Nascida no dia 5 de agosto de 1920, Maria das Dores Borges da Cunha, que sempre gostou de reunir a grande família que tem, teve a comemoração de seus 100 anos de idade feita, no sábado (8), de uma forma adaptada à atual situação de pandemia do novo coronavírus. Diferente das festas familiares com mais de quase 300 pessoas presentes, a mineira viu a maior parte dos convidados por videoconferência.Seu neto Sinomar Alves contou ao POPULAR que a data tão importante para Maria das Dores seria comemorada com uma grande festa e parte dos familiares que não moram em Goiânia já estavam até de passagens compradas para estarem aqui no dia 8 de agosto. Os planos, porém, tiveram que ser mudados devido à pandemia da Covid-19, que tem como principal medida de combate o distanciamento social.Com isso, a família organizou dois momentos para prestigiar a matriarca, que é mãe de 11 filhos, avó de 32 netos, bisa de 31 bisnetos e tem duas tataranetas. No primeiro, à tarde, ela ficou na porta da casa onde mora e os parentes e amigos passaram de carro lhe dando os parabéns e presentes de aniversário.À noite os filhos se reuniram na casa dela representando todas as centenas de familiares. Na ocasião estavam os dez filhos de Maria das Dores e um neto, que é filho mais novo do médico Juvêncio Ambrósio da Cunha, que morreu em 2019. “Se estivéssemos em uma situação normal, eu diria que só entre parentes diretos e amigos, no mínimo 300 pessoas iam ter comparecido”, contou Sinomar.A presença dos demais, no entanto, foi registrada por meio de uma videoconferência on-line, da qual participaram os parentes de Maria das Dores. “Todo mundo se emocionou muito. Ela, muito vaidosa como sempre, vislumbrou a participação e falou com todos. Boa parte dessa turma já tinha combinado de vir, mas teve que mudar de planos”, detalhou.O momento mais marcante, para ele, foi quando dona Maria conduziu uma oração. “Todos ficaram muito emocionados. Ela própria lamentou que estava faltando muita gente, na pouca lucidez que tem, e perguntou o porquê das ausências. Mas temos lhe explicado a situação de pandemia que estamos vivendo”, contou.Apesar disso, o sentimento da aniversariante não foi outro senão de alegria. “Ela ficou extasiada! Ela gosta de reunir a família, é muito alegre e nunca deixou de reunir todos em datas especiais como o Natal, por exemplo. Então sempre fizemos questão de estarmos presentes. Por isso, não podíamos abrir mão de dar um jeito de manter a comemoração desta data”, acrescentou Sinomar.Vinda para Goiás em 1953, quando chegou de Formiga, Minas Gerais, sua vida é de muita fé, determinação e trabalho, segundo o relato de seu neto. “Tudo isso apesar de ter tido uma parte da sua vida muito sofrida”, explicou. Ele conta que Maria chegou a Goiás já com os filhos e não tinha nada além de trapos de roupa, carregados em duas capangas. “Mas ela sempre teve muita energia e foi assim que chegou até aqui. Hoje, graças a Deus, tem a família constituída, apesar de ter perdido o marido e um dos filhos”, contou.Os filhos são frutos do casamento de 74 anos com Benedito Gonçalves da Cunha, que morreu aos 93 anos de idade em setembro de 2012. Foi com ele que ela construiu todo o legado que inspira seus familiares. "E ela é uma ferrenha defensora dessa família", brinca Sinomar.No convite para a festa feita on-line, o texto escrito pelos filhos já mostra a admiração que sentem. “Conselho meu: viva com alegria, fé e muita perseverança, fazendo a diferença na vida das pessoas. Pensando e agindo assim, hoje completo meus mais belos 100 anos de vida com um legado de 11 filhos, 8 noras, 3 genros, 32 netos, 31 bisnetos e 2 tataranetos. Viva! Obrigada por tudo, meu Deus e Virgem Maria”, diz o texto.