Fabiana Pulcineli

Mais da metade dos eleitores de Goiânia identifica o ex-governador Maguito Vilela (MDB) como representante da continuidade do trabalho do prefeito Iris Rezende (MDB), aponta pesquisa Serpes/O POPULAR realizada no dia 20 de novembro. Questionados sobre qual candidato a prefeito deste segundo turno é associado a Iris, 52,4% responderam Maguito e 17,5% acham que é o senador Vanderlan Cardoso (PSD).Para 13,5% dos goianienses, nenhum dos dois representa a continuidade da gestão irista e 16,6% não responderam. A associação com o prefeito rende votos para os candidatos: do universo que acha que Maguito é a continuidade, 90,9% votam no emedebista; já no grupo que acha que Vanderlan vai seguir com o trabalho de Iris, 55,7% vão optar pelo nome do pessedista.No dia 18 de outubro, O POPULAR mostrou levantamento também do Serpes, que indicava que Iris influenciava mais o voto dos goianienses do que o governador Ronaldo Caiado (DEM) e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Dos eleitores ouvidos, 44,1% afirmaram que votariam no candidato a prefeito indicado por Iris. O porcentual de influência de Caiado era de 29,6% e de Bolsonaro, 30,8%.Para especialistas, a identificação com Iris foi o principal motivo para que Maguito crescesse nas pesquisas e chegasse à frente no primeiro turno, mesmo estando fora da campanha desde o dia 19 de outubro, quando suspendeu a agenda para aguardar resultado do exame de Covid-19. Depois disso, ele foi internado e transferido para o Hospital Albert Einstein em São Paulo, onde permanece na UTI. Reportagem do POPULAR do dia 13 de novembro mostrou que, para analistas, a internação não prejudicou o emedebista e também não teve grande influência positiva.Mesmo com o anúncio do prefeito Iris Rezende de neutralidade nesta eleição, a campanha de Maguito utilizou imagens do prefeito em praticamente todas as peças da propaganda eleitoral na televisão, além de repetir o discurso de continuidade.

52, 4% associam Maguito a Iris; Vanderlan, 17,5%

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Matéria - Política

Limpeza

Nós fizemos 30 mutirões, são 38 no total. Iremos continuar fazendo, mas eu considero que conseguimos dar uma boa limpada na cidade. É impressionante como as pessoas se acostumaram com a sujeira, com a cidade que ninguém cuida. Pelo meu estilo de dar umas broncas, as pessoas, na hora que vão jogar um lixo num lugar errado, pensam ‘o Sandro Mabel vai aparecer por aqui’. Nós já abrimos 10 ecopontos e estamos abrindo rapidamente outros 20. Vamos colocar em todos os pontos possíveis da cidade para as pessoas não descartarem (lixo) em qualquer lugar. 
 
Atendimento na Saúde

Colocamos (pediatra 24 horas em todas as unidades) nos primeiros 15 dias. Isso deu um alívio muito grande às mães. 
 
Administração regional

Nós não falamos que implantaríamos em 100 dias. A administração regional deverá ser implantada, mas devido ao caos que nós encontramos na cidade, de uma maneira geral, fica muito difícil fazer essa segregação de uma região. Nós precisamos utilizar tudo o que nós temos disponível, pessoal, maquinário, tudo para fazer esses mutirões e dar essa limpeza geral na cidade. Nós estamos estruturando, sim, um grupo de trabalho para que a gente possa estruturar a primeira administração regional que será na Região Noroeste. (...) Eu acho que esse ano ainda nós soltamos a primeira. 
 
Educação

Nós tínhamos falado que íamos colocar 9 mil crianças nas escolas. Estamos próximos de chegar a 8 mil nesses cem primeiros dias. Foi uma evolução muito grande. A creche do Ceasa abria às 7h e as mães chegavam às 4h. Os meninos dormiam debaixo das bancas. Nós passamos a abrir a unidade às 4h. Estamos nos estruturando para fechar a creche um pouco mais tarde, para a mãe poder ter folga para buscar a criança, pelo menos até às 18h30. 
 
