a lei de incentivo, além de organizar o cronograma de eventos e ocupação dos espaços culturais, como o Museu de Arte de Goiânia (MAG) e o Centro Cultural Estação Cultura.

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A nomeação de Uugton para ocupar a cadeira até então gerida por Zander Fábio veio acompanhada de susto pelo setor cultural de Goiânia. Durante o segundo turno das eleições, um grupo formado por artistas e produtores até tentou debater com Sandro Mabel (UB) sobre demandas e urgências do setor, mas não houve retorno - diferentemente de Fred Rodrigues (PL), que se encontrou com os profissionais da cultura em reunião na sede da União Brasileira de Escritores - Seção Goiás (UBE), no Centro.

“Não vejo Uugton como uma figura representativa da cultura goiana em sua totalidade. Trabalho há mais de três décadas em Goiás e só ouvi falar dele recentemente, pela imprensa”, adianta a cantora Maria Eugênia. “Pelo que consigo observar, ele representa um segmento musical específico, em particular o sertanejo, que está mais associado à lógica de eventos e ao mercado empresarial do que à promoção da cultura em sua ampla diversidade e profundidade”, completa a artista.

Maria Eugênia destaca que a perspectiva centralizada do sertanejo reduz a riqueza cultural do Estado, que se estende muito além da música, englobando literatura, artes visuais, artes cênicas e outras expressões que definem a identidade de Goiás. “O compromisso de Sandro Mabel era realizar uma gestão técnica, mas essa nomeação revela o contrário: trata-se de uma indicação puramente política”, reitera a cantora.

Uugton é um bolsonarista raiz. Na internet, o goiano esbanja postagens acompanhado de Jair Bolsonaro, além de nomes como Mário Frias, que comandou a pasta cultural do então governo federal. Em 2021, o empresário promoveu um encontro em Brasília (DF) entre artistas sertanejos com o ex-presidente para debater propostas de ajuda para o setor durante a pandemia. Há ainda fotos com nomes goianos, como Amado Batista e Marrone.

O nome de Uugton Batista também está envolvido em polêmicas e processos judiciais, como acusações de violências domésticas, homicídio culposo no trânsito e agressão física. Durante a nomeação, Mabel afirmou que “não há nenhum tipo de processo ativo” contra o futuro auxiliar. “Eu vejo o nome com muita preocupação, principalmente pelo seu histórico um pouco conturbado. Um outro motivo é que eu não sei qual é a conexão que Uugton tem com a cultura de maneira abrangente além da música sertaneja”, argumenta Leo Bigode, produtor do Goiânia Noise há quase 30 anos.

Manter a Secult Goiânia sem incorporá-la em outra pasta já é um dos ganhos da futura gestão de Mabel, segundo especialistas. De acordo com a produtora cultural Fernanda Assis, assim como as outras secretarias, a Cultura necessita de um nome técnico, que entenda as demandas da classe e que saiba da realidade e dos desafios que enfrentará.

“É fundamental um nome que tenha consciência dos mecanismos e legislações vigentes e que lute para a melhoria de ambos. Diferentemente do que a extrema direita prega, não somos inimigos da sociedade, tampouco vivemos às custas do governo”, destaca Fernanda. Atualmente, a economia criativa representa o segundo maior PIB do País. “O dinheiro da cultura é investimento, movimenta a economia, gera empregos e tem retorno de mais de 100% aos cofres públicos”, diz.

Segmento

Compreender que a cultura de Goiânia não é apenas a música sertaneja, mas que o sertanejo também faz parte de sua totalidade é o primeiro caminho para prever e entender o futuro da nova Secult Goiânia. De acordo com o presidente da União Brasileira de Escritores - Seção Goiás (UBE GO), Ademir Luiz, o novo secretário vai precisar lidar com a questão da cultura como um todo e que abrange diferentes áreas e profissionais.

“Sandro Mabel é reconhecidamente um gestor hábil. Com certeza, não nomeou Uugton Batista sem uma avaliação detida. Precisamos dar um voto de confiança. A maior crítica que tenho visto é a filiação do secretário ao segmento sertanejo. Esse é um aspecto que não pode ser visto com uma lente de preconceito”, salienta Ademir.

Uma das sugestões do escritor é criar uma parceria entre Uugton com a secretária Estadual de Cultura, Yara Nunes. “Trabalhando juntos, podem fazer uma revolução administrativa no segmento cultural”, comenta.

