O Conselho de Segurança da ONU emitiu uma resolução nesta quarta-feira (21) em que pede que o regime de Mianmar liberte a ex-primeira-ministra e Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, além de outros presos políticos.Trata-se da primeira resolução do principal organismo das Nações Unidas sobre o país asiático em 74 anos. O documento contou com a aprovação de 12 membros do conselho. China, Rússia e Índia se abstiveram, e nenhum país votou contra.Símbolo da luta da sociedade civil mianmarense por democracia, Suu Kyi, 77, foi deposta e presa no golpe militar de fevereiro de 2021.Desde então, a junta militar que tomou o poder no país vem reprimindo protestos por democracia. As forças de segurança já mataram mais de 2.500 civis no período, segundo grupos de direitos humanos.A resolução aprovada nesta quarta expressa "grave preocupação" com o estado de emergência em vigor no país desde o golpe militar e insta as autoridades mianmarenses a "libertar imediatamente todos os prisioneiros detidos arbitrariamente", citando explicitamente os casos de Suu Kyi e do ex-presidente Wint Myint.O documento também defende o "respeito às instituições democráticas e a busca pelo diálogo construtivo e pela reconciliação em acordo com a vontade e os interesses do povo".A última resolução do Conselho de Segurança sobre Mianmar foi adotada em 1948, e recomendava à Assembleia-Geral que aceitasse o ingresso do país nas Nações Unidas após a sua independência --até então, a região conhecida como Birmânia era uma colônia britânica.Divergências entre os membros permanentes do conselho (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China, que têm direito ao veto) vinham impedindo a aprovação de uma resolução sobre Mianmar. Moscou e Pequim vinham se posicionando contra uma ação mais incisiva do órgão contra o regime mianmarense.Nesta quarta, a embaixadora britânica na ONU, Barbara Woodward, afirmou que a resolução "envia uma mensagem clara ao povo de Mianmar de que buscamos progresso em consonância com seus direitos, desejos e interesses".Já o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, afirmou que "a China ainda tem preocupações" e que "apenas Mianmar pode resolver seus problemas".Leia também:Em visita de Zelensky, EUA anunciam envio de armas à Ucrânia que podem mudar rumo da guerraTalibã proíbe mulheres de frequentarem universidade no AfeganistãoComitê do 6 de janeiro pede indiciamento de Trump por ataque ao Capitólio dos EUA