Em seu 3º ano de mandato, o presidente&nbsp;Jair Bolsonaro&nbsp;(PL) manteve o hábito de dar declarações polêmicas. Minimizou a pandemia e culpou as medidas restritivas pelos problemas econômicos do país. Em outra frente, o presidente criticou as urnas eletrônicas e fez ataques a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).Em 2021, Bolsonaro fez mudanças no governo para e se aproximou de políticos do Centrão. Com mais articulação entre o Planalto e o Congresso, o governo conseguiu viabilizar o Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família. Para bancar a iniciativa, a PEC dos Precatórios foi construída e aprovada, o que parcelou dívidas judiciais da União e abriu espaço no Orçamento.Em “motociatas”,&nbsp;lives&nbsp;nas redes sociais, entrevista para rádios locais e eventos oficiais no Planalto ou em viagens, o presidente reforçou a defesa por pautas conservadoras, criticou medidas sanitárias e adotou tom de pré-campanha para sua reeleição.O&nbsp;Poder360&nbsp;separou em retrospectiva as principais falas do presidente em 2021.&nbsp; Pandemia e economiaA “política do fica em casa” sobre isolamentos durante a pandemia foi utilizada pelo presidente ao longo de todo o ano para justificar o aumento da inflação, do preço dos combustíveis e do crescimento da pobreza. No caso da alta nos preços dos alimentos, o chefe do Executivo afirmou diversas vezes que outros países também passavam por situação semelhante.Falas contra vacinas também foram recorrentes. Aos 66 anos, Bolsonaro afirma não ter se vacinado contra a covid-19. Ele questionou a segurança e eficácia dos imunizantes em diversas ocasiões e se diz contrário à vacinação de crianças. Também se colocou contra a exigência do comprovante de imunização como medida sanitária.26.fev.2021&nbsp;– No Ceará, Bolsonaro diz que população não consegue mais ficar em casa8.mar.2021&nbsp;– “Serei o último”, diz Bolsonaro sobre vacinar-se contra a covid-198.mar.2021&nbsp;– Bolsonaro: “Meu Exército não vai para a rua obrigar o povo a ficar em casa”2.abr.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que decidirá se vai se vacinar depois do último brasileiro17.mai.2021&nbsp;– Bolsonaro critica quem faz isolamento: “Tem idiotas até hoje em casa”30.set2021&nbsp;– Bolsonaro: “Brasil tem muita coisa cara, mas não falta nada”8.out.2021&nbsp;– Bolsonaro volta a dizer que inflação é culpa do “fique em casa”2.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro volta a dizer que não quer se vacinar: “Deixa eu morrer”7.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que passaporte da vacina é “coleira” para a sociedade7.dez.2021&nbsp;– “Anvisa quer fechar de novo, porra?”, reclama Bolsonaro sobre passaporte vacinal8.dez.2021&nbsp;– “Jamais vou exigir o passaporte de vacina”, diz Bolsonaro para apoiadores13.dez.2021&nbsp;– “Aqui é proibido máscara”, diz Bolsonaro no Planalto a sanfoneiros16.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro compartilha vídeo em que homem chama vacina de “porcaria”24.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro: “Não há morte de criança que justifique algo emergencial” Mudanças no governoO alto escalão do governo mudou em 2021. Trocas e remanejamentos foram feitos para alocar integrantes de partidos do Centrão. O Executivo ganhou perfil mais político e articulador com a chegada de Ciro Nogueira para a Casa Civil e Flávia Arruda na Secretaria de Governo.Além disso, a cúpula militar incluindo o então ministro da Defesa e os 3 comandantes das Forças Armadas também foi substituída. Pressionados, ministros de perfil mais ideológico, Ricardo Salles e Ernesto Araújo deixaram o governo.Na Saúde, o general Eduardo Pazuello saiu do comando do ministério e deu lugar ao médico cardiologista Marcelo Queiroga. A pasta da Economia foi desmembrada para recriar o Ministério do Trabalho e Previdência, comandado por Onyx Lorenzoni –é o 3º ministério que o gaúcho chefia no governo Bolsonaro. Apesar das mudanças, o presidente