Nas redes sociais, o cantor e compositor sertanejo Henrique publicou um vídeo em que parabeniza Mabel pela nomeação do empresário. “Foi uma excelente escolha que o nosso prefeito fez. Tenho certeza que Uugton vai fazer um ótimo governo e olhar para nossa cultura, para as duplas sertanejas e para as diversas áreas com muito carinho”, disse. A reportagem entrou em contato com outros artistas e produtores do sertanejo, mas não obteve retorno até o fim desta edição.

Demandas da próxima gestão

“O principal desafio de Uugton Batista será compreender a riqueza cultural de Goiânia, valorizando todos os segmentos além da música sertaneja”, comenta a produtora cultural Laila Santoro, que já foi presidente do Conselho Municipal de Cultura. O plano de governo de Sandro Mabel (UB) para a área cultural fala em democratizar o acesso a recursos do Fundo Municipal de Cultura por meio da elaboração de editais anuais para atividades do setor.&nbsp;

O novo prefeito, que tem apoio do governador Ronaldo Caiado (UB), ainda destaca a criação de um Hub intitulado Goiânia Capital da Música Sertaneja, que prevê uma integração de museus, espaços para produtores e artistas, além de uma escola de formação técnica em música. “Uugton precisa evitar retrocessos, continuar e ampliar os programas existentes, fortalecer a secretaria com infraestrutura e concursos públicos, e, acima de tudo, ouvir e dialogar com os fazedores de cultura que atuam diretamente na capital”, assinala.&nbsp;

Para o professor e diretor cênico Rafael Blat, o novo secretário precisa entender a importância das várias áreas da cultura &nbsp;da cidade, como as artes visuais, audiovisual e cultura popular. “Essa indicação poderá estar mais ligada ao campo da política de turismo e de influências do que uma política técnica de compromissos com a pasta de uma secretaria de cultura”, salienta o profissional.

Profissionais da cultura reagem à nomeação de Uugton Batista para a Secult Goiânia

POLÍTICA 

O Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica) tem data marcada e primeiras atrações musicais anunciadas para 2024: de 11 a 16 de junho, a cidade de Goiás recebe a 25ª edição do festival com shows de Geraldo Azevedo e Chico César. Já em Pirenópolis, de 3 a 8 de setembro, o Canto da Primavera movimenta o cenário musical de Goiás em sua 23ª edição, que já tem a cantora Maria Gadú confirmada na programação. Os anúncios foram feitos durante a coletiva de imprensa para abertura do calendário cultural 2024 e lançamento do pacote de investimentos em cultura e empreendedorismo Impulso Goiás no valor de R$ 546 milhões na tarde desta quinta-feira (1), no Centro Cultural Oscar Niemeyer.

O pacote será executado pelas Secretarias da Retomada e da Cultura e destinado ao fortalecimento das economias locais em regiões turísticas do Estado. O investimento do governo de Goiás será por meio de festivais como o TeNpo - Mostra de Teatro Nacional de Porangatu, Fica, Canto da Primavera e Procissão do Fogaréu, além de festividades tradicionais como as Cavalhadas. Também será destinado ao Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) e às leis de apoio à cultura, com repasses para shows gratuitos do projeto Claque Cultural, do Fundo de Arte e Cultura (FAC) e do Programa Goyazes confirmados.

Apresentaram o projeto a primeira-dama Gracinha Caiado, representando o governador Ronaldo Caiado (UB), a secretária da Cultura, Yara Nunes, o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral, o secretário da Retomada, César Moura, o diretor regional do Sesc e do Senac Goiás, Leopoldo Veiga Jardim, o presidente da Fecomércio Goiás, Marcelo Baiocchi, o superintendente do Sebrae Goiás, Antônio Carlos Neto, e o presidente da comissão de turismo da Assembleia Legislativa, Coronel Adailton.

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No pacote do governo estadual também entram R$ 15 milhões que bancarão a edição 2024 do Claque Retomada Cultural e R$ 5 milhões para parceria com o Sesc para a realização de 24 shows em Goiás. Marcelo Baiocchi apresentou algumas ações que serão realizadas pelo Sistema Fecomércio Sesc e Senac Goiás em parceria com o Estado. “Vamos realizar junto com o Estado de Goiás o TeNpo, Fica, Canto da Primavera. Teremos, ainda, o Projeto Araguaia e mais quatro shows nacionais que o Sesc vai patrocinar. Além disso, faremos a tradicional Festa Junina da OVG com show nacional e o Natal da OVG”, disse.

