Diante da morte de Ronaldo Caiado Filho, filho de Ronaldo Caiado (União Brasil), aliados do governador afirmam que as movimentações políticas relacionadas à eleição deste ano devem ser mais tímidas nos próximos dias, em respeito ao momento delicado para o chefe do Executivo e sua família. Ronaldo Filho morreu neste domingo (3) aos 40 anos, em Nova Crixás.O governador e a primeira-dama, Gracinha Caiado, deixaram às pressas a missa do último dia da festa do Divino Pai Eterno, em Trindade, na manhã de domingo, após receberem a notícia. O dia era de comemoração do aniversário de uma das filhas do casal, Maria. Caiado havia planejado celebrar a data em São Paulo.Após intensa agenda no mês de junho, com viagens ao interior para lançamento e entrega de obras e benefícios sociais, Caiado se organizou para tirar folga pelo menos até terça-feira (5). Por isso, não há compromissos em sua agenda neste período. Com a morte do filho, ainda não há informação sobre por quanto tempo a agenda do governador ficará suspensa.Leia também:- Governo federal paga R$ 219 milhões em emendas propostas por parlamentares goianos- Morte do filho do governador Ronaldo Caiado sensibiliza adversários e ex-aliados- Corpo de Caiado Filho é cremado em GoiâniaFilho de Caiado e da pedagoga Thelma Gomes, Ronaldo Filho também deixou as irmãs Anna Vitória, Marcela e Maria. Ele se formou em Administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e estava morando em Goiás há cerca de um ano e meio para cuidar das fazendas e negócios da família.O corpo foi cremado nesta segunda-feira (4), no cemitério Vale do Cerrado, em Goiânia. O procedimento foi realizado sem a presença de familiares, como ocorre em geral.O velório aconteceu na noite de domingo, no mesmo local. Entre as autoridades presentes estavam o pré-candidato ao governo da Bahia ACM Neto (União Brasil), o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), além de apoiadores do governador. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) esteve no Palácio das Esmeraldas nesta segunda-feira.EleiçãoDe acordo com a legislação eleitoral, pré-candidatos não podem participar de inaugurações de obras a partir de 2 de julho. Semanas antes da data, Caiado ampliou a agenda de pré-campanha no interior. Como mostrou o Giro no sábado (2), a expectativa era de que, após este período da pré-campanha, Caiado se dedicasse a resolver o imbróglio da candidatura ao Senado na base governista.A possibilidade de o grupo ter diferentes nomes divide opiniões entre aliados, apesar de a modalidade ter recebido permissão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao mesmo tempo, a ala governista vê com dificuldade o consenso em torno de apenas um nome.Entre as lideranças que demonstram interesse em disputar o Senado, em aliança com Caiado, estão o presidente do PP em Goiás, Alexandre Baldy, os deputados federais Delegado Waldir (Umião Brasil) e Zacharias Calil (União Brasil), o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (PSD), e o senador Luiz Carlos do Carmo (PSC).No grupo governista, a expectativa era de que o diálogo aberto pelo governador pudesse diminuir a quantidade de candidaturas isoladas, mas sem perder apoio dos partidos. No entanto, diante da situação delicada na família de Caiado, os pré-candidatos e pessoas próximas ao governador afirmam que o momento é de respeito e freio nas articulações.“Não vamos fazer nenhuma movimentação. Está tudo muito recente”, disse Lissauer. Em concordância, Baldy afirmou que qualquer articulação neste momento “é impraticável”. “É preciso respeitar o luto do ser humano que passa por esse momento tão difícil”, afirmou o presidente do PP.ApoioLuiz do Carmo afirmou que “todo o estado de Goiás precisa esperar Caiado se recuperar do baque”. O senador conta que passou por situação semelhante há 10 anos, quando sua filha morreu durante uma tentativa de assalto. “O governador, neste momento, não quer saber quem vai ganhar ou quem vai perder a eleição, quem vai com ele ou quem não vai. Todo mundo tem que respeitar a dor de Caiado. (...) Neste momento, a política tem que sair de cena”, afirmou.Waldir citou que o governador tem aliados entre prefeitos e deputados que formam um “exército”, que deve continuar o trabalho de pré-campanha neste período. “Em respeito ao governador, não precisa ter nada muito forte. Podemos ter atos simbólicos de campanha, respeitando a dor neste momento.”Quanto às definições para o Senado, Waldir afirma que o assunto foi superado com a decisão do TSE. O deputado foi o responsável por questionar o tribunal sobre a possibilidade de os partidos lançarem candidaturas isoladas. Filiado à mesma sigla que Caiado, Waldir encontrava dificuldades em conseguir espaço na chapa governista.