O Planetário Juan Bernardino Marques Barrio da UFG (foto) faz uma apresentação especial hoje de uma viagem interestelar até Marte. Na exibição, o local mostrará as dimensões espaciais da distância entre Terra e o planeta vermelho, além de detalhes sobre um dos astros mais famosos do sistema solar. A entrada custa R$ 8 (inteira).O pouso em Marte é o destino final da apresentação, que mostrará como o planeta foi formado, a sua composição rochosa, as imagens já captadas por satélites enviados ao longo das décadas, e todos os corpos celestes que o rodeiam. Apesar da entrada ser permitida para todas as idades, a sessão é recomendada para o público acima de 12 anos por conta do ambiente escuro e dos efeitos sonoros.Toda a exibição dura em torno de 50 minutos e ainda mostrará as constelações vistas no céu de Goiânia e os detalhes das estrelas que rodeiam o céu da cidade. A apresentação também explicará os motivos da população goiana enxergar diferentes estrelas ao longo do ano no céu noturno. Toda a sessão é acompanhada pelos astrofísicos da UFG.A apresentação especial de Marte faz parte de um projeto do planetário de ocupar o espaço e instigar o público com exibições diferenciadas. A sessão ainda será exibida nos próximos domingos do mês (dias 16, 23 e 30). Avenida Contorno, nº 900, no Centro, ao lado do Parque Mutirama. Informações: 3225-8085.

Planetário da UFG faz pouso especial em Marte

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Alçado ao patamar de Patrimônio Cultural Material de Goiânia, o Parque Mutirama, que vai completar 55 anos de sua inauguração no próximo dia 15, faz parte da memória afetiva de gerações de goianienses, apesar dos altos e baixos ao longo do tempo. O local, que teve reconhecida a sua importância histórica para a cultura da cidade com a sanção da lei 11.268 nesta quarta-feira (6), é uma verdadeira joia no Centro da cidade, com uma grande área verde e 22 brinquedos disponíveis de quinta a domingo (das 10h às 16h), com entrada gratuita desde 2019. No entanto, ainda passa por ajustes em suas atrações desde seu último fechamento, em 2017.

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Atualmente cinco brinquedo do parque estão sem funcionar, sendo que em três casos isso ocorre há mais de dois anos. De acordo com a Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), a unidade tem recebido uma média de 20 mil pessoas por mês. Para se ter uma ideia, em 2017, antes do fechamento em julho em razão do acidente no brinquedo Twister que resultou em 13 vítimas com ferimentos, a média mensal era de 46 mil pessoas, mesmo com a cobrança de ingressos de 16 reais a entrada inteira e 8 reais a meia.

Quando foi reaberto em 2019, já com a entrada gratuita, a média mensal chegou a ser de 102 mil pessoas entre julho e dezembro daquele ano. Ainda em comparação, naquele ano de 2019, o custo do Mutirama foi de R$ 1,5 milhão, enquanto que em 2017 era calculado em R$ 596 mil.

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Atualmente, os cálculos chegam a menos de R$ 500 mil com operação, administração e manutenção. O supervisor do parque, Heitor Antônio Silva, explica, no entanto, que o cálculo é mais complexo, visto que há ainda serviço de limpeza, que está a cargo da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) e a administração da Agetul, que é dividida com outras estruturas da agência, como o Parque Zoológico. “Para as pessoas, ainda tem isso do acidente de 2017. Muita gente fala em comentários nas redes sociais que o parque é inseguro, até em tom de brincadeira. Mas nós aprendemos muito com o acidente, mudamos os procedimentos, com verificações no começo do dia, testes e no final do dia, sempre com os funcionários de manutenção e supervisão”, conta

Segundo Heitor, com a aprovação da lei que reconhece o Parque Mutirama como patrimônio há a expectativa de que as pessoas possam mudar a concepção em relação ao local, com mais atenção do público e também do poder municipal. “Tem coisas aqui com os mesmos 55 anos do parque. Vamos entrar na cartilha de bem cultural, tem muita gente que vem à Goiânia e não sabe que possui um parque de diversões público e agora vão saber. Nós recebemos muitas escolas do interior, muitas crianças que nunca foram a um parque”, acredita Heitor. A legislação foi proposta pela vereadora Aava Santiago (PSDB) e afirma que o Mutirama “representa importante espaço de lazer, cultura e entretenimento em Goiânia”, sendo parte “da memória coletiva e do patrimônio cultural da população local”.

