O que parecia um problema acabou se tornando uma nova maneira de ocupar palcos além das fronteiras de Goiás. Devido às restrições impostas pela pandemia da Covid-19, a décima edição do Paralelo 16º - Mostra Internacional de Dança Contemporânea adotou um formato híbrido. A programação presencial e on-line conta com grupos importantes como o Corpo de Dança do Amazonas, que abre nesta quinta-feira os espetáculos do evento direto de Manaus, a Quasar Cia. de Dança, que volta aos palcos com o elogiado Estou Sem Silêncio, e o Grupo Corpo, de Minas Gerais.A última edição do Paralelo 16º foi em 2018. Naquela ocasião, os espetáculos ocuparam teatros, ruas e bares de Goiânia, surpreendendo as pessoas, com cenas aéreas e ocupações de espaços pouco usuais para a cena artística. “É uma alegria poder iniciar a retomada das atividades culturais, mesmo que no formato híbrido. É estimulante para nossas atividades poder vislumbrar a volta das ações artísticas presenciais em breve”, explica Vera Bicalho, diretora e idealizadora da mostra de dança. Desde o dia 18 de outubro, estão sendo realizadas duas oficinas por meio da plataforma Zoom. Ao todo, a mostra traz nove espetáculos de grupos nacionais e internacionais.Direto do palco do Teatro Amazonas, principal símbolo cultural e arquitetônico do Estado, o Corpo de Dança do Amazonas (CDA) apresenta nesta quinta-feira, às 21 horas, o espetáculo TA sobre Ser Grande. O evento que terá público na plateia será também transmitido ao vivo pelo YouTube e marca o início da programação aberta do Paralelo 16º. A coreografia, que abriu no mês passado o tradicional Festival de Dança de Joinville, traz 21 bailarinos que representam uma tribo da etnia tikuna para expressar o sentimento de ser do Norte.“Participar do Paralelo 16º, agora com o Corpo de Dança do Amazonas, é uma novidade para mim, pois somos uma companhia pública com uma proposta de pesquisa, coisa rara. Sem deixar de falar do momento, muito delicado para cultura e para dança em especial. A mostra conecta um enorme número de pessoas, artistas, público e, principalmente, profissionais que ainda não estão em suas vidas normais devido à pandemia”, ressalta o bailarino e coreógrafo Mário Nascimento, diretor artístico do CDA.Na sexta-feira, às 20 horas, o Teatro Goiânia vai receber o espetáculo Estou Sem Silêncio, da Quasar Cia. de Dança, anfitriã da mostra. A coreografia assinada por Henrique Rodovalho é composta por um elenco totalmente feminino e com apenas quatro bailarinas. A proposta é adentrar no universo feminino e refletir sobre questões muito íntimas. Para as apresentações do Teatro Goiânia, os ingressos serão trocados por dois tipos de kits com alimentos não perecíveis, na bilheteria do teatro, com antecedência de duas horas. As demais atrações serão gratuitas. Toda programação será transmitida no YouTube.Para os organizadores, uma das vantagens do novo formato adotado nessa edição é a possibilidade de atingir ainda mais pessoas, das mais diversas regiões do Brasil e extrapolar fronteiras, chegando a um público de outros países. “De certa forma, isso democratiza o acesso aos bens culturais que o evento traz para essa paleta de composições cênicas, escolhida sempre de forma consciente e lúcida, para oferecer ao público um caleidoscópio de linguagens e possibilidades artísticas”, destaca Vera Bicalho.  Novas possibilidades Tradicionalmente, o Paralelo 16º - Mostra Internacional de Dança Contemporânea procura incluir na sua programação grupos independentes, que apresentam uma estética cênica com qualidade, obras inovadoras e, principalmente, com criatividade e apuro técnico. “Nosso olhar se estende para os grupos que tenham mais artistas em cena, um elenco maior dançando. Os grupos brasileiros, na atualidade, estão encontrando muita dificuldade de se manter. O Paralelo 16º quer contribuir para o fomento, produção e continuidade desses grupos”, explica Vera Bicalho, diretora e idealizadora da mostra de dança que conta com recursos do Fundo de Arte e Cultura de Goiás.  Para a diretora, em um mundo pós-pandêmico, novas linguagens cênicas devem surgir, baseadas justamente nas novas relações virtuais nascidas da necessidade de distanciamento social. “Para nós, a arte sempre se renova e sempre reflete o mundo psicossocial em que estamos vivendo, e só ela é capaz de ressignificar essas relações. Por isso mesmo, garantir a continuidade do Paralelo 16º, mesmo que de forma virtual, traz à tona mais esse debate e novas possibilidades de criação”, explica.  PROGRAMAÇÃO 10ª edição do Paralelo 16º - Mostra Internacional de Dança Contemporânea espetáculos presenciais e transmissões ao vivo no canal do Paralelo 16º no YouTube: https://bit.ly/3uw7WNl  Quinta-feira (4/11), às 21 horas Corpo de Dança do Amazonas (AM) - TA Sobre Ser Grande YouTube  Sexta-feira (5/11), às 20 horas&lt;/MC&gt; Quasar Cia. De Dança (GO) - Estou Sem silêncio Teatro Goiânia e YouTube  Sábado, às 20 horas Modern Table (Coreia do Sul) - Ham: Beth YouTube  Domingo, às 17 horas&nbsp; Ateliê do Gesto (GO) - Fica Comigo Teatro Goiânia e YouTube  Dia 10, às 20 horas Transmissão dos trabalhos de videodança das oficinas YouTube  Dia 11, às 20 horas&nbsp; Giro 8 Cia. De Dança (GO) - Teia&nbsp; YouTube  Dia 12, às 20 horas Cena 11 Cia. de Dança (SC) - Matéria Escura Plataforma: Vimedo - https://vimeo.com/corpoafora&nbsp; Dia 13, às 20 horas Grupo Corpo (MG) - Gira&nbsp; YouTube  Dia 14, às 20 horas Project Art Bora (Coreia do Sul) - Somoo&nbsp; YouTube  Dia 15, às 20 horas Ederson Xavier (Holanda) - Things Are Perfect &amp; 12&nbsp; YouTube  Ingressos&nbsp; Os ingressos para as apresentações no Teatro Goiânia serão trocados por alimentos não perecíveis, na bilheteria, com duas horas de antecedência. Os alimentos obrigatórios para troca são: kit 1: 2 kg de arroz + 1 kg de feijão + um material de limpeza ou higiene pessoal. kit 2: 2 kg de feijão + 1 pacote de macarrão + 1 material de limpeza ou higiene pessoal. O material arrecadado será destinado a profissionais das artes em situação de vulnerabilidade pela falta de trabalho durante a pandemia. O Teatro Goiânia está trabalhando com 50% da capacidade de público com cadeiras alternadas.&nbsp;