Iluminação

O Brilha Goiânia é um projeto que já está instalando quase mil lâmpadas por dia, que é o objetivo. As equipes estão entrando. São muitas, então, até que treine, estabilize essas equipes, não consegue fazer mil lâmpadas por dia. Então, começou fazendo 600, 700 e chegando perto das mil. Apesar de nós termos trocado quase 26 mil lâmpadas nesse período, é muito pouco perto da quantidade que tem. A gente estima que haja pelo menos umas 60 mil ou 70 mil lâmpadas queimadas na cidade. 
 
Trânsito&nbsp;

Vamos fazer 26 corredores. Na quarta-feira nós inauguramos o primeiro e o segundo, que é o Castelo Branco-Mutirão, corredor totalmente elevado para três faixas, o que aumenta em 50% a quantidade de carros que cabe e é todo com sinal sincronizado. O outro é na Jamel Cecílio com a Avenida 136. Já na sequência, nós estamos fazendo a metronização, que é nós pegamos os BRTs, que vão andar como um metrô, através da sincronização semafórica com a sincronização dos ônibus. O ônibus recebe o input, acelera, diminui e aumenta a velocidade para pegar a maioria dos cruzamentos abertos. 
Estudamos para que a cidade seja conduzida pelo ônibus, ou seja, a companhia de ônibus vai fazer todo o controle da semaforização. Então, os ônibus do transporte coletivo vão ter prioridade. Sincronizando os sinaleiros para o transporte coletivo, estou fazendo isso para os automóveis também. 
Outra evolução que nós já tivemos foi colocar as motocicletas nos corredores de ônibus. No começo, muita gente criticou. Hoje, você vê os motoqueiros numa satisfação geral em relação a isso. Não vê um falando ao contrário e nem os motoristas de ônibus tiveram problema. Outra coisa que desentupiu muitos lugares foi a conversão à direita livre. Vão ser 360 pontos no total. Nós já devemos estar chegando perto dos 100 pontos. 
 
Drenagem urbana

Nós temos trabalhado muito na área de macrodrenagem e microdrenagem. Eu estudei uma questão de microdrenagem para essas regiões que pode ser feito mais rápido e com uma intervenção menor na cidade. Podemos fazer na frente de cada casa, onde sai o cano de água pluvial, que coleta a água do telhado e tudo mais, um poço de absorção. Hoje, todo mundo que vai construir já tem que fazer esse poço, mas a grande maioria já construiu. Quando chegam essas chuvas malucas, cai no telhado, cai na casa, ela vai para o poço de infiltração. Até que enche o poço de infiltração, aquela chuva forte de 20 minutos, 25 minutos, já passou. Pense como se fosse um monte de buraquinhos que vão carregar, cria aquele depósito. Então, antes de sair na rede de água pluvial, a água está enchendo esses poços de absorção. E, com isso, a fase principal da chuva é contida com os poços de absorção. Isso vai dar para a cidade - de uma forma muito mais barata e muito mais inteligente, que vou recarregar o lençol freático da cidade toda com o tempo - uma condição para que não tenhamos que fazer essas super valetas, esses canos. Isso só pega água e joga dentro da marginal do Botafogo ou outras que vão inundar lá para frente, os córregos e tudo mais. É uma forma inteligente de fazer essa absorção. 
 
Recursos

Temos trabalhado muito em Brasília. Conseguimos alguns recursos na área da Saúde. Estamos trabalhando na área de infraestrutura também, principalmente nessa questão de macro e microdrenagem. Estivemos com o senador Vanderlan Cardoso (PSD) e a Codevasf, que deve nos fornecer algumas máquinas perfuratrizes para que a gente possa fazer esse trabalho. 
 
Infraestrutura

Planejamos fazer quase 90 pontes na cidade. Nós também estamos arrumando recursos, mandamos fazer um estudo que já nos foi apresentado, de uma ponte barata, rápida de ser feita, de pouca intervenção. 
 