A intenção é que, com a sanção da lei pelo prefeito Rogério Cruz (SD), o parque passe a ser protegido para as gerações futuras dentro das regras de um patrimônio cultural material, que é um bem físico com valor histórico, social e cultural para um povo. O parque foi inaugurado em 1969, tendo sido projetado e executado na gestão do então prefeito Iris Rezende Machado. No entanto, naquele ano, ele teve os direitos políticos cassados pela Ditadura Militar (1964-1985), e o regime ditatorial escolheu como interventor Leonino Caiado, que fez a inauguração oficial em 15 de novembro. O parque teve uma abertura especial em 24 de outubro daquele ano, no aniversário de Goiânia, data em que é comemorada o aniversário do Mutirama.

O ex-prefeito Iris Rezende Machado (MDB), idealizador do Mutirama, contava a história de que se inspirou nos parques da Disney, nos Estados Unidos, para projetar o parque de diversões, como parque público e gratuito na capital. Dizia ainda que escutou a história dos filhos de seus vizinhos, um médico e um mecânico, em que este último chorava por não poder ir a um parque, já que os locais eram elitizados na década de 1960. A ideia foi de criar um lugar de lazer acessível à população e, por isso, foi escolhido a área do Parque Botafogo, na região Central de Goiânia. Segundo ele, a ideia sempre foi usar a área, já que o parque urbano estava se degradando e, com a ocupação, era uma maneira de preservá-lo.

Foi na última gestão de Iris, de 2017 a 2020, que o Mutirama se tornou totalmente gratuito. Até então, desde a sua inauguração, havia a cobrança de ingresso. Na época, em 2019, a ideia foi retomar o uso do parque, que estava há dois anos fechado após o acidente com o Twister, de modo a levar o público ao local, que tinha insegurança devido o caso passado. Porém, antes disso, em várias gestões se discutiu a privatização do espaço, visto como a única opção para a administração do único parque de diversões público do País. 
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Cinco das 22 atrações estão sem funcionar 
 
O Parque Mutirama tem o nome surgido de uma mistura de “mutirão”, uma prática que ficou famosa com o ex-prefeito Iris Rezende, idealizador do local, e “autorama”, um brinquedo de carros que dão voltas em uma pista famoso à época da década de 1960. Até hoje o brinquedo “Volta ao Mundo” existe no parque, que consiste nas crianças entrarem em um simulacro de carro e passear por trilhos em volta de áreas do Mutirama com representações típicas de cada continente do planeta Terra. Porém, atrações históricas do parque estão paradas há anos, como a Casa Mal-assombrada (antigo Trem Fantasma), sem funcionar desde 2017, e a Montanha-russa, que não é aberta desde 2020. Ao todo, são 22 atrações, em que 17 estão em funcionamento e 5 paradas.

No caso da Casa Mal-assombrada, a atração sofreu com atos de vandalismo e furtos quando o Mutirama ficou fechado devido o acidente com o Twister de 2017, em que muitas atrações artísticas e decorativas foram levadas, assim como o maquinário que operava a estrutura. Seria necessária a reconstrução do brinquedo, tanto na parte mecânica como artística.

Uma licitação em 2022 chegou a ser publicada, mas foi fracassada devido à falta de atestado de competência das empresas interessadas. Desde então, a Agetul trabalha para um novo processo, que deve custar cerca de R$ 1,5 milhão, mas ainda falta a garantia orçamentária e a decisão política, o que deve ficar para a próxima gestão municipal.

Sobre a Montanha-russa, também é aguardada a realização de um processo licitatório para a sua revitalização. A estrutura foi interditada em vistoria feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO) a pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) em 2020 e, desde então, ficou sem funcionar. A verificação apontou a existência de trincas e recuperação ineficiente do brinquedo. O supervisor do Mutirama, Heitor Antônio, explica que o processo para a licitação está pronto internamente e a reforma da atração deve custar cerca de R$ 1 milhão, também sendo necessária a definição orçamentária.