Mostra 'Paralelo 16º' estreia em palcos além das fronteiras de Goiás

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Motorista de Goiânia viraliza após descer do carro e dançar com a Carreta Maçã do Amor; vídeo

<div attr-cid="policy:1.3284618" attr-version="policy:1.3284618:1751642675" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3284618" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3284618', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3284618">Motorista de Goiânia viraliza após descer do carro e dançar com a Carreta Maçã do Amor; vídeo (1.3284618)</a></div>

Um motorista de Goiânia viralizou na internet após descer do seu carro e dançar com os personagens da Carreta Maçã do Amor. Um vídeo gravado por uma passageira do veículo mostra quando o homem saí do seu carro, descalço e improvisa na coreografia (veja vídeo acima).&nbsp;

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Ao POPULAR, o motorista da carreta, o empresário Jaime Junio Scheim Jorge, de 45 anos, contou que o episódio aconteceu no setor Novo Horizonte, na capital, no domingo (29). O flagrante foi feito pela empresária Thalita Christina Gomes de Sousa, de 40.&nbsp;

<cite>Essa interação com os personagens acontece sempre. Só que não conseguimos fazer vídeo. Esse foi surpresa. Não esperava que o motorista iria sair do carro e dançar com os personsagens", disse o empresário.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/motorista-de-carro-de-luxo-faz-manobras-arriscadas-em-anel-viario-e-e-quase-atingido-por-caminh-o-video-1.3284546" target="_self">Motorista de carro de luxo faz manobras arriscadas em anel viário e é quase atingido por caminhão; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/influenciador-nada-em-meio-a-cardume-e-chega-a-pegar-peixe-com-as-m-os-no-rio-araguaia-video-1.3284015" target="_self">Influenciador nada em meio a cardume e chega a pegar peixe com as mãos no Rio Araguaia; vídeo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/menina-conhece-cadelinha-ao-acordar-e-emociona-a-web-video-1.3282839" target="_self">Menina conhece cadelinha ao acordar e emociona a web; vídeo</a></div>

