Fabricada pelo corpo, a melatonina não só regula o momento de dormir como participa da reparação das nossas células, expostas ao estresse. Há situações específicas em que a suplementação pode ser realmente útil, como no caso de quem precisa dormir durante o dia e trabalhar no turno da noite. “Melatonina não é o hormônio do sono, ele é o da noite. Ou seja, ele prepara o corpo para diversas situações que acontecem nesse período, uma delas é o sono”, explica a médica endocrinologista Pryscilla Moreira. Há várias indicações de uso, em especial em idosos, que, em geral, têm deficiência do hormônio, e em pessoas cegas.Para a especialista, o uso indiscriminado da substância pode trazer riscos como, por exemplo, a diminuição da produção de insulina no pâncreas, com aumento da glicose no sangue. “É preciso sempre avaliar a resposta terapêutica do paciente. Como é um hormônio, precisa ser usado com a orientação de um especialista respeitando a individualidade de cada paciente”, explica. A dosagem e até mesmo o horário do consumo do suplemento devem ser supervisionados.Membro do corpo clínico dos Hospitais Albert Einstein e Oswaldo Cruz, Renato Pazzini explica que suplementos alimentares, como a melatonina, são indicados no caso de deficiências dietéticas. Pouca gente sabe, mas a melatonina também está presente em alguns alimentos, como morangos, uvas e carnes. “Uma pessoa que está com o ritmo circadiano desorganizado, por viagens ou estresse, por exemplo, pode se beneficiar rapidamente do uso de melatonina. Já pessoas que costumam dormir mais tarde e gostariam de ajustar seu ciclo de sono para um horário mais cedo, podem demorar um pouco mais de tempo para organizar o ritmo circadiano”, explica.