O presidente da Fecomércio completou dizendo que, para a transferência dos Poderes para a cidade de Goiás, ato simbólico realizado no dia 25 de julho desde 1983 em razão do aniversário da cidade, também haverá um show nacional a ser confirmado. O titular da Retomada, César Moura, explicou que o Claque Cultural foi destaque nacional no ano passado e que vai receber mais investimentos neste ano. “A maior maratona cultural do Brasil é do Estado de Goiás, em parceria com o Sesc. Fomos intimados pelo governador a continuarmos com esse título, por isso teremos novamente o Claque e com um investimento maior na área de gastronomia”, disse.

A secretária de Cultura, Yara Nunes, anunciou que em março será lançado o primeiro edital de ocupação do prédio do Tribunal Regional do Trabalho, no Setor Bueno. “Nossos equipamentos culturais acabaram ficando pequenos, então vamos a partir deste ano ocupar prédios e espaços públicos que vão além do Poder Executivo para que os artistas goianos possam expressar sua arte e, principalmente, para que a população possa consumir e estar cada vez mais próxima da cultura”, disse. 
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Autoridades destacaram importância dos investimentos culturais (André Saddi)

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A primeira-dama destacou a importância da geração de empregos por meio da cultura e do turismo em sua fala. “O investimento em cultura tem de ser política não de governo, mas de Estado. Nós temos a obrigação de garantir oportunidades para as pessoas”, ressaltou. “É uma satisfação enorme ver que o setor cultural está crescendo a cada dia, a cada momento, gerando emprego e renda, movimentando o turismo e a economia do interior.”

No evento, houve a assinatura do Termo de Parceria Institucional do governo do Estado, por intermédio da Secretaria da Retomada, e o Sistema Fecomércio, Sesc e Senac para realização de eventos culturais neste ano de 2024 com o objetivo de fomentar o turismo e fortalecer a economia dos municípios goianos.

Também foi lançado na ocasião o Passaporte Goiano, em parceria com a Comissão de Turismo da Alego. O documento é ilustrado com fotos de atrativos turísticos das 11 regiões que englobam os 95 municípios do Mapa do Turismo Goiano, com espaço para anotações das visitas com data e assinatura de quem recebe o turista. “As pessoas poderão dar sua opinião dos locais que visitou e ainda dar sugestões de melhoria. Nossa ideia, além de fomentar as visitas, é melhorar cada vez mais o turismo, cultura e desenvolvimento do Estado de Goiás”, disse o Coronel Adailton. 
 
Carnaval 2024 
Entre os anúncios das ações contempladas pelo pacote Impulso Goiás está o apoio às festas de carnaval em cidades do interior do Estado, como Jaraguá, cidade de Goiás, Aruanã, Caiapônia, Pirenópolis, Britânia e Três Ranchos. Em Goiânia, o governo patrocina eventos integrantes da Liga dos Blocos - pré-Carnaval Oficial de Goiânia, criada em 2024.

Governo libera pacote de R$ 546 milhões para a cultura

Política cultural

A recriação do Ministério da Cultura (MinC) sob comando de Margareth Menezes foi uma das primeiras ações do Governo Lula. Neste momento, profissionais da pasta têm muito trabalho em mãos: além de reelaborar as secretarias e políticas públicas do ministério, eles precisam dialogar com a sociedade sobre o papel e a importância da arte brasileira. O goianiense Deryk Santana, 33, nascido na Campininha das Flores, como ele mesmo gosta de apontar, assumiu no último mês a diretoria de Políticas para Trabalhadores da Cultura, dentro da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural. Turismólogo, educador, produtor cultural e mestrando em Performances Culturais na UFG, o goiano trabalha e estuda produção e gestão cultural há mais de 10 anos. Esteve, por exemplo, na Secretaria Municipal de Cultura e foi produtor do Instituto Federal Goiano da Cidade de Goiás. Em entrevista ao POPULAR, Deryk fala sobre desafios, cenário atual e relações entre as políticas culturais de Goiás. 
 