No perfil da empresa no Instagram, a postagem já acumulava nesta sexta-feira (4) mais de 176 mil curtidas e 2 mil comentários.&nbsp;

Jaime Junio relatou que não conhece o motorista, que estava em um carro de cor vermelha, tendo na porta dianteira um adesivo com a palavra 'frete'. "Ele só dançou mesmo. Não o conhecemos. Foi algo que aconteceu aleatoriamente", pontuou o empresário.

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Homem estava em um carro ao lado do veículo e decidiu entrar na festa (Divulgação / Carreta Maçã do Amor)

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Motorista de Goiânia viraliza após descer do carro e dançar com personagens de carreta da alegria; vídeo

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Bom humor 

Wagner Moura dança frevo

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Wagner Moura e a delegação do Ministério da Cultura (MinC) fizeram sua entrada triunfal no festival de Cannes neste domingo (18). O ator e a equipe de "O Agente Secreto", de Kleber Mendonça Filho, chegaram à estreia do filme ao som do frevo tocado por uma orquestra pernambucana. O longa está concorrendo à Palma de Ouro, prêmio máximo do festival (assista acima).

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Wagner entrou de mãos dadas com a esposa, Sandra Delgado. Atrás do casal, estavam Kleber Mendonça Filho, Emilie Lesclaux, a ministra Margareth Menezes, a secretária do Audiovisual Joelma Gonzaga, Camila Pitanga, Bárbara Paz, Gabriel Leone e Maria Fernanda Cândido, além de outros integrantes da equipe do filme e do MinC.

Todos entraram no clima do ritmo pernambucano.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/terror-ac-o-e-drama-confira-as-estreias-dos-cinemas-de-goiania-e-aparecida-1.3264469" target="_blank">Terror, ação e drama: confira as estreias dos cinemas de Goiânia e Aparecida</a> 
 
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Estreia&nbsp;de "O Agente Secreto"

Dia mais aguardado pelos brasileiros neste Festival de Cannes, o domingo (18) trouxe os tubarões do Recife para a Riviera Francesa com a primeira exibição de "O Agente Secreto", longa do pernambucano Kleber Mendonça Filho que concorre à Palma de Ouro.

Tubarões literais - uma das cenas envolve arrancar uma perna humana de dentro de um deles - e no sentido figurado, com o protagonista de Wagner Moura sendo cercado lentamente por homens poderosos e violentos, com sede de sangue.

Exibido exatamente na metade do festival, "O Agente Secreto" emerge como um dos fortes concorrentes aos prêmios deste festival, que ainda não havia exibido nenhum consenso, nada especulado como digno de Palma de Ouro por críticos e jornalistas.

Foram enérgicos os aplausos recebidos na sessão de gala da tarde deste domingo, após um tapete vermelho solar, às 15h do horário local, embalado por uma orquestra de frevo que tocou ao vivo. O Carnaval de Pernambuco foi levado a Cannes, num desfile acompanhado pela ministra da Cultura, Margareth Menezes, e a secretária do Audiovisual, Joelma Gonzaga.

Antes de embarcar para Cannes, ela havia se reunido com o cineasta em Brasília, ocasião em que lhe desejou sorte. "Estamos na torcida para que ele traga mais um prêmio para nós", disse ela a este repórter.

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Wagner Moura e demais brasileiros dançando frevo na entrada do Festival de Cannes, onde ocorreu a estreia do filme "O Agente Secreto". (Divulgação/Redes Sociais Ministério da Cultura)

Além delas, se juntaram a Mendonça Filho e Moura pelo menos outros 20 nomes do elenco, como Gabriel Leone, Maria Fernanda Candido, Isabel Zuaa, Alice Carvalho, Carlos Francisco e Hermila Guedes. Emilie Lesclaux, produtora e mulher do cineasta, também estava no cortejo, concebido por ela.

