Até aqui, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), está com a faca no pescoço na busca de se candidatar a presidente da República. Há dois aspectos centrais a motivar seus adversários, além das rixas pessoais, uma especialidade do PSDB - depois dos anos de Fernando Henrique Cardoso no Planalto (1995-2002), o partido só foi unido para uma eleição, em 2014, quando quase viu Aécio eleito.Primeiro, se a candidatura não decolar, há o medo de que o baixo desempenho se transmita por toda a cadeia de postulações de governadores, senadores, deputados federais e estaduais.Nesse cenário, ocorre a famosa “cristianização”, em referência à campanha malfada de Cristiano Machado à Presidência em 1950, quando o então PSD o abandonou em favor de Getúlio Vargas.Segundo, dinheiro. O PSDB teve R$ 318 milhões na eleição de 2020, e Araújo, coordenador da campanha, deverá comandar um Fundo Eleitoral de R$ 378,9 milhões, que será disputado pela campanha presidencial e por todas as outras.Por óbvio, se Doria estiver empacado, candidatos tucanos Brasil afora pressionarão por mais recursos para si, e essa é uma disputa que já começou.O governador paulista contava com essas dissidências desde que venceu as difíceis prévias do partido, que até hoje geram acusações cruzadas: adversários falam em tentativa de fraude, aliados, em um modelo desenhado para derrotar Doria. O relógio corre contra ele, que joga uma partida na qual depende de outros jogadores para tentar viabilizar-se.