Planejamento

Hoje a nossa agenda tem sido voltada 100% do dia e da noite, para as emergências, para socorrer a cidade de uma maneira geral. A nossa agenda agora passa a ter um período que é só de planejamento, de discussões, de colocar a máquina para andar de uma forma mais planejada. Nós temos toda a parte de obras, como o asfalto que já está contratado. São 500 quilômetros, mas nós discordamos de ser só isso. Nós achamos que, com o dinheiro que tem, dá para se fazer 800 quilômetros (estão disponíveis cerca de R$ 500 milhões). 
Nós modificamos uma série de formas de fazer esse recapeamento. Dentro do planejamento estava remover aquele asfalto, fresar o asfalto todo, mas não tem necessidade. Nós vamos fresar nas ruas principais e vamos proteger as secundárias com micropavimentação, que faz o mesmo efeito em lugares em que a base está boa, que só tem o asfalto abrindo, aqueles trincados. Se deixar daquele jeito, a chuva infiltra e compromete a base. 
 
Fundo imobiliário

O município tem um monte de terrenos, bons terrenos. Muitos deles não têm destinação para escolas ou postos de saúde. Já tem os equipamentos daqueles bairros, não necessita ter outros. E ficam essas áreas paradas, sujeitas a invasão. Nós temos algumas centenas de áreas invadidas, que nunca pagaram nada por elas. Nós vamos atrás, estamos cadastrando tudo. Vamos fazer um grande plano no sentido de buscar esses imóveis de volta. Tem uns que já têm muita coisa construída, mas ninguém pagou. Então, vamos fazer como se fosse um refis. Vai ter um prazo para pagar, mas tem que pagar, aquilo é do município, não pode simplesmente ocupar. Se nós deixarmos, as áreas do município vão ser todas consumidas por isso. O município precisa fazer habitação, nós temos cerca de 60 mil unidades de carência de habitação em Goiânia. E isso só cresce. Nós temos o plano de fazer 15 mil habitações nesses quatro anos. Nós já lançamos mil. Mas precisamos fazer um fundo para isso, independente da Caixa Econômica Federal, fazer habitação mais barata, para ter dinheiro para subsidiar a entrada das pessoas que são mais necessitadas. 
A ideia é fazermos um fundo imobiliário. Se tem uma área grande que pode fazer um shopping em uma determinada região, eu acho um empreendedor, ele faz o shopping, e me dá um pedaço desse shopping. Faz uma chamada pública para que se apresente proposta do que é bom para a área. O imobilizado que nós tínhamos, que era o terreno, é multiplicado por duas, três vezes, que é o que você ganha, transformando aquilo em construção. 
O município vai ser, vamos chamar assim, terreneiro nos empreendimentos. Ao invés de vender a área, nós temos a permanência do valor no município e temos uma renda. Essa renda é para constituir esses fundos, conforme a necessidade que vai ser feita. Uma parte também queremos passar para a nossa Previdência, que tem muito problema, não tem dinheiro para ir no longo prazo. Então, precisa criar receitas.

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Prefeito faz balanço de 100 dias de gestão