Eles dispensaram os carros oficiais do festival, que levam os artistas da porta do hotel até o pé da escadaria do Grande Teatro Lumière, para caminhar pela avenida Croisette, acompanhando a praia.

Outros presentes no tapete vermelho do filme foram Camila Queiroz, embaixadora brasileira da Campari, patrocinadora do festival, em Cannes. Artistas de outros filmes da competição, como o diretor ucraniano Sergey Loznitsa e o ator Alexander Kuznetsov, de "Two prosecutors", também prestigiaram.

Havia grande expectativa para a primeira exibição de "O Agente Secreto", não só entre os brasileiros. O cineasta, afinal, saiu de Cannes com o prêmio do júri na última vez em que esteve aqui em competição, com "Bacurau", há seis anos.

Nas conversas entre jornalistas que tiveram acesso ao filme antes da gala, havia quem cravasse como certo que "O Agente Secreto" será laureado com algo, a julgar pelo perfil do filme, do festival e do júri encabeçado pela francesa Juliette Binoche.

Os premiados serão revelados no próximo sábado, porém, e meia seleção oficial ainda separa o brasileiro da cerimônia.

Sinopse

"O Agente Secreto" narra a história de um professor universitário que foge de São Paulo após um desentendimento com um empresário. Ele volta ao Recife natal, onde seu filho mora com os avós, mas precisa adotar um nome falso e viver escondido para a sua segurança.

Ambientada em 1977, a trama tem como pano de fundo a ditadura militar, embora não haja menção direta a ela. Sua presença está principalmente nos retratos de Ernesto Geisel que vigiam todos os locais públicos por onde o protagonista passa.

Sua truculência e corrupção, porém, contaminam todas as estruturas de poder presentes no filme, como se o caso de perseguição vivido por Moura fosse consequência direta do clima que castigava o país.

Assim, "O Agente Secreto" é mais um filme nacional recente a falar da importância das lembranças e de registros históricos, após "Ainda Estou Aqui" e "A Vida Invisível". É como se o cinema brasileiro trabalhasse pela reconstrução de uma memória coletiva, fragmentada ou apagada com o passar dos anos.

Wagner Moura dança frevo durante entrada da delegação brasileira no Festival de Cannes

CULTURA 

Uma coreografia baseada nas diferentes etapas de uma viagem de avião, incluindo os avisos da decolagem, as paisagens, turbulências e os sonhos por entre as nuvens. A trilha sonora completa a experiência sensorial, sempre em uma jornada imersiva. É assim em Modo Avião, espetáculo criado pelos bailarinos e coreógrafos Gleysson Moreira e Isabel Mamede, que fica em cartaz entre os dias 26 e 29, às 20 horas, no Teatro do Instituto Federal de Goiás (IFG), no Centro.

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Inspirado no livro homônimo dos escritores Coutinho, Santtana e Cuenca, de 2017, a obra se dirige a uma realidade com sonhos dentro de sonhos. Trata de questões contemporâneas da inquietude humana, solidão, escolhas, relações sociais, conectividade e, é claro, ansiedade. “É um espetáculo que não apenas comunica, mas que também se conecta profundamente com o público”, destaca Gleysson.

A obra tem caráter integrativo porque envolve dança contemporânea e língua brasileira de sinais. A ideia surgiu dentro de um ônibus, quando Gleysson assistia duas pessoas conversando em libras. “Os movimentos delas pareciam estar em perfeita sincronia com o ritmo da canção Só o Som. Aquilo me tocou profundamente. Era como se o som, o silêncio e a expressão visual estivesse se alinhando”, destaca o profissional, que colabora em companhias como Ateliê do Gesto e Quasar Cia. de Dança.

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Após passar uma temporada em São Paulo, experimentando diferentes processos criativos, o artista retornou para Goiás e convidou Isabel Mamede para desenvolver o espetáculo juntos. O projeto foi contemplado pelo Programa Funarte Retomada Cultural 2023 - Dança. “Juntos, após anos de colaboração em outras ações, desenvolvemos o projeto que transcende a criação artística convencional. Ele busca ampliar as formas de expressão artística”, comenta o coreógrafo.