Já sobre o Teleférico o caso é o mais complexo. O brinquedo foi instalado em 2015 dentro do processo de reforma que foi iniciado no Parque Mutirama em 2011. A ideia era que as cabines da atração saíssem do parque e fizessem um passeio panorâmico sobre a Marginal Botafogo e chegassem o Parque Botafogo, onde os visitantes poderiam aproveitar a área de conservação. No entanto, ele só funcionou naquele ano, para um passeio inaugural e para a passagem da tocha olímpica por Goiânia, para a realização dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (2016). Desde então, ficou a promessa de fazê-lo funcionar, o que nunca ocorreu. A estimativa é que a reforma da estrutura, que teve maquinário roubado, custe R$ 2,5 milhões aos cofres públicos.

As outras atrações que se encontram paradas atualmente, o Mini Bate-bate e o Mini Splash possuem condições mais simples para voltarem a funcionar. No caso do Mini Bate-bate, a estrutura foi danificada após a queda de uma árvore no começo deste ano, mas já houve o reparo da parte mecânica. Falta a revitalização da parte artística e de proteção. Não há previsão de quando o processo será realizado. Quanto ao Mini Splash, a atração sofreu um curto-circuito elétrico durante uma chuva recentemente, já passou por reparos, e deve voltar a receber os visitantes ainda neste mês.

Quando o parque foi fechado em 2017, havia 23 atrações no local. Agora são 22 justamente pela retirada do Twister, que não havia recuperação e o entendimento da gestão é que, pelo acidente e sua repercussão, não valeria adquirir outra atração do mesmo tipo. A justificativa é que o brinquedo seria substituído por atrações eventuais no parque, como peças de teatro e outros eventos.

Parque Mutirama se torna patrimônio, mas passa por ajustes

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Bem cultural

Pesquisadores dizem ter encontrado evidências de que existe água líquida em Marte nos poros de rochas ígneas na crosta do planeta. De acordo com os dados captados pela sonda da Nasa InSight Lander, o reservatório no interior marciano pode ser suficiente para cobrir o planeta com uma profundidade entre 1 e 2 quilômetros.

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O autor do estudo, Michael Manga, pesquisador da Universidade da Califórnia de Berkeley, avalia que o local, em princípio, pode conseguir sustentar vida. "Água é necessária para a vida como conhecemos. Isso não significa que há vida em Marte, mas pelo menos tem ambientes que poderiam possivelmente ser habitados", afirmou à reportagem.

Na Terra, por exemplo, existem bactérias extremófilas que conseguem viver sob condições de alta temperatura e pressão. Bactérias quimiossintéticas vivem quilômetros abaixo da superfície e utilizam a energia eletroquímica da rocha para gerar nutrientes.

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Segundo o estudo publicado na revista Pnas nesta segunda-feira (12), a água do planeta está localizada entre cerca de 11,5 km e 20 km de distância abaixo da superfície. Isso torna seu uso inviável para exploração em futuras missões ou colonização de Marte. Mesmo na Terra, cavar a uma profundidade de 1 km já é um grande desafio.

<h2>UM PASSADO DE OCEANO</h2>

Nos anos 1970, a sonda Mariner 9 fotografou Marte com maiores detalhes. O equipamento mapeou mais de 85% da superfície marciana e enviou cerca de 7.000 fotos do planeta. A missão trouxe as primeiras evidências claras de estruturas espalhadas por toda a superfície do planeta que eram canais de escoamento. "A interpretação mais direta é que houve grande quantidade de água", explica Gustavo Porto de Mello, professor do Observatório de Valongo.

A porção sul do planeta tem regiões mais altas e cheias de cratera, enquanto no norte o relevo é mais liso e baixo. Isso aponta para a existência de um oceano no norte, que desapareceu há 3 bilhões de anos. Já se sabia que parte foi perdida para o espaço, outra está congelada nos polos do planeta e sob a forma de permafrost (solo congelado, que também existe na Terra).

