Os governos federal e estadual pretendem este ano leiloar ou abrir capital de pelo menos quatro ativos em Goiás. Uma agenda bem menos intensa do que a esperada para 2020. Antes da pandemia do novo coronavírus, 11 licitações estavam em estudo para oferta à iniciativa privada, de rodovias a empresas como a Celg Geração e Transmissão (Celg GT). Somente dois projetos avançaram e foram finalizados nesse tempo. Os outros foram adiados para 2021 e 2022, quando é esperado um cenário econômico mais favorável para atração de investimento estrangeiro. Segundo dados do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da União, do que impacta o Estado, o governo federal só concluiu as concessões de direito exploratório de minérios em Bom Jardim de Goiás e da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico). A construção desta última entrou como contrapartida na prorrogação antecipada do contrato da Estrada de Ferro Vitória-Minas para a Vale. O trecho goiano a partir de Mara Rosa, no Norte, em direção a Água-Boa (MT) tem licença para obras e carrega promessas desde 2010 de escoar especialmente a produção de soja em direção aos principais portos do País.Na área da infraestrutura, entre as demandas também antigas, mas que não evoluíram, estão as relicitações de rodovias. É o caso da BR-040, em que a atual concessionária assinou processo de devolução no ano passado, mas ainda vai demorar até 2022 para que uma nova empresa venha a assumir. Para este ano, a BR-153 de Anápolis a Aliança do Tocantins (TO) – que sob administração da Galvão teve a caducidade da concessão decretada em 2017 – tem leilão previsto para abril deste ano. Da parte do governo federal, outro leilão que já tem data é o do Aeroporto Internacional de Goiânia. A previsão é de que ocorra no dia 7 de abril a oferta do bloco central, em que está o ativo goiano. O restante, que inclui novos trechos de rodovias a serem concedidas, está no cronograma para o ano que vem. Fonte do Ministério da Economia explicou à reportagem que muitos processos pararam por conta da pandemia, porque dependiam de estudos de viabilidade e a questão fiscal contribuiu para frear a agenda. O cenário no Congresso agora é visto como favorável pelo governo de Jair Bolsonaro para que o assunto volte a ser pautado. A quantidade de ativos que desde 2019 o ministro Paulo Guedes gostaria de vender já era tida como grande e difícil de realizar mesmo antes mesmo da pandemia. Para o economista Jeferson de Castro Vieira, 2020 trouxe uma crise profunda que afastou o capital estrangeiro, o que é argumento para reduzir o ritmo. “Este ano a expectativa é melhor. De dezembro para cá sinaliza uma perspectiva interessante para investimentos internacionais no Brasil.” A vacinação, segundo ele, ajuda, porém pode ter efeito para a retomada a partir do segundo semestre. Em Goiás, a administração estadual também vê melhores condições e prevê neste ano pelo menos avançar com dois projetos complexos, a venda da Celg Geração e Transmissão (Celg GT) e oferta pública inicial (IPO) de ações da Saneago, o que foi aprovado em 2019 pela Assembleia Legislativa.Além desses dois projetos, há autorização também para venda da Metrobus, Indústrias Químicas do Estado de Goiás (Iquego), Agência Goiana de Gás Canalizado (Goias Gás) e Goiás Telecomunicações (GoiasTelecom). Só que esses ainda podem demorar um pouco mais a acontecer, apesar do governo afirmar oficialmente que estão em “desenvolvimento”.