Como se deu o convite para você assumir a diretoria de Políticas para Trabalhadores da Cultura, dentro da Secretaria de Economia Criativa e Fomento Cultural do MinC?

Eu participei da elaboração do Plano de Reconstrução e Transformação do Brasil e do Plano de Governo. Também sou secretário nacional adjunto de Cultura do PT. No início da transição fui convocado enquanto servidor público para ser um dos coordenadores técnicos do Grupo de Trabalho da Cultura do Governo de Transição, responsável pelo diagnóstico do setor e pelo relatório que norteou a recriação do MinC. No final da transição recebi o convite para integrar a equipe do ministério.

Para você, quais os maiores desafios nestes primeiros meses de governo pós retomada do MinC?

Estamos em um momento que não é só de reconstrução do Ministério e de retomada das políticas públicas, mas também de repactuação com a sociedade sobre o papel da arte e da cultura no nosso País. Então, além da volta do investimento, temos neste ano o maior orçamento da história do MinC, R$ 10 bilhões, com as leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2. Faremos nos próximos dias a reformulação da Lei Rouanet, que agora terá mais mecanismos de descentralização dos recursos e para acelerar o processo de aprovação e prestação de contas. Vamos realizar a Conferência Nacional de Cultura, fazendo um amplo debate sobre nossa cultura em todos os territórios do País para coletivamente construir o novo Plano Nacional de Cultura, consolidar o Sistema Nacional de Cultura, criar os escritórios do MinC e os comitês de Cultura em todos os estados. Teremos um ano intenso.

Nos últimos anos, a classe artística foi uma das mais afetadas pela pandemia: uma das primeiras a serem atingidas, ainda em 2020, e as últimas a retomarem seus trabalhos. Como encontra-se este cenário em 2023? 

Essa diretoria de Políticas para os Trabalhadores da Cultura é também uma resposta à pandemia, pois nesse período vimos, da pior forma possível, que esses trabalhadores passam fome se não tiverem como realizar seus ofícios, vender ingresso, montar eventos, reunir pessoas. Ficou gritante o quanto as relações de trabalho do setor são sazonais e precarizadas e o quão urgente é garantir direitos trabalhistas para essa população de mais de 5,5 milhões de trabalhadores. Temos pesquisa que indica que levaremos uma década para recompor a mão de obra que saiu do setor e foi viver de outra coisa. Por isso, nosso trabalho será baseado nos eixos de aumento da qualificação e da renda, reconhecimento e regulamentação das profissões da cultura e da economia criativa, e garantia de direitos culturais e trabalhistas.

Como vocês encontraram a pasta de cultura à nível federal depois de quatro anos de Governo Bolsonaro?

Encontramos a pasta de cultura destroçada, mas os servidores e a classe se organizaram e resistiram nesse período em que a ordem era criminalizar o fazer cultural que não fosse ligado aquilo que o bolsonarismo entendia como arte. A extrema direita propagou uma verdadeira guerra cultural contra nossa diversidade, que é uma das nossas maiores riquezas. É nítido o retrocesso que tivemos em termos econômicos, sociais e principalmente culturais, tínhamos mais de R$ 1 bilhão parados na Lei Rouanet que já haviam sido aprovados e captados que eles simplesmente não liberavam a execução do projeto sem qualquer justificativa técnica. Eles faziam questão de reduzir o orçamento e preferiam devolver dinheiro a fazer políticas culturais. Queriam matar nossa diversidade cultural de inanição.

Muito se fala sobre economia criativa, mas, qual os mecanismos para ela ser aplicada nos interiores brasileiros? 

Investimento, formação, regulamentação, comunicação e vontade política. Hoje a sustentabilidade está cada vez mais no centro do debate mundial e a economia criativa gera empregos e renda com baixa pegada de carbono que envolvem a economia verde, a diversidade e a criatividade e desses ativos nossos interiores estão cheios. Basta que o poder público reconheça sua importância nessa transição. Hoje temos no MinC uma diretoria específica que trata da economia criativa, mas compreendemos a transversalidade dessa pauta com diversas outras pastas do governo e a necessidade da participação da sociedade civil.

Como fica o programa Vale Cultura, que foi desmontado nos últimos anos?