O estudo traz novas evidências de que outra parte se acumulou nos poros de rochas ígneas, produtos do resfriamento do magma. A água fica alojada em orifícios minúsculos entre as moléculas de minerais.

"Se você calcula o que pode ter guardado nas calotas polares e sob a forma de permafrost daria para cobrir o planeta com uma camada de algumas dezenas de metros de água. É uma quantidade considerável", diz o professor do Observatório de Valongo.

Uma junção de fatores pode ter acarretado a perda de água pelo planeta. A perda do campo magnético contribuiu para a dissipação da atmosfera marciana. A baixa pressão atmosférica tornou a água líquida na superfície instável, e o planeta perdeu seu ciclo hidrológico.

Em altitudes elevadas, o vapor d’água ficou exposto aos raios UV, o que provoca sua quebra. Nesse processo, o hidrogênio se perde por ser bastante leve, enquanto o planeta não tem uma gravidade forte o suficiente para reter esses átomos.

Para Mello, é possível que a maior parte da água do planeta tenha ido para reservatórios na crosta. Os resultados do artigo científico recém-lançado são semelhantes aos de um de 2021 feito por pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Conforme a pesquisa, entre 30% e 99% da água de Marte ficou retida em rochas na crosta do planeta.

O pesquisador e pós-doutorando do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) Bruno Nascimento-Dias diz que uma das principais hipóteses que explicam a água no interior de Marte é o movimento das placas tectônicas. Ao se afastarem, a água pode ter entrado na crosta.

Na visão de Dias, a confirmação de que, de fato, há água líquida em Marte amplia a motivação de buscar a existência do recurso em locais mais acessíveis e próximos à superfície.

<h2>OS DADOS DA INSIGHT LANDER</h2>

A InSight Lander pousou em Marte em 2018 e sua missão se encerrou em 2022. O objetivo era reunir informações que ajudassem a explicar os processos por trás da formação do planeta vermelho. Durante o período, a sonda produziu um "tesouro de dados" que poderão ser usados pelas próximas décadas, segundo Gustavo Porto de Mello.

Pós-doutoranda da Universidade de Lund, na Suécia, Aline Novais explica que a Insight Lander conseguia detectar na superfície movimentos que acontecem no interior do planeta. Os pesquisadores compararam os dados da sonda com diferentes modelos de rochas da Terra e diferentes quantidades de água nos poros.

"De acordo com o que eles observaram dessa atividade sísmica eles conseguem inferir qual desses modelos é o que mais se aproxima do que acontece em Marte", diz a pós-doutoranda. "Isso é um trabalho estatístico, está medindo a probabilidade de um modelo representar a realidade."

Marte pode abrigar reservatório de água suficiente para cobrir o planeta

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PESQUISA

Na última quarta-feira (12), a professora de Educação Física Wagnér Costa, de 73 anos, sofreu ameaças de vendedores ambulantes que utilizam uma quadra na área externa do Parque Mutirama, em Goiânia, onde ela leciona basquete, para venderem suas mercadorias. O espaço sobre o túnel da Avenida Araguaia foi criado pela Prefeitura como um complexo de convivência e prática esportiva. Mesmo assim, o seu uso por comerciantes irregulares têm dificultado o aproveitamento do espaço pelos atletas. A Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul) avalia passar a quadra para dentro do Parque Mutirama, onde originalmente eram lecionadas as aulas de basquete.

Como já noticiado pelo O POPULAR, a ocupação de ambulantes é observada no local desde a reinauguração do Parque Mutirama no ano de 2015. Em 2019, a Prefeitura mostrou ter ciência da utilização da quadra pelos comerciantes irregulares, mas alegou ter poucos fiscais para conseguir contornar a questão.

De acordo com a Agetul, o espaço é exclusivo para a passagem de visitantes durante os horários de funcionamento do parque, de quinta a domingo, das 10s às 16h, com o seu uso para esportes sendo destinado aos demais dias da semana. Neste mês de julho, por conta das férias escolares, o Mutirama está aberto de quarta a domingo, das 10h às 16h.

