Quando há cenas de risco nas novelas, quem entra em ação são os dublês. Eles substituem os atores nas gravações que possam representar perigo. É na base da adrenalina que vivem Max Gabriel e Roberta Felipe, dois dos entrevistados do Profissão Repórter desta terça-feira (24), que aborda os riscos exigidos em certas atividades para garantir o ganha-pão. O repórter Caco Barcellos e o repórter cinematográfico Eduardo de Paula acompanham o trabalho da equipe da próxima novela das 19 horas da TV Globo, Cara e Coragem, na qual a atriz Paolla Oliveira dá lugar a Roberta em uma cena arriscada, de atropelamento. “Eu estou sempre me colocando em risco, então se o meu corpo não estiver preparado, eu não consigo”, diz a dublê, que mantém uma rígida rotina de treinos na academia para encarar os desafios de substituir não apenas Paola, mas outras atrizes também.Com cerca de 50 produções no currículo, entre filmes e novelas, Max também faz parte do grupo de dublês de Cara e Coragem, que estreia no dia 30 de maio. Ele é um ex-motoboy que há 19 anos flerta com o perigo nas filmagens. É ele quem grava as cenas arriscadas do ator Marcelo Serrado nessa nova trama. A rotina intensa de “sobe e desce” de Geraldo da Costa, de 56 anos, também será mostrada no programa desta semana. Depois de deixar o Paraná em busca de emprego, nos anos 1980, ele chegou a São Paulo e, há mais de duas décadas, trabalha executando os serviços de pintura e manutenção de fachadas em prédios na cidade. Atualmente, cuida de um dos mais famosos edifícios da capital paulista – o Copan, projetado na década de 1950 por Oscar Niemeyer. Geraldo atua preso por uma corda a 115 metros do chão. E, nem sempre o trabalho é tranquilo, já que as condições climáticas influenciam nessa rotina perigosa. Quem conta a aventura são os repórteres Julia Sena e Leandro Matozo.Entre carros e caminhões em alta velocidade estão os atletas de ciclismo de Santos, cidade do litoral paulista, que treinam nos acostamentos das rodovias de acesso aos municípios da região. Um deles é Pedro Bastos, de 20 anos, que pedala desde os 9. Ele também é estudante da Faculdade de Engenharia Aeroespacial. Junto com ele treina Thayná Araújo, de 23 anos. A dupla competiu no dia 15 de maio, saindo de Santos, ainda de madrugada, rumo a Atibaia (SP) para a prova.Colega na mesma equipe de Pedro e Thayná e companheiro deles na rotina de treinamento de ciclismo de estrada, Caio Santana garante que, em condições favoráveis, a bicicleta pode atingir uma velocidade superior a 100 quilômetros por hora. Em competições oficiais, os trajetos em estradas e rodovias são fechados. Mas, quando é preciso treinar, o cuidado é redobrado: o espaço tem de ser dividido com os demais veículos que trafegam pelas rodovias, muitas vezes em altas velocidades, como testemunhou o repórter cinematográfico Luiz Silva e Silva.