Goiânia

Sandro Mabel (UB) completa nesta semana 100 dias à frente da Prefeitura de Goiânia. O prefeito classificou de forma positiva seu relacionamento com a Câmara ao longo deste período, apesar das pressões por espaço, e prometeu maior rigidez nas exigências de prestações de contas das emendas destinadas por vereadores a entidades sociais. Ao POPULAR, Mabel também fez balanço das ações realizadas nos primeiros meses de mandato, com destaque para medidas na limpeza urbana, trânsito, Saúde e Educação. 	Na Câmara, houve a polêmica das emendas impositivas, críticas de vereadores à taxa do lixo, algumas reclamações sobre atendimentos de secretários. É como o senhor esperava?Sim, é normal. Eu fui líder de partido por 10 anos. Essa cantiga do grilo é sempre a mesma. A reclamação existe, até para você abrir um espaço. O vereador vem reclamar disso, reclamar daquilo, mas eles têm ajudado muito. A Câmara tem ajudado, tem sido compreensiva. Acredito que o nosso relacionamento é bom. Vereador é aquilo, ele tem que defender também, tem que fiscalizar, tem que ter autoridade de vereador, você sabe como é que é o negócio, mas eu não tenho nenhuma dificuldade nessa convivência. É tranquilo. E as emendas?As emendas não podem ser colocadas de qualquer jeito, para qualquer coisa ou para instituições que não são firmes. Nós vamos ser rigorosos com isso. A emenda do vereador é para a cidade. Se for bem destinada, que é o que nós queremos organizar cada vez mais, é boa. Eu sempre defendi as emendas, não vai ser diferente agora. Nós vamos ser rigorosos com o tipo de emenda que vem, para que não fiquem emendas para que saiam todo dia na manchete do jornal e que tem problema. No Orçamento de 2025, 95% das emendas foram para entidades. Existe a vontade de que os vereadores enviem para a execução do município. Existe estimativa de quanto deve ser transferido para ações da Prefeitura?Nós temos falado muito que os vereadores têm que ajudar na estrutura da cidade, principalmente a área de Saúde e Educação. Não tem sentido ficar colocando 98% das emendas espalhadas ou pulverizadas só em entidade. Ele tem que ajudar a arrumar o posto de saúde da região dele, porque se ele não o fizer, perde o sentido da emenda, principalmente os 50% da Saúde. Neste ponto, nós já conversamos e vamos bater mais duro em cima. Os outros 50%, que são para obras, esporte e etc, ficam mais flexíveis. Como é a Prefeitura que executa, que é responsável, é o secretário que bota a caneta em cima da aprovação de um negócio desse, não vou deixar colocar em qualquer lugar e comprometer um secretário meu em algumas coisas que possam ser, vamos dizer, que têm alguma condição de execução, vamos dizer, suspeita… Entidade que não tem toda a documentação ou não tem isso e aquilo. “O Rogério admitiu”, (podem dizer). O Rogério admitiu, era o problema dele, nós não vamos admitir. Se não estiver tudo correto, não vai fazer. 	Então, quer executar os 50% obrigatórios para a Saúde?Sim. Não vamos conseguir neste ano, porque as emendas já foram colocadas. Mas nós estamos pedindo que uma série delas possa ser mudada para planos objetivos. Estamos mostrando aos vereadores onde nós temos necessidade, e, principalmente, para a emenda do ano que vem. Eu quero, até julho, mandar para eles toda a necessidade que nós temos nas diversas áreas de Saúde. E até beneficiar eles politicamente. A Prefeitura vai começar a identificar quem colocou recurso em cada lugar, ou seja, o vereador que gastou um recurso de qualquer jeito, quando chegar na próxima eleição, não vai ter o que mostrar.  O POPULAR já mostrou fragilidades na prestação de contas. A Prefeitura tem estimativa da quantidade de emendas que tem algum problema, que as entidades não conseguiram prestar contas corretamente?Não tenho esse valor, mas eu vou te dizer que nós vamos ser muito rígidos, mas muito rígidos. A execução tem que cumprir determinadas normas, mas a prestação vai ser dura. Entidade que pegar dinheiro e não fizer o serviço certinho vai passar apertada, vai ter que devolver, porque nós vamos ser muito rígidos. Muita gente vai ter que devolver dinheiro para os cofres públicos, se não executar.O POPULAR mostrou casos recentes de polêmicas envolvendo emendas de Wellington Bessa (DC), Igor Franco (MDB) e Geverson Abel (Republicanos). Como o sr. acompanhou isso?Naquela emenda do Bessa, eu não vi nada incorreto. A destinação do recurso para compra de ambulância com entidade que já prestava o serviço. Se a ambulância foi comprada, se foi aprovado o plano de trabalho e foi executado, ponto. Tem dois lugares que precisam ser vistos. Primeiro, aprovação do plano de trabalho. Segundo, é a conferência se aquilo foi executado. Das que vi, não vi nenhum tipo de grandes problemas dentro dos critérios que existiam. Porque o que vale é a regra. Se é certa ou errada, se estiver dentro da regra, está valendo. Agora, estamos colocando uma regra rígida e na prestação de contas nós vamos ser mais rígidos ainda. O que muda? O que vai ser mais rígido?Muda é que você vai ver um mundo de gente que