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Treino gratuito

Saindo do estacionamento exclusivo para os visitantes do Parque Mutirama, o POPULAR pôde confirmar a presença de comerciantes irregulares, que vendem uma variedade de produtos, de brinquedos à lanches como churros, pipoca e cocada. Antes de chegar à quadra, foi possível visualizar várias quadras cinzentas e descuidadas, pontilhadas por pequenas casas que são alvo de pichações. Perto da entrada, ligada ao Parque Botafogo, que fica logo à frente, há uma aglomeração de carrinhos de vendedores, aproveitando o grande fluxo da clientela familiar do Mutirama durante as férias escolares.

A quadra onde Wagnér ministra suas aulas gratuitas é, de longe, a mais conservada no grande espaço vertical que compõe o complexo, ligando o Parque Mutirama ao Parque Botafogo, ambos sob jurisdição da Agetul. Ela gosta de se autointitular como uma “missionária do esporte”. “O projeto que lidero se chama Treinando para a Eternidade, e meu objetivo com ele é servir e somar na vida dos meus alunos”, diz. Antes da entrevista, Wagnér reencontrou um dos seus ex-pupilos.

O local além de bem cuidado, é colorido com o propósito educacional, e homenageia aos vários alunos que passaram pela quadra, entre eles o presidente da Agetul, Valdery José da Silva Júnior. Mas não é um projeto fácil de gerenciar. “Sofro humilhações e agressões verbais com palavras de baixo calão, simplesmente porque as pessoas não respeitam o espaço”, afirma. A fim de evitar qualquer acidente, ela coloca cones de trânsito para tentar direcionar melhor o grande fluxo que sai do Parque Mutirama, mas é frequentemente ignorada. “Sempre tiram os cones, não se importam se tem gente jogando aqui ou não”, comenta.

Leia também:

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Como solução para o problema, ela sugere uma melhor sinalização do local. “A quadra fica entre a entrada de dois parques, o Mutirama e o Botafogo. Eu não vejo qual seria o problema das pessoas simplesmente passarem de um parque para o outro, a fim de não atrapalhar as aulas, para depois atravessarem para o outro lado para chegarem ao estacionamento do Mutirama. Dessa maneira, eu não atrapalho os vendedores e os vendedores não me atrapalham.”

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Vendas

Ao POPULAR, o secretário Valdery diz não apoiar ou autorizar o comércio irregular fora do Mutirama. Mas reconhece que é um problema antigo. “Mesmo se tentarmos retirar estes vendedores, eles arrumam um jeito de voltar”, diz. O secretário deseja uma melhor fiscalização do espaço externo do parque, o qual está sob jurisdição da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh).

O presidente da Agetul acena grande apreço pelo trabalho de Wagnér, e procura uma solução para o problema. “Estou verificando a possibilidade de transferirmos a quadra para o lado oposto da bilheteria. É um projeto em andamento que, quando pronto, irei encaminhar à Seplanh”, afirma. Com isso, a quadra ficaria dentro do Parque Mutirama.

Valdery também sugere uma flexibilização dos horários dos treinos, para que não ocorra nenhum tipo de atrito ou altercação entre as partes. “É um problema, porque muitas vezes, as aulas são ministradas quando há um grande fluxo de pessoas passando por aquele espaço. Não só prejudica aqueles que querem treinar, como também o público visitante do Mutirama”, diz.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Seplanh para verificar o ponto de vista da pasta sobre o assunto, mas até o fechamento desta, não obteve retorno. (João Pedro Santos é estagiário do GJC em convênio com a UFG)

Quadra do Mutirama em Goiânia pode mudar de lugar por causa de ambulantes

Urbanismo

Um fosso de aproximadamente três metros de profundidade sem nenhuma proteção é um dos empecilhos para que o Planetário da Universidade Federal de Goiás (UFG), no Setor Central, funcione de forma aberta ao público geral. Servidores do local reuniram força de trabalho e recursos do próprio Planetário para viabilizar a aquisição e instalação de uma estrutura de segurança. A Prefeitura e a universidade informaram que irão auxiliar na resolução do problema.