elogia com frequência sua equipe ministerial.29.mar.2021&nbsp;– Ernesto Araújo pede demissão do Ministério das Relações Exteriores29.mar.2021&nbsp;– Ministro da Defesa deixa cargo horas depois de Ernesto Araújo29.mar.2021&nbsp;– Bolsonaro planeja ao menos 6 mudanças em reforma ministerial29.mar.2021&nbsp;– Bolsonaro muda 6 ministros e indicados reforçam alinhamento ao Planalto30.mar.2021&nbsp;– Comandantes das Forças Armadas anunciam demissão6.abr.2021&nbsp;– Bolsonaro dá posse a 6 ministros em cerimônia reservada23.jun.2021&nbsp;– Ricardo Salles é o 17º ministro a deixar o governo Bolsonaro23.jun.2021&nbsp;– “Salles que tem que falar sobre por que pediu para sair”, diz Bolsonaro22.jul.2021&nbsp;– Bolsonaro confirma Ciro Nogueira na Casa Civil e criação de novo ministério22.jul.2021&nbsp;– Me chamou de fascista, mas as coisas mudam, diz Bolsonaro sobre Ciro Nogueira27.jul.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que acidente em avião é “sinal” para nomeação de Ciro Nogueira Auxílio BrasilMunido de mais capacidade articuladores com a chegada de Ciro Nogueira, o Planalto conseguiu a aprovação de recursos para bancar o novo Bolsa Família, o programa Auxílio Brasil. A iniciativa foi criada para ser uma marca social do governo Bolsonaro e foi tratada como prioridade por Bolsonaro, que busca a reeleição em 2022.Para viabilizá-la, o Executivo fez intensa articulação com o Congresso por meio de mudanças na PEC dos Precatórios. Sem a PEC, o governo teria que quitar dívidas no valor total de R$ 89 bilhões em 2022. A proposta de emenda à Constituição foi elaborada para permitir o parcelamento das dívidas judiciais da União.Além do parcelamento, o governo aproveitou o texto para articular a mudança no cálculo da regra do teto de gastos. Com isso, a proposta abriu espaço fiscal de R$ 106 bilhões no orçamento, segundo projeção do Ministério da Economia e tornou possível custear o Auxílio Brasil de R$ 400.19.jul.2021&nbsp;– Novo Bolsa Família terá valor médio de “no mínimo R$ 300”, diz Bolsonaro4.ago.2021&nbsp;– Bolsonaro confirma programa social “Auxílio Brasil”, maior que o Bolsa Família7.out.2021&nbsp;– Bolsonaro institui Programa Auxílio Brasil e Programa Alimenta Brasil18.out.2021&nbsp;– Bolsonaro: “Se Deus quiser”, resolveremos extensão do auxílio nessa semana21.out.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que caminhoneiros receberão auxílio do governo27.out.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que quem recebe Bolsa Família não sabe fazer “quase nada”6.nov.2021&nbsp;– Bolsonaro defende PEC dos Precatórios para “dobrar” valor do Bolsa Família8.nov.2021&nbsp;– Vamos ter problemas no Senado, diz Bolsonaro sobre PEC dos Precatórios12.nov.2021&nbsp;– Bolsonaro sanciona lei que transfere saldo de R$ 9,36 bi para Auxílio Brasil13.nov.2021&nbsp;– Bolsonaro: governo não tem como pagar R$ 90 bi em precatórios dentro do teto22.nov.2021&nbsp;– “Se deixar furar o teto, a gente paga”, diz Bolsonaro sobre precatórios24.nov.2021&nbsp;– “Ninguém vai propor isso”, diz Bolsonaro sobre tirar precatórios do teto2.dez.2021&nbsp;– “Ganha o Brasil”, diz Bolsonaro sobre aprovação da PEC dos Precatórios7.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro edita medida provisória que viabiliza Auxílio Brasil de R$ 40030.dez.2021&nbsp;– Com vetos, Bolsonaro sanciona lei que cria o Auxílio Brasil Críticas ao STF, às urnas e à imprensaO segundo semestre do ano foi marcado por uma escalada de tensões entre Executivo e Judiciário alimentada pelo chefe do Executivo. Favorável ao voto impresso, Bolsonaro subiu o tom de críticas contra o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, e contra o sistema eleitoral brasileiro.O presidente questionou resultados de pleitos anteriores e da própria eleições de 2018, na qual foi eleito. Alegou fraude nas urnas. O Congresso, contudo, rejeitou a proposta de instituir o voto impresso nas eleições de 2022. O presidente amenizou críticas ao TSE e ao ministro Barroso