Após um dia de forte chuva em janeiro de 2021, a jornalista e escritora Ana Cláudia Rocha deu início a um projeto que sempre esteve aquecido no seu coração, mas por várias vezes deixado em segundo plano, talvez pela correria do dia a dia. Depois de quase dois anos, o momento é de celebração para a ex-colunista do POPULAR com a conclusão do primeiro livro A Menina Que Eu Não Abracei, publicado pela editora Kelps, que será lançado na terça-feira (29), a partir das 19 horas, no espaço Maktub Festas.“Há tempos eu pensava em escrever um livro, mas nunca iniciava. Escrevi algumas crônicas e as deixei guardadas. Durante a pandemia, senti necessidade de buscar atividades que aliviassem a tensão e o medo. Decidi relatar a experiência e iniciei um projeto que batizei de QuintAna. A cada quinta-feira eu escrevia uma crônica e postava nas minhas redes sociais. As inspirações vinham do que me cercava naqueles dias difíceis e também de personagens com quem convivi ao longo dos tempos. Logo resolvi publicá-las”, conta a jornalista.O livro traz mais de cem crônicas, boa parte inéditas, e está dividido em seis capítulos, cada um focado em um tema, como os momentos de pandemia, natureza e pessoas que marcaram e deixaram lições de vida para a autora. A jornalista também presta uma homenagem para a sua mãe, Ana Vale Rocha, por conta do seu centenário de nascimento, completados em novembro. “Sempre gostei de contar histórias, acho que por herança de um hábito que vivi com minha mãe. Isso inclusive está relatado em um texto”, comenta.Ao longo de quase 300 páginas, Ana Cláudia Rocha se coloca como uma observadora das histórias que não passaram despercebidas na sua frente, como a que testemunhou e deu nome ao livro. “Nela eu narro uma cena desagradável e triste que presenciei em uma loja, quando uma mãe humilhou sua filha. Minha vontade era de abraçar a menina, mas, por receio, apenas observei a discussão de ambas. Incomodada com minha falta de atitude, comentei com minha psicóloga e usei a expressão ‘a menina que eu não abracei’”, lembra.Leia também:- Bonnie Tyler promete show incrível em Goiânia: “Quero que todos cantem junto comigo"- Expo Joias conta com show e palestras gratuitas em PirenópolisA cena nunca saiu da memória dela. “Sem nunca me esquecer do fato, cerca de três anos depois escrevi a crônica. Ao redigir, percebi que há tantas outras pessoas que eu gostaria e deveria ter abraçado, acolhido, inclusive eu mesma”, afirma. O livro traz ainda uma crônica, a primeira publicada no seu perfil no Instagram (@anarocha64), Escrever Liberta, título que resume a motivação do livro. “Um projeto que vem me libertando de todas as mazelas deste tempo de trovoada, medo e escuridão.”HistóriaNascida em Goiânia, desde pequena, o caminho de Ana Cláudia Rocha foi voltado a contar histórias. Na infância, foi repórter e diretora de jornal do colégio onde estudava, o Instituto Santo Tomás de Aquino. Aos 10 anos, entrevistou personalidades como os escritores Cora Coralina e Miguel Jorge. Mais tarde formou-se em jornalismo pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Ela chegou a trabalhar como redatora em agência de publicidade, mas fez carreira no jornalismo e por mais de 30 anos exerceu os cargos de repórter, colunista e subeditora no POPULAR.A Menina Que Eu Não Abracei é a estreia solo da jornalista, que tem textos publicados em coletâneas como Campininha das Flores, Histórias de Ternura e Memórias de Rocha - Vida e Obra de Benedito Odilon Rocha. “Espero que este seja o primeiro de muitos outros. A escrita das crônicas foi interrompida durante a edição do livro. Mas sinto vontade de retomar e já tenho personagens que me trouxeram boas histórias. Também tenho projeto de um romance e vontade de fazer biografias. Vamos ver até onde a literatura me conduzirá”, diz.Filha dos corumbaenses Benedito Odilon Rocha e Ana Vale Rocha, mantém forte ligação com Corumbá de Goiás, onde nasceram alguns de seus oito irmãos. Recentemente, tomou posse na Academia Corumbaense de Ciências, Letras, Artes e Música (AC-CLAM), ocupando a cadeira nº 4, cujo patrono é seu pai. “É motivo de orgulho para mim e uma grande responsabilidade fazer parte da Academia. Corumbá de Goiás é berço da cultura, onde nasceram importantes escritores, músicos e artistas”, destaca a autora.A Academia foi idealizada por Ana Ruth Fleury Curado, Maria do Carmo Gouveia de Morais, Ramir Curado, Jean Jardim e Maria Elizabeth Fleury Curado, em 2015. Nas primeiras assembleias, a escritora Ana Ruth Fleury Curado foi eleita presidente. A posse da diretoria e dos acadêmicos fundadores foi realizada no dia 13 de agosto de 2022. Escritores, músicos, artistas plásticos, cientistas, jornalistas e fomentadores culturais nascidos em Corumbá de Goiás ou que têm ligação cultural com a cidade integram o grupo.SERVIÇOLançamento do livro A Menina Que Eu Não AbraceiAutora: Ana Cláudia RochaData: Terça-feira, 29 de novembroHorário: Das 19 às 23 horasLocal: Espaço Maktub Festas (Av. 83, nº 205, Setor Sul)Valor do livro: R$ 50 (será vendido no local do lançamento e com a autora)Entrada franca