O Vale Cultura é a única política nacional que garante o consumo de arte e cultura e injeta dinheiro direto, mensalmente, na cadeia produtiva, além de ser pedagógico na medida em que ao destinar uma verba exclusiva para isso a pessoa compreende que aquilo tem valor, que é feito por um trabalhador que merece remuneração e direitos. Temos uma grande agenda com o Vale nesse próximo período. Vamos realizar uma pesquisa sobre seu impacto na nossa cultura e na economia, depois vamos levar esses dados para o Congresso para debater a volta do incentivo fiscal, suspenso desde 2017, e reformulações necessárias como o valor recebido pelo trabalhador. Mas o grande sonho é ver o Vale Cultura inserido no Bolsa Família. Imagina garantir o direito do acesso à cultura da parcela mais necessitada da nossa população? Isso seria revolucionário!

Em Goiás, a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) está sob administração da secretária interina, Yara Nunes. Como você enxerga a saída do ex-secretário Marcelo Carneiro?

Não conhecia a Yara até ela assumir, mas logo na primeira semana no MinC ela me procurou para estabelecer relações, a recebi no Ministério e a acompanhei em agendas em outros setores lá. Ela colocou Goiás à disposição para construção de parcerias e implementação de projetos pilotos.

Como está a relação e abertura da política cultural goiana com o MinC?

Com nova estrutura institucional, a abertura do escritório no Estado e a criação do comitê de Cultura, o Ministério estará muito mais presente nos territórios, construindo políticas de baixo pra cima. Além disso, agora temos lá na gestão alguém do cerrado goiano que entende estar lá não como uma conquista pessoal, mas do movimento cultural goiano que me formou e do qual orgulhosamente faço parte. Nossa vocação, enquanto campo democrático, e a orientação do Ministério é o diálogo sempre, então as portas estão sempre abertas para todo o povo e especialmente para nossos conterrâneos.

Leia também:

<a href="https://opopular.com.br/cidades/2023-sera-o-ano-da-retomada-analisam-produtores-culturais-de-goias-1.2587223" target="_blank">-&nbsp;2023 será o ano da retomada, analisam produtores culturais de Goiás</a>

<a href="https://opopular.com.br/magazine/cultura-deve-renascer-em-2023-com-lula-e-a-volta-do-ministerio-e-lei-aldir-blanc-2-1.2586100" target="_blank">-&nbsp;Cultura deve renascer em 2023 com Lula e a volta do ministério e Lei Aldir Blanc 2</a>

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Goianiense Deryk Santana sobre o MinC: "Encontramos a Cultura destroçada"

Entrevista

O senador Vanderlan Cardoso não compareceu à convenção de seu partido, o PSD, na manhã desta sexta-feira (5). A sigla oficializa a candidatura de Vilmar Rocha ao Senado, ao lado do governador Ronaldo Caiado (UB), mas Vanderlan apoia Vitor Hugo (PL). Sua esposa, <a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/coluna-giro-1.145054/casada-com-vanderlan-izaura-diz-que-topa-ser-vice-de-vitor-hugo-1.2504236" target="_blank">Izaura Cardoso (PL), deve ser, inclusive, a vice do candidato de oposição</a>.Nos bastidores, aliados dizem que o senador chegou ao fim do período de negociações de alianças com divergências com Vilmar e a forma como as conversas foram conduzidas. Vanderlan tentou levar o PSD para a chapa de Vitor Hugo, mas a articulação não prosperou.À coluna Giro, nesta quinta-feira (4), Izaura disse estar disposta a integrar a chapa do candidato bolsonarista. "Meu nome é pronto. Com mais de 15 anos ao lado do Vanderlan na política me sinto&nbsp;preparada para tudo. Tem essa possibilidade de ser vice e também a possibilidade da suplência (de Wilder Morais, no Senado). Estamos participando, gostando e vendo", afirmou.Leia também:-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/coluna-giro-1.145054/casada-com-vanderlan-izaura-diz-que-topa-ser-vice-de-vitor-hugo-1.2504236" target="_blank">Casada com Vanderlan, Izaura diz que topa ser vice de Vitor Hugo</a>-&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/noticias/politica/vilmar-rocha-a-estrutura-pol%C3%ADtica-da-alian%C3%A7a-tem-que-apoiar-o-candidato-do-psd-1.2504350" target="_blank">Vilmar Rocha: “A estrutura política da aliança tem que apoiar o candidato do PSD”</a>