depois que as Forças Armadas foram incluídas no processo de acompanhamentos dos trabalhos de preparação para a disputa eleitoral.Além de Barroso, outro ministro do STF foi alvo frequente de críticas do presidente: Alexandre de Moraes. No Dia da Independência, Bolsonaro participou de atos e afirmou que não iria cumprir decisões do magistrado, a quem se referiu como “canalha”.O ministro foi criticado diversas vezes pelo presidente por suas decisões em relação ao inquérito das fake news, do qual é relator. Bolsonaro é um dos investigados no inquérito. O chefe do Executivo apresentou ao Senado em 20 de agosto o pedido de&nbsp;impeachment&nbsp;de Moraes, recusado pelo senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), presidente da Casa.Coube ao ex-presidente Michel Temer fazer o meio de campo para amenizar a relação entre Bolsonaro e o ministro. O ex-chefe da nação foi quem indicou Moraes, em 2017, para a vaga no Supremo. Com a ajuda de Temer, Bolsonaro divulgou uma nota de recuo para amenizar suas declarações anteriores.O presidente terminou o ano satisfeito com a aprovação do seu indicado “terrivelmente evangélico” para o STF, o pastor e ex-advogado geral da União, André Mendonça. Afirmou ter cumprido uma promessa de campanha ao indicar o nome de Mendonça para a vaga no Supremo. Bolsonaro defendeu diversas vezes que é preciso haver “renovação” em todos os poderes públicos.Em relação à imprensa, Bolsonaro manteve críticas e tom hostil direcionado aos veículos de alcance nacional. A mesma atitude foi seguida por parte de seus ministros. Protagonizou ofensas direcionadas a jornalistas e repetiu que não iria impor qualquer tipo de regulação à mídia. A partir do 2º semestre, o presidente priorizou dar entrevistas para veículos menores e locais.26.abr.2021&nbsp;– “Não tem o que perguntar? Deixa de ser idiota”, diz Bolsonaro a jornalista2.jun.2021&nbsp;– Bolsonaro chama jornalista da CNN Brasil de “quadrúpede”21.jun.2021&nbsp;– Irritado, Bolsonaro ofende repórter da Globo e fala de mídia “canalha”7.jul.2021&nbsp;– “Péssimo ministro”, diz Bolsonaro sobre Barroso ao defender voto impresso10.jul.2021&nbsp;– Bolsonaro ataca Barroso e liga ministro à pedofilia3.ago.2021&nbsp;– Voto impresso é “luta direta” contra Barroso, afirma Bolsonaro5.ago.2021&nbsp;– “A hora dele vai chegar”, diz Bolsonaro sobre Alexandre de Moraes6.ago.2021&nbsp;– Bolsonaro chama Barroso de “filho da puta”; depois, apaga vídeo12.ago.2021&nbsp;– Bolsonaro volta a atacar Barroso e diz que ministro mente: “És um tapado”14.ago.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que pedirá processo contra Moraes e Barroso no Senado19.ago.2021&nbsp;– Depois de ataques, Bolsonaro diz que aceita conversar com Moraes e Barroso20.ago.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que apresentará “nos próximos dias” pedido de impeachment de Barroso31.ago.2021&nbsp;– Bolsonaro: 7 de setembro será momento de se tornar “independente para valer”4.set.2021&nbsp;– Bolsonaro volta a falar em ruptura; apoiadores gritam “Fora, Alexandre”7.set.2021&nbsp;– Bolsonaro diz respeitar Constituição, mas afirma: STF pode sofrer “aquilo que não queremos”7.set.2021&nbsp;– Bolsonaro chama Moraes de “canalha” e diz que não cumprirá suas decisões9.set.2021&nbsp;– Bolsonaro recua e diz ter ofendido Moraes no “calor do momento”27.out.2021&nbsp;– Bolsonaro pergunta “quanto vale a vaga no STF” sem ver que estava ao vivo1º.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro comemora chegada do “terrivelmente evangélico” Mendonça ao STF2.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que ministros indicados são “20%” de interesses do governo no STF7.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro critica “alguns colegas” do STF: “Não têm visão de futuro?”8.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que inquérito aberto por Moraes é “abuso” e que “tudo tem limite”14.dez.2021&nbsp;– Bolsonaro diz que agressão a jornalistas na Bahia é “cascata”