O fosso em questão é o vão por onde passa o trenzinho do Parque Mutirama. De acordo com o professor e diretor do Planetário, Rafael Santucci, até 2018 o local era tampando com uma estrutura de alvenaria. Entretanto, com a justificativa de necessidade de melhorar a circulação de ar, a estrutura foi retirada durante reformas promovidas pela Prefeitura no parque.

Desde que a alvenaria do fosso que fica ao lado do Planetário foi removida, o local está sem nenhum tipo de proteção. “Tivemos que ficar mais vigilantes com essa área. Na época, contávamos com um funcionário que trabalhava na portaria e ajudava a monitorar o local e evitar que as pessoas se aproximassem”, explica Santucci.

Com a pandemia da Covid-19, as visitas ao Planetário foram suspensas e o porteiro que trabalhava no local e auxiliava a evitar a circulação de pessoas foi dispensado. Em agosto de 2022, o Planetário voltou a funcionar apenas para receber estudantes. A falta de uma pessoa específica para ficar na portaria e o fosso sem nenhum tipo de proteção motivaram a decisão.&nbsp;

O diretor do Planetário conta que procurou a UFG e a Prefeitura de Goiânia para que o problema de segurança fosse solucionado. “A resposta foi que não tinham verbas”, diz. Sem outras possibilidades, o Planetário usou fundos advindos da venda de ingressos para entrar no local (que atualmente custam R$ 5 por pessoa) para comprar vigas de madeira e uma cerca para serem instaladas ao redor do fosso.

A promessa era de que servidores da UFG e da Prefeitura seriam disponibilizados nesta segunda-feira (17) para auxiliarem no trabalho de instalação da proteção. A reportagem esteve no local e ninguém apareceu. Ao longo do dia, o trabalho foi desenvolvido pelo próprio diretor do local, pelo vice-diretor e um jardineiro voluntário. Nesta terça-feira (18), trabalhadores da Prefeitura foram enviados para ajudar no serviço.

Recursos

A UFG é responsável por disponibilizar os servidores que trabalham no Planetário, além das reformas e limpeza do local. Os outros recursos obtidos surgem a partir da venda de ingressos. O vice-diretor do local, Gustavo Jordão, é quem faz a manutenção diária do equipamento de projeção, que data de 1970. “Ele é o único no Brasil que consegue. Aprendeu com um técnico que já morreu”, enfatiza Santucci.

A estrutura e limpeza do prédio estão em dia, mas quem cuida de toda a parte externa é o jardineiro voluntário Nilton Pires, de 53 anos, que já trabalhou no local anteriormente como funcionário de uma empresa terceirizada. “Gostei muito de todo mundo que trabalha aqui. Venho em dias intercalados com o maior prazer”, relata Nilton.

UFG

Em nota, a UFG informou que “houve um conflito de agenda” com a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) da universidade. A instituição ressaltou que “por causa dos cortes nos últimos anos, muitos prédios da UFG precisam de reformas, pois essa foi uma das áreas mais afetadas com os cortes no orçamento. Esses reparos são feitos na medida em que as verbas chegam, mas por causa da demanda represada, há uma fila de obras a serem executadas.”

A universidade também comunicou que, segundo a Seinfra da UFG, foi acordado que o alambrado existente será recolocado e que “execução será por parte da Seinfra UFG e alguns dos materiais necessários serão providenciados pelo Planetário, tendo em vista que a Seinfra não dispõe do mesmo em seu almoxarifado”.&nbsp;

A UFG esclareceu ainda que o serviço foi iniciado nesta terça e que a Seinfra da UFG “já elaborou um projeto, que encontra-se em fase de orçamento, para resolver de maneira definitiva o problema. Posteriormente será feita uma reunião entre Reitoria e Prefeitura de Goiânia para definirem sobre os procedimentos ulteriores.”

