Ana Cláudia Teles dos Reis, de 34 anos, é uma daquelas mulheres apaixonadas por esportes. Tanto que escolheu a educação física como profissão. Porém, assim como grande parte delas em idade fértil, Ana Cláudia sofre mensalmente com dores das cólicas menstruais que acabam a impedindo de praticar atividades físicas, em especial a musculação. “Os primeiros dias do meu ciclo menstrual são os piores por causa das dores. Evitava ir à academia justamente para não agravá-las”, conta.A coisa mudou de figura quando a professora trocou a sala de musculação pela de pilates. Lá, ela descobriu que existem exercícios específicos para aliviar cólicas menstruais. Eles melhoram a circulação sanguínea pélvica, promovendo melhor oxigenação e relaxamento da musculatura. Além de liberar hormônios que auxiliam no alívio das dores. As temíveis cólicas são provocadas pelo aumento na liberação de prostaglandina, uma substância estimulante que contrai o útero, a fim de eliminar o endométrio em forma de sangramento.“O pilates também atua no melhor funcionamento da bexiga, trompas, útero e intestinos, melhorando o equilíbrio entre os líquidos corporais e o fluxo sanguíneo, reduzindo ansiedade e depressão principalmente no período pré-menstrual”, ressalta a fisioterapeuta Ana Luisa Marçal. Segundo uma pesquisa do Ibope, 76% das mulheres brasileiras sofrem com cólicas menstruais todos os meses.De intensidade variada, podendo atingir mulheres de todas as idades, em alguns casos, as cólicas e os efeitos da menstruação chegam a impactar diretamente as atividades do cotidiano, reduzindo a qualidade de vida. Mulheres que sofrem com cólicas, por serem mais tensas ou sedentárias, e pacientes que chegam no pilates por indicação médica, são o perfil mais comum nas aulas da professora Mariângela de Aquino e Moura.Ela explica que o pilates é fundamentado por sete princípios e a respiração é um deles. “Respirar corretamente favorece os movimentos da musculatura de tronco e assoalho pélvicos, tirando a tensão. A prática respiratória leva a uma sensação de calma e os movimentos pélvicos, que fazem parte da aula de pilates, ajudam na melhora da tensão e fortalecimento da região”, explica. As aulas acabam sendo uma alternativa para quem quer evitar o uso de remédios durante as crises.No entanto, é preciso cuidar para que os exercícios sejam menos intensos, controlando sempre a respiração para diminuir as tensões que potencializam as cólicas. Normalmente, elas chegam associadas a outros sintomas, como dores de cabeça, diarreia ou obstipação, náuseas, tonturas e irritabilidade. O fisioterapeuta Gleydston Vânio Assis Silva lembra que a osteopatia - prática de medicina alternativa, que consiste na utilização de técnicas de mobilização e manipulação articular, bem como de tecidos moles - também pode ser aliada no combate às dores.“Trabalhamos na liberação das aderências e falta de movimentação nos tecidos que impedem a ação normal do ciclo menstrual. Fazemos um equilíbrio da coluna lombar com os ossos do quadril, facilitando a drenagem linfática e venosa, desobstruindo a região pélvica, e trabalhamos a mobilidade e motilidade, movimento próprio da víscera, do útero e ovários para melhorar o funcionamento das vísceras. Isso evita compressões, bloqueios, aderências, e as ptoses, que são as quedas.” Feito o tratamento, é comum que o profissional indique as aulas de pilates para a continuidade do trabalho de equilíbrio muscular pélvico.Para não errarExcessos de exercícios durante a menstruação não são indicados e deve ser priorizada a realização de atividades mais leves para que o corpo possa obter os benefícios do bem-estar. Por isso o pilates para cólica menstrual é uma ótima opção, assim como ioga, caminhada ou um passeio leve de bicicleta.