O sonho de viver de música depois dos 60 anos ou de retomar a carreira, agora com visibilidade, está diante de quatro cadeiras. Basta uma virar para tornar realidade o desejo. Essa paixão pela música vai movimentar vozes de diferentes cantos do Brasil na segunda temporada do The Voice+, da Globo, que começa neste domingo. Ao todo, 48 candidatos, 12 em cada time, serão aprovados na primeira fase do programa, mas apenas um levará para casa o prêmio de R$ 250 mil e um contrato com a gravadora Universal Music. A apresentação será de Thais Fersoza e de André Marques.Na primeira temporada do reality, Goiás foi muito bem representado pelo cantor e compositor Renato Castelo, 75 anos, que chegou até as semifinais da competição. Desde o início, com sua voz suave e com repertório dedicado aos grandes mestres da Música Popular Brasileira, como Tom Jobim e Pixinguinha, ele foi conquistando os jurados e o público. Em uma das entrevistas ao POPULAR, o artista disse que passou pela experiência “maravilhosa” de conviver com grandes artistas. “Fiquei satisfeito”, ressaltou o morador de Pirenópolis e um dos autores do samba Vila Operária, de 1968.A dinâmica do jogo segue praticamente a mesma da edição 2021. A primeira fase são as audições às cegas, na qual os participantes são avaliados apenas pela voz. Se mais de um técnico virar a cadeira, o candidato é quem escolhe com quem quer trabalhar. Renato Castelo, por exemplo, virou as quatro e escolheu o cantor Mumuzinho. Na etapa seguinte, o Tira-Teima, em apresentações individuais, os jurados precisam escolher seis vozes do seu time para continuar na disputa. Cada um deles terá ainda dois “pegueis”, ou seja, poderão escolher outros dois candidatos eliminados dos outros times.Os sobreviventes do Tira-Teima passam para a etapa batizada de Top dos Tops, quando duas duplas de cada time disputam entre si, mas somente uma voz de cada uma delas segue no programa e garante a vaga na semifinal. No programa seguinte, os técnicos têm uma decisão difícil pela frente, que é escolher um candidato para a grande final, que será realizada no mesmo dia. Os quatro finalistas se apresentam e quem elege, ao vivo, o vencedor do The Voice+ é o público. O campeão da primeira edição foi o cantor do Rio de Janeiro Zé Alexanddre, 63 anos, representante do Time Claudia Leitte.CadeirasDos técnicos da segunda temporada, a cantora Ludmilla é a única remanescente. Daniel, Mumuzinho e Claudia Leitte estão fora da edição 2022. Segundo nota divulgada pela Globo, as mudanças foram necessárias por causa da incompatibilidade das gravações com os compromissos dos artistas. Entram para o time de jurados ao lado da funkeira carioca, Fafá de Belém e o regueiro Toni Garrido, que estreiam na função. Carlinhos Brown completa a quarta cadeira. O músico já atua no posto nos outros dois programas da família The Voice, o The Voice Brasil e o The Voice Kids.“Estou tomado de felicidade por esta oportunidade que me foi dada para fazer parte desse programa que desejo participar desde seu início. As expectativas são as melhores e a emoção já está lá em cima, pois vamos encontrar vozes amadurecidas e histórias de vida que são totalmente inspiradoras, aliadas a repertórios de qualidade altíssima”, disse Brown, ao Gshow. “Nós temos a sorte e a honra de fazer parte da realização desses sonhos, que são também os nossos ali espelhados. É uma grandiosa experiência para cada um de nós, técnicos, equipe, músicos. É um presente”, acrescenta o baiano.Toni Garrido estreia na cadeira do The Voice, mas o cantor tem bastante experiência em realitys musicais. Há 20 anos, ele foi um dos apresentadores do programa Fama, da Globo, ao lado de Angélica. “Eu estou muito feliz por fazer parte da realização dessas pessoas. É maravilhoso participar desse sonho. Costumo dizer é que a parte mais legal do jogo não é virar a cadeira, mas sim estar aqui, no grande momento de gala da sua vida, da sua história, da sua música, da sua representação, em que você consegue se expressar para milhões de pessoas por minuto. Isso é indescritível”, comenta.Já Fafá de Belém, que foi anunciada em dezembro como técnica do The Voice+ no lugar de Claudia Leitte, está ansiosa para o início da competição. “É uma alegria grande poder fazer parte de um programa onde cantores podem realizar seus sonhos, independentemente da idade. Há um hábito de achar que as pessoas, a partir de uma certa idade, deixam de existir. Nós temos a vida vivida e, ao mesmo tempo, muita pela frente. Nós temos experiência, superamos várias coisas e temos que superar o preconceito que a sociedade tem para pessoas de mais idade. Continuamos vivos, ativos e cheios de ideias”.Expectativa altaOs representantes de cada estado serão conhecidos aos domingos e a expectativa é que os goianos façam bonito na competição, assim como Renato Castelo na primeira temporada. Apesar de não ter se classificado para a final, o artista foi um dos participantes mais elogiados pelos técnicos e nas redes sociais. Nascido em Natal (RN), se tornou músico em Goiânia. Ele chegou na cidade em 1954 e se instalou no Setor Campinas, onde a família tinha uma loja de tecidos na Avenida 24 de Outubro. Depois da aposentadoria em 2017, ele mudou-se para Pirenópolis, período em que gravou o primeiro disco Piracema (2018), acompanhado pelo vigoroso instrumentista Bororó.Na carreira, o artista tem várias participações especiais e mais de 50 letras regravadas, como Metade da Metade, por Bruno & Marrone, no disco Sonhos, Planos e Fantasias, em 2002. No entanto, o grande sucesso é Vila Operária, escrita ao lado do parceiro Siqueira, que se tornou um hino em Goiânia no período da ditadura militar. Em 1969, a canção, com interpretação de Luís Antônio, o Pau de Arara, ficou em segundo lugar no Festival Universitário de MPB, no Cine Goiânia. Castelo não chegou a fazer sucesso com a canção, mas viu várias regravações, além de a faixa batizar o disco de Marcelo Barra, em 1997.