A tosse é um sintoma importante no diagnóstico da asma. “Atendi um homem que tinha tosse há 15 anos. Ele já tinha 45 anos e tossia com esforço físico e no meio da madrugada”, relata a alergista e imunologista Renata Parrode Bittar. “Isso é muito característico da asma: uma tosse com horário para acontecer, principalmente de madrugada e pela manhã”, continua. A tosse é um mecanismo de proteção das vias aéreas e indica que algo está errado. “Quando o quadro se arrasta por mais de oito semanas, chamamos de tosse crônica”, explica. Esse sintoma pode associar a asma a outras doenças, como a rinite e o refluxo. “Sofri a vida toda, principalmente durante a infância e a adolescência, com uma tosse. Eu já considerava algo normal, parte de mim”, relembra a consultora de RH Rachel Melo Filizzola Pinheiro, de 48 anos. Diferentes médicos ao longo da vida não encontraram a causa da sua tosse misteriosa. “Há cerca de cinco anos, me consultei com uma alergista por conta das minhas crises alérgicas. Ela desconfiou, me pediu para fazer alguns testes e detectou a asma leve”, conta. A falta de ar nunca foi um sintoma de Rachel. “Mesmo assim, segui à risca o tratamento e hoje tenho outra qualidade de vida. Sou professora e antigamente não conseguia falar por meia hora sem uma crise de tosse”, conta. Identificar os gatilhos das suas crises foi fundamental para ela. “Às vezes, é provocada por uma mudança de tempo, alguma alergia ao ar-condicionado ou cheiro diferente”, diz. Poeira, fumaça de cigarro, pólen e a presença de alérgenos são outros gatilhos comuns dos asmáticos.