Ana Flávia Abrão conta que o seu pai, Pedro Abrão Junior, se interessou em adquirir o hotel do governo do Estado nos anos 1990 como forma de homenagear a sua mãe, Margarida Abrão, e sua família, que são naturais do município. “No início, a população teve um pouco de dificuldade de aceitar a nova direção privada, já que era um hotel do Estado. Foi um choque cultural. Ao longo do tempo, sendo a minha família de Goiás, a gente foi se aproximando da comunidade local”, lembra.Localizado no alto de um platô, cercado por morros e natureza, o hotel tem como grandes destaques a vista e a área de lazer. “É um lugar assim que as famílias tradicionais de Goiás sempre fizeram seus eventos e celebrações. Hoje tenho 38 anos; então, quando meu pai adquiriu eu era criança, também vivi muitas histórias com esse hotel”, conta. Após sua formação como administradora na cidade de São Paulo, Ana Flávia decidiu entender mais sobre a cultura vilaboense para assumir a administração do hotel e a gestão do dia a dia.“Esse caráter próximo da comunidade e aconchegante é muito característico do hotel. A própria localização, no alto do morro, acabava distanciando a população dele, algo que trabalhamos nos últimos 30 anos”, diz. A gestão do hotel, no entanto, acabou ficando distante dos focos de negócios da família nos últimos anos, segundo a empresária. “Ainda assim não aceitamos as primeiras propostas para vender pela ligação emocional que temos com o hotel. Não fossem todos esses benefícios para o município que reconhecemos nas negociações, acredito que não teríamos vendido”, comenta.O Sesc possui hotéis e pousadas em outros municípios goianos, como Caldas Novas e Pirenópolis, e vem atuando na cidade de Goiás com mais afinco recentemente, na co-realização de eventos como o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). “O Sesc está atuante na região e se aproximando da cidade. Assim, não vão impor mudanças e realizar um choque cultural. Acreditamos que eles chegaram com calma, para entender a cidade e estão munidos de cultura vilaboense para tocar o hotel daqui para frente”, diz Ana Flávia.