vai ficar enrolada com a prestação de contas. É prestar o serviço que foi consignado. Quando é compra de uma ambulância, se está no preço real, não tem o que discutir. Está lá, o objeto foi entregue no preço certo, o carro certo, bem pago e pronto. Agora, aquelas coisas que vão fazer uma determinada assistência de saúde a tantas mil pessoas, vai ter que comprovar que fez a tantas mil pessoas, vamos acompanhar essa prestação, se foi correto, como foi feito. Eu acho que essa turma vai tomar um susto do tamanho do bonde quando for prestar contas. Nós, já na triagem, começamos a criar caso. Entidades que não prestaram contas direito, entidades que têm algum tipo de problema. “Ah, mas passava assim”, (podem dizer). Passava, mas não vai passar. Estamos endurecendo a forma de fazer. Eu defendo pagar as emendas que sejam corretas, porque sempre é benefício à população. É muito dinheiro, mas vamos fazer. O que estamos aguardando também é o julgamento no STF (do porcentual da RCL que as emendas devem representar). Nós entendemos que, pela decisão do Flávio Dino - tem até um projeto sobre isso - é 1,55%, não 2%. Mas, se continuar sendo 2%, está ótimo, vai ser 2%. O sr. chega a cem dias de gestão. Os resultados e os desafios estão dentro do planejamento ou o cenário é diferente?Os desafios são muito maiores. Nós pensávamos numa gestão com determinado grau de problemas, que já vínhamos acompanhando. Principalmente na transição, nós começamos a ter surpresas, na maioria, desagradáveis. Com o início do mandato, nós começamos a ver o tamanho do problema. Tem quase R$ 4 bilhões de dívidas vencidas, uma coisa praticamente inadministrável, se pensar que a cidade nunca teria capacidade de pagamento de R$ 4 bilhões dentro de um mandato. Nós colocamos em ordem uma porção de contas, principalmente folha de pagamento. Sobrou o resíduo da outra administração, foi pouca coisa. Mas tinha que pagar logo, no dia seguinte, algumas folhas (de médicos credenciados). Isso pesa demais porque a folha do município é muito alta, está em quase 52% (da RCL), o limite prudencial que pode atingir. E as pessoas querem sempre colocar mais gente, chamar mais gente. E nós estamos indo exatamente ao contrário, dentro da visão de corta, corta, corta, tudo que dá para ser cortado de despesa, para tentar enquadrar a Prefeitura dentro das necessidades. Mas o que mais nos chamou atenção foi a Saúde. Melhoramos um pouco, mas era completamente deteriorada. Unidades sem funcionar, sem uma agulha, remédios, móveis e equipamentos estragados, problema na escala com médicos. Outro problema muito sério é a limpeza da cidade. Um caos completo, desde a coleta do lixo, como lixo espalhado na cidade inteira, capim também na cidade inteira, buraco à vontade. Uma situação bem complexa para uma cidade, que (a nova gestão) pegou o caixa vazio, sem dinheiro, e com um monte de dívida.  O TCM-GO considerou dívida flutuante de menos de R$ 1 bilhão. O tribunal apontou que os documentos apresentados não atestaram mais de R$ 3 bilhões, como apontado pela Prefeitura, na época. Isso está sendo organizado para mostrar ao tribunal que a dívida bilionária existe?Na verdade, não são os documentos, é a contabilidade. A contabilidade não mostra os R$ 3 bilhões, ou quase R$ 4 bilhões, mas os documentos mostram, tanto que o relatório de transição apresenta esse déficit detalhado. Então, existe. (Os gestores anteriores) Deixaram um monte de coisa em aberto, inclusive pagamentos hospitalares. Hoje, se tivesse R$ 4 bilhões e falasse que ia pagar o valor completo, nem assim conseguiria, não tem orçamento, uma vez que essa dívida, teoricamente, não existe, ela não está contabilizada. Ela existe porque tem toda a documentação de que foi feita. Quanto ao repasse de R$ 190 milhões para a Comurg, a companhia disse que a transferência começará segundo decisão da Sefaz. Mas a Sefaz afirmou que depende da Comurg organizar as rescisões das pessoas que vão se aposentar. Tem cronograma?Em abril nós já devemos começar a repassar o dinheiro. Nós estamos dependendo da arrecadação do IPTU, que hoje já sabemos como vai ficar. Também dependemos da questão da taxa do lixo (previsão de cobrança a partir de junho). Mas a Comurg já deve começar a receber esse recurso para ela começar… Porque é uma economia. Cada mês que não faço, deixo de repassar R$ 20 milhões e deixo de economizar R$ 20 milhões. Então, eu preciso repassar para poder economizar ad aeternum. Hoje eu vi uma manchete no POPULAR dizendo que o recuo da folha na Comurg é tímido. É comparado com janeiro. Nós demos um baita de um corte. Se pegar a folha de outubro, novembro, você vai ver que era muito mais alta, era R$ 10 milhões, R$ 12 milhões mais alta do que a de janeiro. A partir de janeiro teve um corte, e em fevereiro e março não vai mudar tanto. Agora, a folha muda novamente quando nós colocarmos esse dinheiro lá dentro e aposentarmos uma série de pessoas que não estão trabalhando e ficam lá esperando o seu acerto. Isso é um prejuízo para a companhia sem tamanho. Então, precisa fazer esse acerto.