3º ano de Bolsonaro: as principais falas do presidente em 2021

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O governador Ronaldo Caiado (UB) afirmou nesta quarta-feira (2) que será <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-nega-plano-b-e-alega-ter-densidade-para-ampla-alianca-1.3282190" target="_self">candidato a presidente da República</a> mesmo em possível cenário de disputa contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). A afirmação foi apresentada em entrevista coletiva concedida em Portugal, onde participou do 13º Fórum de Lisboa. O goiano alega que só abriria mão do pleito na hipótese de candidatura do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível até 2030.

“Se o presidente Bolsonaro for candidato, existe um ponto de convergência. Mas, se ele não for e apoiar outro nome, como o Tarcísio, haverá um ponto de divergência, porque eu também estarei no processo”, apontou. O governador confirmou que abriria mão de concorrer à presidência no próximo ano caso o ex-presidente consiga superar os atuais impedimentos e entrar no pleito, com a avaliação de que Bolsonaro representa um nome nacional e teria protagonismo natural.

Em contexto de divisão entre outras candidaturas da direita, Caiado avaliou que um <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-agora-fala-em-sensatez-para-definir-chapa-ao-senado-1.3277411" target="_self">primeiro turno</a> seria “momento do debate, não da convergência” e que não há a necessidade de busca pela unidade dos nomes de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Isso vem no segundo turno”, opinou.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-nega-plano-b-e-alega-ter-densidade-para-ampla-alianca-1.3282190" target="_self">Caiado nega plano B e alega ter 'densidade' para 'ampla aliança'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-cita-2030-entre-criterios-para-a-vice-em-chapa-governista-1.3279426" target="_self">Caiado cita 2030 entre critérios para a vice em chapa governista</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-agora-fala-em-sensatez-para-definir-chapa-ao-senado-1.3277411" target="_self">Caiado agora fala em 'sensatez' para definir chapa ao Senado</a></div>

As declarações ocorrem em meio aos desafios de viabilização da própria pré-candidatura, lançada em 7 de abril, em Salvador (BA). O governador ainda corre contra o tempo para elevar as intenções de voto, diante da exigência da cúpula da federação de União Brasil e PP para que ele alcance ao menos 10% nos principais levantamentos até o momento da definição do grupo sobre o projeto nacional, em 2026.

Diante das dificuldades para confirmar a candidatura pela própria sigla, Caiado negou na última semana que a recém formada federação entre Solidariedade e PRD seja o plano B para garantir sua presença na corrida presidencial do próximo ano. O goiano agradeceu o apoio recebido do presidente nacional do Solidariedade, deputado federal Paulinho da Força, mas apontou que as declarações elogiosas do dirigente mostram “densidade” e “apoio nacional” do projeto e que busca <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-cita-2030-entre-criterios-para-a-vice-em-chapa-governista-1.3279426" target="_self">ampliar as alianças</a>.

