Caminhar pelo Centro de Goiânia e, sem prever, dar de cara com feirinhas especiais é algo que tem entrado na rotina do bairro histórico. Só neste final de semana, por exemplo, dois eventos paralelos agitam a região com projetos que impulsionam o empreendedorismo local e ajudam a ocupar o setor antes esquecido aos sábados e domingos.A paixão da designer Aline Lima, 32, pelo Centro vem desde quando a paulista de Bauru se mudou com os pais para Goiânia. O ano era 2006 e o Centro ainda passava por um processo de início de imersão. De lá para cá, diversas ações culturais e de empreendedorismo local embalam o bairro, caso da Feira Mercadito, idealizada pela produtora e que acontece hoje na Rua do Lazer, em parceria com a Carvalhos Chopperia.“A região da Rua do Lazer é uma das mais bonitas da cidade e levar o Mercadito para o local é uma ação de ocupação do bairro, que merece ser visto e usufruído por todos”, explica Aline. Durante toda a tarde, a partir das 15 horas, expositores se reúnem em feira aberta em um misto de artesanato, roupas, decoração, além de comidas e bebidas. Um show de forró também toma conta do espaço.O Mercadito surgiu da necessidade da própria Aline em expor seus produtos. A produtora é designer de acessórios e criadora da Remonta, marca voltada para a sustentabilidade e que desenvolve todas as suas peças a partir de acessórios já existentes, prática conhecida como upcycling. “Estamos muito animados com a oportunidade de levar o Mercadito para o Centro, já que esse é um espaço que sempre foi muito querido por nós e está cada vez mais movimentado e charmoso”, comemora.A primeira edição, realizada em novembro do ano passado em um salão de festas, contou com sete expositores. Logo em seguida, veio o convite para dar continuidade ao projeto, agora em espaço aberto, na Rua 8. O número de expositores já é três vezes maior do que a edição anterior e o evento promete continuar divulgando os pequenos produtores locais.Ocupação Quando se mudou para o Centro há mais de 10 anos, a produtora Thaís Moreira, do Empório Armário, conta que não via tantos jovens quanto agora pelas ruas do bairro. “Eu morei a vida toda no Setor Bueno e quando disse que abriria um negócio no Centro várias pessoas falaram que era uma maluquice. Hoje percebo que fiz a coisa certa”, conta a empresária, que promove neste domingo o Jardim do Centro, uma feirinha intimista de brechós na Rua 15.Com 20 brechós que se juntam para promover a moda autoral, a ideia do projeto é ocupar o Centro e destacar o empreendedorismo feminino na calçada da região. “O evento por si só é uma boa oportunidade para começar o ano com um armário sustentável, economizar e ainda fortalecer a economia local com estilo e dar uma volta pelo Centro”, explica Thaís.O Jardim é dividido em dois dias e acontece neste final de semana e no próximo. A ideia é de que o projeto se torne contínuo nas tardes de domingo do Centro. “É perceptível ver como o bairro tem se transformado, com mais pessoas querendo conhecer a história da cidade e ocupar uma região antes abandonada. Essa retomada do Centro é fundamental para os moradores, os comerciantes e para os próprios goianos”, reflete a produtora.SERVIÇO Feira Mercadito Data: neste sábado (5), a partir das 15 horasLocal: Rua do Lazer, Rua 8, Centro Informações: @feiramercadito Jardim do CentroData: neste domingo (6), a partir das 10 horasLocal: Rua 15, 263, Centro Informações: @encontrodebrechos_ Dê um rolê e você vai curtirAlém das feiras, confira o que fazer no Centro neste final de semanaNo escurinho do cinema O Cine Cultura, localizado na Praça Cívica, reabriu as portas na última semana com três filmes em cartaz: o documentário Parque Oeste (2020), de Fabiana Assis, e as ficções Vento Seco (2020), de Daniel Nolasco, e Marighella (2021), de Wagner Moura. A reabertura segue todos os protocolos sanitários e recebe, no máximo, 44 pessoas por sessão. A programação é válida até o dia 9 de fevereiro em três horários: 15h30, 17h e 20h. Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). No túnel do tempo A geladeira marrom dos anos 50. A televisão sem cor acomodada na estante embutida da sala de estar. A vitrola que dona Gercina Borges escutava as grandes divas do rádio. A edição conservada do clássico Doutor Jivago, de Boris Pasternak. A camionete vermelha que o ex-governador passeava aos sábados no antigo trampolim do Lago das Rosas. Tudo serve de memória afetiva no Museu Casa Pedro Ludovico, aberto aos finais de semana entre as 9h e 14h, na Rua Dona Gercina Borges, perto da Praça Cívica. Entrada franca.Respiro da arteUm recorte do que há de mais interessante no acervo do Museu de Arte de Goiânia (MAG) está exposto nas salas do espaço cultural quando o assunto são as mulheres artistas. Campo Fertil, por exemplo, apresenta trabalhos que se utilizam de elementos naturais, como areia, pedras, madeira, cerâmica, folhas e cascas de árvores. Apesar de estar localizado no Setor Oeste, o MAG fica no Bosque dos Buritis, parque que divide o bairro do Centro. Vale a pena passear pelo local. Horário: das 8h às 18h. Entrada franca.