'Cruz admitiu (execução suspeita de emendas), nós não vamos'

Entrevista/Sandro Mabel (UB), prefeito de Goiânia

A Prefeitura de Goiânia abriu mais 1,1 mil vagas na educação infantil. As vagas foram viabilizadas em 14 unidades conveniadas que trabalham junto à administração pública e foram prometidas pela gestão no início deste ano. Em mais de um local, o número de vagas ofertadas dobrou. A Secretaria Municipal de Educação (SME) também aumentou o valor repassado mensalmente de R$ 400 para R$ 600 per capita. A ampliação do número de vagas foi publicada nas edições do Diário Oficial do Município (DOM) da última quinta-feira (3) e sexta-feira (4). Até agora, foram abertas 3,1 mil novas vagas na rede.

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Com déficit de 10,6 mil vagas em creches da rede de Goiânia, a promessa feita pelo prefeito Sandro Mabel (UB) quando assumiu o cargo foi a de zerar a fila de espera ainda neste semestre. A ampliação prometida pela Prefeitura foi de 5 mil novas vagas nos primeiros cem dias da gestão, ou seja, até o dia 10 deste mês. Logo no início deste ano, com o início da pré-matrícula, 1,5 mil novas vagas passaram a ser ofertadas em centros municipais de ensino infantil (Cmeis). Elas foram viabilizadas por meio de uma reorganização das vagas disponibilizadas nas salas de aula.

Outras 1,1 mil vagas tinham sido prometidas até o fim de janeiro em unidades conveniadas, os centros de educação infantil (CEIs). Naquele mês, reportagem do POPULAR mostrou que igrejas e entidades filantrópicas com convênios junto à Prefeitura se adaptavam para receber mais alunos. A oferta dessas vagas foi publicizada no final da última semana. Em uma das unidades, o CEI Prodígio, na Vila Itatiaia, o número de vagas saltou de 84 para 224, um crescimento de 166%. Em outras unidades, como o CEI Luzeiro, na Cidade Jardim, o número dobrou.

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A reportagem questionou a SME se o aumento do número de vagas nessas instituições ocorreu por meio da abertura de novas salas de aula ou pelo aumento da quantidade de alunos em cada sala, mas não obteve resposta. Entretanto, no que diz respeito ao aumento no repasse mensal per capita para essas instituições, a pasta esclareceu que o novo valor atende uma solicitação das entidades parceiras, considerando que nos últimos dois anos não houve reajuste.

A secretaria ainda detalhou que, neste ano letivo, três unidades educacionais iniciaram efetivamente o atendimento à educação infantil e disponibilizaram 402 novas vagas, distribuídas nas seguintes unidades: Cmei Maria Cecília de Lima (118), CEI Dorothea Ribeiro Guimarães (160) e Escola Municipal Luzia de Souza Fiuza, com extensão localizada na Associação Vitória (124).