Caiado alegou ter confiança na estrutura do União Brasil para manter a pré candidatura e defendeu que é preciso ter “habilidade” para angariar mais partidos, principalmente a partir das siglas que já compõem a base do governo estadual. Neste sentido, citou diretamente Republicanos e Avante, que são apontados, nos bastidores, como outras alternativas para o pleito do governador.

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O governador teve conversa reservada nesta quarta com o presidente nacional do UB, Antônio Rueda, e tem aproveitado a agenda durante o congresso, organizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, para articular o projeto nacional. Oficialmente, o evento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), pelo LPL (Lisbon Public Law Research Centre), da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, e pelo Centro de Inovação, Administração e Pesquisa do Judiciário – FGV Justiça

Na única agenda oficial durante a viagem a Lisboa, o goiano proferiu palestra em mesa de debate sobre o tema: “Política de drogas: entre segurança e saúde pública”.

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<h2>Oposição</h2>

O governador atualizou o discurso de críticas ao presidente Lula, quando questionado em entrevista coletiva sobre o contexto de crise entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. A atual contenda foi deflagrada por declarações do petista após a decisão dos parlamentares de derrubar os decretos presidenciais que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

“Esse enfrentamento de nós contra eles, de repente taxando o Congresso Nacional como sendo inimigo do povo. Realmente, é um processo de querer desconhecer as regras da democracia. Pede-se que haja uma harmonia entre os poderes, mas é preciso respeitar a independência dos Poderes”, apontou.

Caiado reagiu diretamente contra os vídeos de apoiadores do governo que pedem a taxação de bilionários, colocam pobres contra ricos e usam a hashtag #InimigoDoPovo, popularizada por petistas após a votação do IOF na Câmara dos Deputados. “É uma baixaria”, afirmou o goiano. “Não é com queda de braço que se governa”, completou.

Nesta quarta, presidente Lula afirmou que a medida de acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso é necessária para garantir que ele siga com poderes para governar o país. Para o chefe do Executivo, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos/PB), tomou uma “decisão absurda” ao pautar o projeto que anulava as medidas tomadas pelo governo, mesmo após uma reunião em que um acordo sobre o tema havia sido construído.

“Sou agradecido ao Congresso, mas, se eu não recorrer à Suprema Corte, não consigo governar. Cada macaco no seu galho: eles legislam, eu governo”, declarou Lula.

“O que falta por parte do presidente é ele realmente sentar para trabalhar, reunir, conversar e dialogar. É o que falta hoje. Ele não conversa, não dialoga. Só manda recados. E recados errados porque esses vídeos são algo que nunca imaginei que um presidente da República autorizasse vídeos com aquele nível de agressividade e uma verdadeira guerra de secessão no país”, avaliou Caiado.

O governador ainda comparou os ataques do presidente contra o Legislativo à postura mais radical adotada pelo petista ainda na primeira candidatura à presidência, há 36 anos. “Nós vimos isso quando fui candidato com ele em 1989, quase 40 anos atrás. De repente, voltar isso de novo? É preocupante, porque naquela época ele era um candidato. Hoje ele é o presidente da República. Ao presidir um país, o que se deve fazer é conciliar, pacificar. Não se governa divergindo nesse nível da divergência”, disse.

Caiado ainda participou nesta quarta de mesa de debate junto do ministro do Superior Tribunal de Justiça Rogério Schietti Cruz; do ex-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar Paulo Rebello; do diretor-geral do Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências de Portugal, João Goulão; e da professora do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa Monique de Siqueira Carvalho. Ao longo dos quase 40 minutos de apresentação, Caiado reafirmou posicionamento contra a descriminalização das drogas e repetiu críticas à “complacência” do governo federal em relação ao combate às facções criminosas.