<h2>Aprendizado</h2>

A pesquisa conduzida por Gleysson, que é de Goiás, e Isabel, de Brasília (DF), envolveu visitas e apresentações experimentais em instituições de ensino de Libras, na Associação de Surdos de Goiânia, Associação das Mulheres Surdas de Goiás, Centro Educacional Bilíngue de Surdos de Goiânia, Núcleo de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento às Pessoas com Surdez e diálogos com usuários da língua de sinais.

Os artistas tiveram, ainda, o acompanhamento constante da professora Sarah Melgaço, que conduziu as aulas de Libras. “Essa interação permitiu uma compreensão mais profunda das necessidades e expressões da comunidade surda, refletidas na coreografia do espetáculo”, comenta Isabel, que divide os palcos, a concepção, a coreografia e direção geral e artística com Gleysson. O profissional Daniel Calvet também assina a coreografia.

Uma das ideias do projeto é acessibilizar e incluir com totalidade e integração a dança contemporânea com a língua de sinais. Além da pesquisa de campo e diálogo com as pessoas com deficiência, Gleysson e Isabel também receberam aulas práticas e teóricas da Língua Brasileira e Universal de Sinais para que pudessem elaborar esse trabalho em parceria de Sarah e colaboração da sua empresa Melgaço Acessibilidade.

Espetáculo 'Modo Avião' leva viagem dançante ao Teatro do IFG Goiânia

Dança

O corpo em movimento, a dança em diálogo com a natureza e a ancestralidade. Em Sagração, a Companhia de Dança Deborah Colker se aprofunda na essência dos rituais, explorando a força bruta e a delicadeza. O espetáculo, que celebra os 30 anos de atividade do grupo, chega em duas sessões na sexta-feira (23) e no sábado (24), às 21 horas, no Teatro Goiânia. A montagem é uma livre adaptação de A Sagração da Primavera, composta pelo russo Igor Stravinsky (1882-1971).

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“Estou muito feliz de poder levar esse espetáculo para Goiânia, é uma cidade que respeito bastante e tenho uma grande expectativa com essas apresentações. Espero que todo mundo goste, infelizmente não vou poder acompanhar por aí”, disse a diretora artística, bailarina e coreógrafa Deborah Colker, por telefone ao POPULAR direto do Metropolitan de Nova York (EUA). Ela atendeu a reportagem durante uma pausa dos preparativos da estreia americana de Ainadamar, a primeira ópera dirigida pela artista, escrita pelo argentino Osvaldo Golijov e lançada em outubro de 2023, na Escócia.

Sagração, que estreou em março no Theatro Municipal no Rio de Janeiro, é apresentado pelo Ministério da Cultura e pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet. A direção de arte e a cenografia são de Gringo Cardia, parceiro da companhia desde sua criação, e a musical é de Alexandre Elias, que trabalhou com instrumentos como flauta de madeira, caxixi e tambores. Os figurinos são de Claudia Kopke - que assina os anteriores Cão sem Plumas (2017) e Cura (2021) -, e a iluminação, de Beto Bruel.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/festa-biker-movimenta-a-cidade-de-goias-a-partir-desta-quinta-feira-1.3166438" target="_blank">Festa Biker movimenta a cidade de Goiás a partir desta quinta-feira</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/no-rancho-fundo-artur-escapa-de-sequestro-com-ajuda-de-marcelo-e-quinota-1.3166394" target="_blank">No Rancho Fundo: Artur escapa de sequestro com ajuda de Marcelo e Quinota</a></div>

No espetáculo, a música clássica de Stravinsky, considerada revolucionária por introduzir estruturas rítmicas complexas, encontra ritmos brasileiros, criando um espetáculo inspirado por visões ancestrais sobre a origem do mundo. O processo criativo durou dois anos e meio, mergulhando em uma reflexão sobre nossa origem, evolução e continuidade na Terra. Em cena, se destacam 170 bambus com 4 metros de comprimento, que, além de compor o cenário, fazem as vezes de armas, canoas e florestas ao serem manipulados pelos 15 bailarinos.

