De que forma estamos envelhecendo? Está sendo um envelhecimento saudável, do ponto de vista médico e psicológico? A partir de qual idade devemos nos preparar para a velhice? O Globo Repórter desta sexta-feira (2), se dedica à nova longevidade do brasileiro. Os repórteres Edney Silvestre e Janaína Lepri contam com a ajuda de especialistas e, sobretudo, de quem já está na terceira idade sem medo dos anos acumulados para responder a essas e outras perguntas.Entre os destaques do programa, um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) – feito pela primeira vez no Brasil com cerca de 9 mil pessoas acima dos 50 anos – revelou: a idade não é o principal indicador de saúde e independência entre as pessoas mais velhas. Atualmente, o que conta é a idade biológica. Ou, como chamam os pesquisadores, a Capacidade Intrínseca. Ao todo, cinco pilares constituem esse conceito do novo envelhecimento saudável – a cognição, a vitalidade, a mobilidade, o sensorial e o psicológico.Em outras palavras: não basta apenas ter uma boa saúde física, é preciso ir além para viver mais e melhor. Isso quer dizer não somente ter uma boa alimentação, mas também conviver com uma rede de amigos, estar atento à saúde mental, além de estar sempre em movimento - tanto o corpo, como a mente. O programa mostra também que a idade não é um fator limitador para se iniciar algo novo.Leia também:- Confira o resumo das novelas desta quinta-feira, 1º de dezembro de 2022- Marília Mendonça é a mais ouvida no Spotify pelo segundo ano consecutivoO cantor e compositor Leo Jaime, de 62 anos, fala sobre como a prática do balé como atividade física o tem ajudado. “Foi quebrar preconceitos meus e da sociedade. Existe o medo do julgamento alheio”, assume o cantor.O programa traz também uma aula diferente indicada a quem sente que o corpo está “enferrujando”. À frente do projeto, que acontece em São Paulo e usa técnicas de psicomotricidade, está o coreógrafo Ivaldo Bertazzo, que há mais de 40 anos atua com reeducação dos gestos.Os exercícios misturam equilibro, raciocínio, noção do espaço, além do controle da postura e dos movimentos. Muitos destes podem ser repetidos em casa, durante a rotina, com ferramentas comuns como toalhas de banho, por exemplo, que podem auxiliar no alongamento dos braços e das pernas. De acordo com Bertazzo, todo esse conjunto faz despertar a consciência corporal.“Já conhecia o Ivaldo Bertazzo e sempre fui admiradora do trabalho dele. Mas jamais pensei em ter a oportunidade de experimentar uma aula do método que ele criou. Foi uma tremenda experiência, pois pude aprender que é possível treinar nosso corpo para envelhecer com autonomia, colocando consciência nos movimentos que executamos no dia a dia. Sempre é tempo de ganhar força e flexibilidade”, diz Janaína Lepri.Muitos podem se perguntar: a partir de qual idade devemos nos atentar para uma velhice saudável? A resposta é: não tem idade certa. O que é fundamental é, ao longo dos anos, criar uma espécie de “poupança de vida” a partir da prática regular de atividade física, alimentação balanceada e treinamento da memória e cognição. Isso ajuda, segundo os especialistas, no enfrentamento de eventuais problemas de saúde que possam surgir a partir dos 60 anos.“A vida pode ficar mais divertida, mais saudável e mais independente depois dos 60 anos. Há uma crença na maldição do envelhecer, mas a ciência hoje afirma que existe um caminho melhor para a longevidade. Envelhecer, pasmem, pode ser bacana”, garante Edney Silvestre. Ele destaca dona Lulu, de 88 anos, uma das suas entrevistadas no programa da semana, como um dos grandes exemplos de como é importante transformar o inevitável envelhecimento em algo positivo e alegre.