Caiado diz que será candidato mesmo se for contra Tarcísio

Eleições 2026

Na crise de inércia que assola Brasília e se acentua nesta semana, todos disputam força, poder e espaço, sem compreender que não há vencedores, só vencidos, e o maior exemplo veio do domingo, na Avenida Paulista, onde Bolsonaro pôde sentir ao vivo o declínio de sua liderança e relevância. Nem 13 mil pessoas, para quem sacudia o País com multidões acachapantes?A força mobilizadora de Bolsonaro está se desmilinguindo a olhos vistos, como a do PT e do próprio presidente Lula há muito mais tempo, desde mensalão e petrolão. Não há mais líderes capazes de atrair povo nas ruas, não há mais paixão, crença, confiança. Tudo somado, a esperança evaporou?No seu discurso praticamente sem plateia na Paulista, Bolsonaro disse que, se tiver 50% da Câmara e do Senado, ele “muda o País”. Muda como? E com quem? Com gente como a que ele arrastou para o Congresso como o “salvador da pátria” em 2018 e em 2022? Assim como Carla Zambelli, Daniel Silveira?Já inelegível, Bolsonaro enfrenta a reta final, no STF, do julgamento do “núcleo crucial” da tentativa de golpe. Onde estará a partir de outubro? E Lula? Patinando em várias áreas de governo, com índices preocupantes de popularidade e levando um banho do Congresso, como chegará a 2026?Enquanto Bolsonaro articula uma bancada robusta de deputados federais e senadores para 2027, Lula está às voltas com o presente, achando que reavivar a guerra de “ricos contra pobres” basta para recuperar fôlego nas pesquisas. Repete, assim, a falsa crença de que nomear Sidônio Palmeira resolveria tudo.Se a estratégia de Lula não é animadora, a de Bolsonaro é, como sempre, ameaçadora: jogar o Senado contra o Supremo, inclusive votando a cassação de ministros, e eleger para a presidência da Câmara alguém com a caneta à disposição de um processo de impeachment contra o, ou a, presidente da República, seja quem for.Ambos estão sem “povo na rua” e com a militância do avesso. A bolsonarista é cada vez mais anti-Lula do que pró Bolsonaro; a lulista é mais anti-Bolsonaro do que pró Lula. Um jogo de perde-perde, que seria ideal para o surgimento de um centro vigoroso, mas não parece.Lula não deixa brecha nem opção para a esquerda, ou é ele ou é ele em 2026, enquanto do lado oposto Tarcísio Gomes de Freitas ganha musculatura e vai se assumindo “de centro”, ou “herdeiro dos votos tucanos”. O que significa? Que 2026 pode descambar para uma disputa entre a direita radical e a direita não radical travestida de “centro”.Depende do quê? Da recuperação de Lula, da sua liderança política, do rumo do governo e da capacidade de união das esquerdas.

Sem paixão, sem esperança

Opinião

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Matéria - Opinião

Eliane Cantanhêde

Web Bolsonaro em Goiânia

A visita do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a Goiás deixou saldo de esperança entre lideranças da <a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-bolsonaro-tem-conversa-reservada-no-palacio-das-esmeraldas-1.3279072" target="_self">base aliada ao governador Ronaldo Caiado</a> (UB) e de silêncio na cúpula estadual do PL sobre a possibilidade de aliança na disputa estadual de 2026. Nos bastidores, aliados do senador Wilder Morais (PL) consideram que a efetivação do pleito próprio ao governo na próxima eleição seria irreversível, mas a definição depende da autorização de Bolsonaro, que manteve alternativas abertas em conversa direta com Caiado.

Como antecipado pelo POPULAR, antes de cumprir agenda de compromissos em Goiânia, Bolsonaro se reuniu com Caiado, na quinta-feira (19), no Palácio das Esmeraldas. Apesar do foco do ex-presidente em assuntos nacionais, como a anistia ao 8 de janeiro e o desabafo sobre os processos a que responde, o governador aproveitou para defender a aliança estadual.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal do O POPULAR no WhatsApp</a>

Junto de Wilder e do deputado federal Gustavo Gayer (PL), Caiado defendeu diretamente que não seria “o momento” de o senador se candidatar ao governo e a fala não teria sido contestada por Wilder ou mesmo por Bolsonaro, que ainda considera o rumo da legenda no estado. O governador ainda apontou que o caminho para a composição teria sido clareado com a resolução, por Bolsonaro, do conflito interno entre Gayer e o vereador Vitor Hugo, que foi demovido da ideia de manter pré-candidatura ao Senado.