<h4>SERVIÇO</h4>

Espetáculo: Sagração – Companhia de Dança Deborah Colker 
Datas: Sexta-feira (23) e sábado (24), às 21 horas 
Local: Teatro Goiânia / Av. Tocantins, esq. com Rua 23, Centro 
Ingressos: de R$ 19,80, promocional com quantidade limitada, a R$ 170 (inteira plateia inferior) 
Informações:&nbsp;www.sympla.com.br 
 
Entrevista / Deborah Colker 
“A música foi o timoneiro dessa viagem” 
 
Como surgiu a ideia de criar o espetáculo Sagração? 
Antes de entrar para o mundo da dança, por muito tempo eu estudei música, fui pianista, meu pai era maestro, então, desde pequena eu conhecia A Sagração da Primavera, do russo Stravinsky, que rompeu musicalmente e que tinha sido composta para ser dançada. Nos anos 1980 e 1990, começo a dançar e a coreografar e sempre martelava na cabeça a vontade de fazer essa obra. Mas eu sabia que era uma missão difícil. Depois de Cão Sem Plumas e de Cura, dois espetáculos muito primitivos e ritualísticos, viscerais, acreditava que a Sagração fecharia essa trilogia para celebrar os 30 anos de companhia. 
 
O espetáculo já foi apresentado em diversos países e passou por várias cidades. Como tem sido a recepção do público e o que os goianos podem esperar? 
As pessoas têm gostado porque é um espetáculo bonito, trabalho com 170 bambus e com eles construímos uma floresta, oca, barco e mitos de criação de várias cosmovisões foram habitando minha mente nessa busca. Fiz a Sagração do ponto de vista do Brasil, da floresta, da nossa sonoridade. Os goianos vão ver algo colorido, esteticamente e visualmente belíssimo. A música do Stravinsky é forte e misturamos com nossas canções indígenas. É uma viagem intensa, impactante e com muita dança, não se para um minuto. 
 
Qual é a história contada no palco? 
A origem do fogo, como começamos, unicelular, bactéria, como fomos crescendo e virando herbívoros, virando quadrúpede, como a gente começa a caçar, como a agricultura aparece. Vamos contar todas essas histórias através de bambus e é a música de Stravinsky que vai comandando porque ela é central, provocativa. Ao mesmo tempo é um espetáculo quente. Terminamos muito positivo, a gente faz a destruição da floresta, mas depois começamos a reconstruir de novo. Tive a oportunidade de ir para o Kuarup, fui a duas aldeias e levei boa parte desse aprendizado para o trabalho. 
 
A obra de Stravinsky tem um impacto profundo e histórico na dança. Como você trabalhou a relação entre a música e o movimento no espetáculo? 
A música foi o timoneiro dessa viagem. Primeiro que ela tem uma rítmica complexa, difícil de contar mesmo, então eu tinha que me apropriar dela, entender a dinâmica dela para bordar essa sonoridade. É bonito o trabalho que o diretor musical Alexandre Elias fez porque na verdade você nem sabe quando o Stravinsky sai e quando as outras canções vão entrando. Tem momentos que o Stravinsky entra dentro da sonoridade indígena e tem momento que a primitiva entra dentro do Stravinsky. Fiz um caminho evolutivo. &nbsp; &nbsp; 
 
Como você avalia a evolução da Companhia de Dança Déborah Colker ao longo dos anos? 
Os meus espetáculos no início eram mais a força do corpo, a fisicalidade, ação do corpo com o espaço, depois a partir do espetáculo Nó, de 2005, começo a trazer mais a alma humana, as intenções, os significados, acho que fui ficando mais velha e senti a necessidade de coreografar a dor e a alegria, o silêncio e a fúria. Passei por muitos caminhos que fazem parte de quem eu sou, tem coisas que não cabem mais na mala e vão ficando para trás. A sensação que eu tenho é que estou carregando comigo coisas que experimentei desde os anos 1990. &nbsp; 
 
Você acompanha a cena de dança goiana? 
Sim. A minha companhia sempre passa por todo o Brasil fazendo temporada e acaba que conhecemos um pouco da cena local de várias cidades. Em Goiânia, gosto muito da Quasar Cia. de Dança, já tive profissionais que trabalharam comigo que vieram do grupo goiano. Ela é um berçário, com tantos bailarinos que foram criados e formados. Tenho muito respeito pelo coreógrafo Henrique Rodovalho. Hoje a minha companhia possui 15 bailarinos fixos que dançam todo o repertório. Boa parte do elenco está comigo há dez anos. 
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