Sucatas ganham ritmo e melodia com o grupo Vida Seca. O quarteto se apresenta no Teatro do IFG (Rua 75, nº 2-186, Centro), às 20 horas desta sexta-feira (19). Será um show em que o grupo apresentará ao público dois novos instrumentos, resultado de residência artística com o mestre-luthier Márcio Vieira: a comarimba e o microxilo. No dia 27 de agosto o grupo oferecerá uma oficina de iniciação musical com instrumentos de materiais reutilizados, que culminará num bloco de percussão. A oficina será às 17 horas na Praça Universitária, aberta ao público e não necessita de inscrição. A entrada dos shows e participação na oficina são gratuitas.Essas atividades fazem parte do ProvocaSom, projeto de manutenção do grupo. Com o ProvocaSom, Vida Seca tem como objetivo aprimorar seu próprio trabalho de pesquisa musical e criação de instrumentos a partir de materiais descartados e ampliar o acesso do público a esse universo. A programação teve início em julho com uma oficina de construção de instrumentos conduzida pelo artista mestre em lutheria Márcio Vieira, em Pirenópolis. No mesmo mês, o grupo imergiu numa formação com o luthier para aprimorar os conhecimentos sobre construção de instrumentos. Em setembro, a partilha segue com o lançamento de uma cartilha com a metodologia e instrumentos utilizados pelo grupo.A comarimba é feita de tubos de alumínio. Trata-se de um instrumento inédito para o Vida Seca. O luthier já havia construído um parecido com esse para o projeto Diversom, mas trabalharam num modelo específico para o grupo: uma versão menor, com uma escala de 43 notas e com um compensado de madeira reaproveitada, que serve como uma caixa para transporte e também para amplificar o som. Além da madeira, o grupo usou borracha, prego e fio para essa construção. Já o microxilo é um xilofone com o mesmo princípio de divisão de notas da comarimba, em que explora-se a microtonalidade. Essa é a primeira vez que o grupo usa essa técnica de divisão num instrumento de teclas de madeira, que conta com 22 notas.O grupo Vida Seca desenvolve desde 2004 um trabalho pioneiro em Goiás em que pesquisa e cria instrumentos com materiais descartados e alternativos. Com os integrantes Danilo Rosolem, Igor Zargov, Ricardo Roqueto e Thiago Verano, latas de tinta, de óleo lubrificante e pedaços de calha para fiação elétrica se tornam uma bateria, ou melhor, uma sucateria. Teclas de porcelanato se tornam uma marimba, ou um porcelanotofone. Mangueiras e funis se transformam em um instrumento de sopro.