Na última declaração pública sobre as eleições de 2026, Wilder apontou, em entrevista à CBN Goiânia, que o foco do partido é o lançamento de projeto próprio, mas que “tudo pode acontecer”. A declaração ocorreu em meio à mexida de peças, com a retirada de Vitor Hugo do processo de articulação por vaga na chapa majoritária.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-bolsonaro-tem-conversa-reservada-no-palacio-das-esmeraldas-1.3279072" target="_self">Caiado e Bolsonaro têm conversa reservada no Palácio das Esmeraldas</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-indica-pris-o-e-a-chama-de-covardia-1.3279070" target="_self">Bolsonaro indica prisão e a chama de 'covardia'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-se-sente-mal-e-cancela-agenda-em-anapolis-1.3279198" target="_self">Bolsonaro se sente mal e cancela agenda em Anápolis</a></div>

A expectativa no Palácio das Esmeraldas parte da definição, já repetida publicamente pelo ex-presidente, de que a prioridade do partido no próximo ano será o trabalho pela eleição de senadores da sigla ou de direita, para ampliar o enfrentamento institucional, principalmente contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Neste sentido, a composição ampliaria as chances de eventual chapa composta pela primeira-dama, Gracinha Caiado (UB), e Gayer.

A investida de Caiado ainda considera que Goiás poderia passar a ter os três integrantes no Senado comprometidos com o bolsonarismo, a partir da manutenção de Wilder fora da disputa ao governo, já que o senador tem mandato até 2030.

Já a cúpula estadual do PL tem repetido a importância de lançar candidaturas próprias a todos os cargos, inclusive para o Executivo, para ampliar a estruturação da legenda nos estados. Apesar do pacto de não agressão contra Caiado, articulado por Bolsonaro ainda em março, os aliados do ex-presidente em Goiás mantêm ataques contra Daniel Vilela (MDB), que é tratado como adversário, com a tentativa de relacionar o vice-governador à esquerda.

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<h2>Análise</h2>

Para cientistas políticos ouvidos pelo POPULAR, a possível aliança entre PL e o grupo governista em Goiás representa, na mesma proporção, avanço para o fortalecimento político e a criação de novos problemas de relacionamento interno na base aliada. Para o professor de Ciências Sociais da UFG, Guilherme Carvalho, o cenário de composição “tornaria a eleição para governador muito menos competitiva do que vinha se desenhando, até pelo próprio governador não estar na disputa”.

“Se houver a reunião do Daniel Vilela e algum nome do PL na vice, por exemplo, com o apoio explícito dos candidatos do partido, fica muito difícil derrotar essa chapa. Pela estrutura que vem do governo e pelo <a href="https://opopular.com.br/politica/bolsonaro-indica-pris-o-e-a-chama-de-covardia-1.3279070" target="_self">apoio explícito do Bolsonaro</a>. Esse é o primeiro elemento, mas há fatores mais complexos. Por exemplo, a dificuldade para administrar essa relação”, avalia o especialista.

“Essa não é uma aliança fácil. O pessoal do PL em Goiás não tem perfil pragmático, como é o caso do próprio Daniel Vilela e os aliados que já estão no governo”, aponta. “O PL e os políticos que lá estão são totalizantes. Ou seja: ou se caminha como eles entendem que deve ocorrer ou são inimigos e, nesse sentido, a tendência é que, mesmo como aliados momentâneos, isso possa produzir uma série de embates contratados durante todo o período eleitoral”, aponta.