Além disso, ocorreu a abertura de novas salas/turmas em unidades educacionais da rede que tiveram ambientes reorganizados, o que possibilitou a ampliação de sete novas turmas, resultando na oferta de 130 novas vagas nas seguintes unidades: Cmei Suely Paschoal, Cmei Clemente Raimundo Sauthier, Cmei Cibelle de Paula Silveira, Cmei Setor União e Escola Municipal Grande Retiro. Ao todo, são 3,1 mil novas vagas.

<h2>8 mil vagas</h2>

Durante entrevista concedida à TV Anhanguera na manhã desta segunda-feira (7) sobre os cem primeiros dias de gestão, o prefeito comentou sobre o aumento de vagas na rede municipal de Educação.“Colocamos 8 mil crianças na creche. Uma juíza, outro dia, da Infância e Juventude, falou pra mim: ‘Sandro, eu tinha 2 mil, 2,5 mil pessoas que reclamavam, pedindo espaço em creche. Com você, não passam de 200.’ E nós vamos colocar as 10 mil – que eram 9 mil e viraram 10,5 mil –, nós vamos colocar as 10,5 mil. Já colocamos 8 mil”, disse.

O número apontado por Mabel leva em conta 4,3 mil vagas que a SME classifica como “reofertadas” e outras 516 que ainda serão abertas. Segundo a pasta, ações estratégicas de atuação contínua resultaram na possibilidade de reofertar 4,3 mil vagas, no primeiro trimestre de 2025, nas unidades educacionais que atendem às etapas da educação infantil. Essas vagas são aquelas que já tinham sido ocupadas por outras crianças que, por algum motivo, deixaram de frequentar a escola. A SME não esclareceu se os responsáveis por essas crianças são procurados antes das vagas serem reorfertadas.

Conforme a pasta, as estratégias adotadas para aproveitar essas vagas foram a busca ativa educacional, “realizada diariamente para verificar onde vagas preenchidas por crianças não frequentes sejam ocupadas efetivamente”, e o reordenamento do estudo de rede, que se trata de uma “reanálise e revisão do estudo de demanda de cada unidade educacional, reorganizando o atendimento das vagas para a etapa de maior demanda: creches (de 6 meses a 3 anos)”.

Considerando essas 4,3 mil vagas, a oferta cresce para 7,5 mil. Entretanto, a SME ainda trabalha com “a previsão da criação e disponibilização de 516 vagas já em andamento em Cmeis”, alcançando as 8 mil vagas ditas por Mabel. Levando em conta esse cenário, o déficit da rede cai para 2,6 mil vagas.

<h3>Compra de vagas</h3>

Além das vagas criadas na própria rede e das vagas em unidades conveniadas, a Prefeitura também procura viabilizar a compra de vagas em unidades da rede privada de ensino infantil. Em 26 de fevereiro, o prefeito assinou o decreto n° 1.267, que dispõe sobre a celebração de parcerias e a aquisição de vagas na educação infantil junto a instituições privadas de ensino, para atendimento de crianças em situação de vulnerabilidade socioeconômica. O decreto prevê o repasse mensal per capita de até R$ 700. A SME ainda não divulgou compras de vagas do tipo.

No final de janeiro, O POPULAR mostrou que a conclusão das obras de 12 Cmeis inacabados poderia gerar 1,7 mil vagas para as crianças que aguardam por creches e pré-escolas em Goiânia. Enquanto não são concluídas as obras dos prédios públicos, as estruturas se deterioram com o tempo.

Na última semana, a SME enviou adesão ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2025, o Novo PAC Seleções, do governo federal. Foram selecionadas 10 áreas públicas para a construção de novos Cmeis e solicitado um ônibus rural escolar para atender as rotas de estudantes que necessitam do transporte. De acordo com a Prefeitura, serão criadas 940 novas vagas na educação infantil caso a proposta seja aprovada, considerando que a previsão de entrega das obras é até 2028.

Prefeitura abre 1,1 mil vagas em unidades conveniadas em Goiânia

Cidades

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Matéria - Cidades

Educação infantil

Jackson Abrão Entrevista Sandro Mabel

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O "Jackson Abrão Entrevista" desta&nbsp;segunda-feira (7) recebe o prefeito de Goiânia, Sandro Mabel. Acompanhe a transmissão ao vivo a partir das 10h.

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