Leia também:

<a href="https://opopular.com.br/cidades/ufg-reforca-seguranca-para-volta-as-aulas-1.3019855" target="_blank">-&nbsp;UFG reforça segurança para volta às aulas</a>

<a href="https://opopular.com.br/cidades/pacientes-que-aguardavam-cirurgia-de-redesignac-o-sexual-no-hc-est-o-desassistidos-1.3016839" target="_blank">-&nbsp;Pacientes que aguardavam cirurgia de redesignação sexual no HC estão desassistidos</a>

<a href="https://opopular.com.br/economia/dobra-numero-de-empreendedoras-mas-com-barreiras-maiores-1.3006325" target="_blank">-&nbsp;Dobra número de empreendedoras, mas com barreiras maiores</a>

No que diz respeito ao posto de porteiro, a UFG pontuou que segundo a Secretaria de Promoção da Segurança e Direitos Humanos (SDH) da UFG, a princípio não há impedimentos para que o Planetário contrate um porteiro, mas que “esta é uma função que não pode estar vinculada à atividade de segurança, devido à legislação trabalhista” e que “o planejado para o Planetário (e que já está em execução) é a implementação de uma fechadura com controle de acesso via RFD (cartão/senha/digital) e portaria eletrônica.”

A universidade destacou ainda que o local conta com o posto de serviço de vigilante durante a noite, entre 18h e 6h, e que “sempre que necessário, a equipe de vigilantes da UFG pode se deslocar para o Planetário, no caso de eventos.”

Prefeitura&nbsp;

O titular da Agência Municipal de Turismo, Eventos e Lazer (Agetul), responsável pelo Parque Mutirama, Valdery Junior, relata que desde que assumiu o órgão, em janeiro de 2021, nunca foi informado sobre o problema. “Fiquei sabendo disso nesta segunda”, diz. Nesta terça, a Prefeita disponibilizou a mão de obra de oito servidores do Parque Mutirama para auxiliar na instalação da cerca. “Acreditamos que a conclusão do serviço ocorra até o final desta semana”, pontua.

Junior destaca que o Planetário é uma responsabilidade da UFG, mas reforça que uma equipe de técnicos da Prefeitura vai investigar a remoção da cobertura de alvenaria do fosso e, caso seja necessário, produzir um laudo sobre quais são as melhores providências a serem tomadas no local. “A segurança é a prioridade da nossa gestão”, finaliza o presidente da Agetul.&nbsp;

 
Instituição é um marco e única em Goiânia&nbsp;

O Planetário da Universidade Federal de Goiás (UFG) é um dos marcos da modernização de Goiânia. A sede do local, que é o único da capital, foi construída na década de 70, após a UFG fazer um acordo com a Prefeitura. Desde então, o Planetário promove atividades educativas de extensão, com o auxílio de recursos técnicos audiovisuais e um telescópio. Todas as práticas são realizadas com a orientação de professores mestres e doutores do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) da UFG.

A história do local começou com um pedido feito pelo professor José Ubiratan de Moura, que na época lecionava a disciplina de Cosmografia para a Geografia, de um equipamento chamado telúrio, um tipo de planetário. Se trata de um modelo didático simples para colocar em cima de uma mesa, no qual se pode simular o movimento da Terra em torno do Sol.

Entretanto, de acordo com informações da própria instituição, o pedido não foi compreendido pelos técnicos do governo federal. Como o Ministério da Educação (MEC) estava em negociação com o governo da Alemanha Oriental, Goiânia foi escolhida para receber um planetário Zeiss Jena Spacemaster e um telescópio Zeiss, Cassegrain 150 milímetros de diâmetro e distância focal 2.225 milímetros.

Procurando por um local para instalar o planetário, a UFG fez um acordo com o até então prefeito de Goiânia, Iris Rezende, para que a sede fosse construída no Parque Mutirama. A inauguração aconteceu em outubro de 1970 e a primeira sessão foi a Viagem ao Sistema Solar, gravada na Rádio Universitária por Edgar Montório. Em agosto de 2004, em uma única noite, 1.480 pessoas chegaram a ser atendidas para ver a posição do planeta Marte.

Em agosto de 1972, o Planetário parou de funcionar, devido a problemas com infiltrações no edifício. Em março de 1977, ele foi reinaugurado depois de intervenções estruturais e reparos em equipamentos do local. No início de 2007, ocorreu a última reforma interna e externa do prédio.