O doutor em ciências sociais e professor da PUC/GO, Pedro Pietrafesa, confirma a perspectiva de hegemonia, caso a aliança se confirme. “Seria a junção das duas maiores forças políticas no estado para criar um grupo praticamente sem oposição, já que o PSDB não tem tanta força como teve no passado. O estado passaria a ter uma oposição bastante frágil e esse novo bloco teria muita força”, afirma.

“Seria a união de um candidato bastante forte ao Executivo estadual com os nomes de Gracinha Caiado e Gustavo Gayer, nessa estratégia nacional do PL de focar na disputa ao Senado. A união marcaria a posição desses partidos, com foco em União Brasil, PL e também o MDB, que está cada vez mais próximo do campo da direita no estado”, considera. “Mas a união seria com os dois lados tendo de controlar essa divisão do poder político. Esse seria o maior problema entre algumas lideranças do PL e o grupo do Caiado”, ressalva Pietrafesa.

Carvalho estima que, além dos conflitos por espaços políticos, a composição deve causar competição autofágica por votos, principalmente na disputa ao Senado. “Em termos de divisão dos votos, isso vai gerar uma grande bateção de cabeça. Não só por conta das figuras de Gayer e Gracinha, mas porque o governismo deve ter um pelotão de candidatos. Isso vai causar conflito inevitável, porque essencialmente eles estão tentando brigar por um perfil de eleitor muito parecido. O Gayer tem uma outra legião de seguidores e essa aliança vai produzir fogo amigo e um embate já precificado dentro de casa”, diz.

Visita de Bolsonaro a Caiado nutre hipótese governista de aliança

Antes de cumprir agenda de compromissos em Goiânia, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com o governador Ronaldo Caiado (UB), na manhã desta quinta-feira (19), no Palácio das Esmeraldas. A conversa, tratada por bolsonaristas como “de cortesia”, incluiu articulações de Caiado em busca da aliança estadual com o PL em 2026 e de Bolsonaro procurou manter o foco do diálogo no cenário nacional e fez desabafo sobre o que chama de “perseguição”.

Na primeira visita a Goiás desde a intensa disputa contra a base do governo estadual nas eleições municipais de 2024, o ex-presidente foi à residência oficial do governador acompanhado do senador e presidente estadual do partido, Wilder Morais, e do deputado federal Gustavo Gayer. Segundo apurado pela reportagem, Caiado defendeu diretamente que não seria “o momento” de Wilder Morais se candidatar ao governo e defendeu a aliança entre os dois grupos no estado, em torno da pré-candidatura do vice-governador, Daniel&nbsp;Vilela (MDB).

A fala, no entanto, não teria sido contestada por Wilder, que considera entrar na disputa contra a estrutura governista e defendeu, nas últimas duas semanas, a estrutura de projeto na oposição. Sem ouvir qualquer resposta dos convidados, o governador ainda apontou que o caminho para a composição teria sido clareado com a resolução, por Bolsonaro, do conflito interno entre Gayer e o vereador Vitor Hugo, que foi demovido da ideia de manter pré-candidatura ao Senado.

Vitor Hugo comunicou na terça-feira (17) que atendeu ao pedido do ex-presidente e assumiu a “missão” de buscar pré-candidatura a deputado federal. O vereador deflagrou racha interno quando, em novembro, organizou encontro entre Bolsonaro e Daniel Vilela e passou a defender a aliança com o governo. Ao confirmar a desistência, o parlamentar ainda desejou “boa sorte” a Wilder e Gayer, que tratou como “dirigentes do PL”, para que façam “boas escolhas” nas eleições.

Bolsonaro, no entanto, não teceu comentários sobre as defesas de Ronaldo Caiado e pediu a saída de Wilder e Gayer para que tivesse diálogo a sós com o governador. Pelo apurado, a conversa manteve foco no cenário nacional para 2026, em que o goiano se apresenta como pré-candidato à Presidência da República. O ex-presidente teria feito desabafo sobre supostas pressões e perseguições.

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