Um atirador matou ao menos 14 crianças e um professor em uma escola de Uvalde, no sul do Texas, na tarde desta terça-feira (24). O ataque deixou ainda um número incerto de feridos.A informação foi confirmada pelo governador do Texas, o republicano Greg Abbott, que acrescentou que o atirador foi morto depois da ação. Segundo o político, o autor do ataque seria um homem de 18 anos que foi de carro até a escola Robb, de ensino fundamental, armado com uma pistola e possivelmente um rifle.As informações iniciais da polícia davam conta que o homem teria sido preso. Não foram dadas mais informações sobre a identidade do atirador e das vítimas nem sobre possíveis motivações para o caso.Antes da entrevista coletiva do governador, o prefeito de Uvalde havia dito à rede ABC News em uma mensagem de texto que "a situação era muito ruim". A prefeitura tentava contato com as famílias das vítimas antes de passar mais informações à imprensa.Uvalde, de 16 mil habitantes, fica a cerca de 135 quilômetros de San Antonio. A escola Robb, que segundo a imprensa americana tem pouco menos de 600 alunos matriculados, cancelou as atividades da tarde desta terça.O caso volta a levantar o debate sobre o acesso facilitado a armas no país e sobre a segurança das escolas, especialmente depois de 2021 ter sido o ano com mais tiroteios em colégios americanos, segundo levantamento do jornal Education Week, ao menos desde 2018, quando o veículo começou a monitorar o assunto.Foram 28 episódios com ao menos uma pessoa morta ou ferida contra dez em 2020, quando as escolas estavam fechadas devido à Covid, e 24 em 2019 e em 2018, de acordo com esse levantamento.O caso recente de maior repercussão se deu em dezembro, em uma escola de Oxford, cidade próxima a Detroit, em Michigan. Quatro estudantes, com idades entre 14 e 17 anos, morreram e outros seis ficaram feridos, além de um professor. O autor, um jovem de 15 anos, foi acusado de homicídio e ato terrorista e poderá passar o resto da vida na prisão, pois é processado como se fosse maior de idade.Nesta segunda (23), relatório divulgado pelo FBI, a polícia federal americana, mostrou que o número de incidentes provocados por atiradores dobrou nos Estados Unidos nos últimos três anos.O documento registra que, em 2018, foram contabilizadas 30 ações perpetradas por um ou mais indivíduos com a intenção de matar em áreas populosas. Em 2021, esse número chegou a 61.A velocidade de crescimento dos episódios também subiu. Em 2019, a cifra se manteve estável em relação ao ano anterior, em 30 casos —em 2017, foram 31—, mas subiu para 40 em 2020, aumento de 33%. Na sequência, houve um salto de 52,5% nos registros em 2021, de acordo com o relatório do FBI.Há dez dias, um ataque a tiros feito por um homem de 18 anos matou dez pessoas negras na cidade de Buffalo, no estado de Nova York. Payton Gendron abriu fogo contra clientes de um supermercado, numa ação transmitida ao vivo pela internet, ambiente no qual também publicou um manifesto para justificar o ataque, baseado em teorias racistas, como a de que os negros estariam tomando o lugar dos brancos na sociedade.