Um dos festivais mais queridos dos goianos e mais longevos e importantes do rock independente nacional está de volta depois de dois anos de portas fechadas à força pela pandemia da Covid-19. O Goiânia Noise será realizado desta terça-feira (15) até sábado (19), numa programação on-line com 20 shows, palestras e oficinas. As bandas vão se apresentar ao vivo no Centro Cultural Martim Cererê, com transmissão em tempo real pelo canal da Monstro Discos no YouTube.“Montamos toda a estrutura de show, sem público. Será a mesma dinâmica de um festival presencial, quando terminar uma apresentação, desmonta e monta o palco para a próxima atração. Selecionamos para essa edição digital bandas veteranas e uma geração nova do rock goiano”, comenta o produtor do evento Leonardo Razuk. Valorizar, divulgar e fomentar o cenário roqueiro local sempre foi a fórmula do Goiânia Noise, que tem mais de 25 anos de história.A programação é 100% goiana com destaques para os shows das bandas Rollin’ Chamas, Casa Bizantina, The Galo Power e Violins. Nomes do interior marcam presença e estreiam no palco do Goiânia Noise, caso de Amanda Canto Violado, de Anápolis, Casulo Fantasma, de Uruaçu, e Vulture Bones, de Jataí. Veteranos também tocam pela primeira vez, caso de PatoCan, projeto instrumental de Sérgio Pato ao lado do guitarrista e produtor turco Can Kanbay criado em 2016; dos roqueiros do Sunroad, e do solo do baterista Fred Valle.Segundo Leonardo Razuk, a proposta da curadoria ao montar a grade de apresentações foi, principalmente, fortalecer as bandas goianas que ficaram em situação complicada, sem palco para tocar nos últimos dois anos por conta da pandemia. “O objetivo foi dar uma reerguida e um apoio para que as bandas continuem apresentando seu trabalho, ao mesmo tempo em que profissionais também têm uma nova oportunidade para voltar ao trabalho”, reforça o produtor.Não só de música se faz um festival. A programação do Noise discute formação e qualificação profissional, tanto musical como de mercado, nos três primeiros dias de evento por meio de palestras e oficinas gratuitas. Profissionais goianos vão abordar temas como música e mercado, com o produtor João Lucas da Fósforo Cultural, marketing musical, a cena musical pós-Covid, técnicas de gravação em home studio, criação de vídeos para redes sociais, e técnicas e palco para shows.EnsaioA ideia da edição on-line, que conta com apoio da Lei Aldir Blanc, é ser um ensaio para o retorno presencial do Goiânia Noise em maio. Razuk adianta que várias bandas já estão contratadas desde 2020, na edição que precisou ser cancelada após a publicação do decreto estadual proibindo shows. “O festival com público está praticamente definido. Estamos apenas fazendo alinhamentos e rearranjos na programação por conta de questões de agenda dos artistas”, conta.A tarefa não vem sendo nada fácil para a organização do Noise. Muitas atrações que estavam contratadas desde 2020 fecharam suas portas ou passaram por reformulações no período de pandemia, caso da banda de thrash metal Nervosa (SP). A formação consolidada com Fernanda Lira (voz e baixo), Prika Amaral (guitarra) e Luana Dametto (bateria) não existe mais. Fernanda fundou um novo conjunto chamado de Crypta e Prika se juntou a Diva Satanica (vocal), Mia Wallace (baixo) e Eleni Nota (bateria) na nova formação da Nervosa.Outro grupo que estava confirmado na programação do Noise na edição antes do início da pandemia e que acabou em novembro de 2021 foi a banda paulista de grunge e garage rock Violet Soda, formada por Karen Dió (voz e guitarra), Murilo Benites (guitarra), André Dea (bateria) e Tuti AC (baixo). “Estamos revendo alguns contratos, mas a previsão é trazer nomes nacionais”, garante Razuk. Ratos de Porão, Pato Fu, Odair José, Camisa de Vênus e Raimundos são alguns dos nomes que passaram pelo palco do festival goiano.Por conta da pandemia, mais uma possível mudança para a edição presencial será a busca por um novo endereço. O Martim Cererê voltou a receber o Goiânia Noise em 2018 depois de três anos sem ser ocupado pelo evento – o templo do rock goiano abrigou pouco mais de dez edições do festival. “Estamos estudando a possibilidade de fazer em um lugar ao ar livre porque o Cererê é maravilhoso, mas é fechado e, nesse momento, é mais prudente fazer em um local aberto, e isso vai demandar um custo maior”, comenta Razuk.ProgramaçãoTerça-feira (15)16h – Palestra: Música e Mercado, com João Lucas (Fósforo Cultural)18h – Oficina: Como gravar seu disco em casa, com Maurício Lavenère19h30 – Show: Melodizzy20h30 – Show: Rural Killers21h30 – Show: PatoCanQuarta-feira (16)16h – Palestra: Marketing Musical, com Alexandre Ktenas18h – Oficina: Como produzir vídeos para redes sociais e Youtube, com Sandro Almeida (Âncora Filmes)19h30 – Show: Murder20h30 – Show: Casa Bizantina21h30 – Show: SunroadQuinta-feira (17)16h – Palestra: A Cena Musical Pós Covid, com Leo Pinheiro e Leo Bigode18h – Oficina: Técnicas de Palco para um Bom Show, com Leozinho Roadie19h30 – Show: Underdog Pack20h30 – Show: Sheena Ye21h30 – Show: Rollin' ChamasSexta-feira (18)18h – Show: União Clandestina19h – Show: Amanda Canto Violado (Anápolis)20h - Show: Manaiê21h – Show: ViolinsSábado (19)15h – Show: Casulo Fantasma (Uruaçu)16h – Show: Vulture Bones (Jataí)17h – Show: Kamura18h – Show: Black Lines19h – Show: Fred Valle20h – Show: Jukebox From Hell21h – Show: The Galo PowerShows: Goiânia Noise FestivalData: De terça-feira a sábadoOnde assistir: Canal da Monstros no YouTubeEvento gratuito-Imagem (1.2402951)-Imagem (1.2402947)-Imagem (1.2402946)-Imagem (1.2402945)-Imagem (1.2402944)