Após uma reviravolta que tirou do páreo o candidato favorito desde o ano passado, a Assembleia Legislativa escolhe nesta sexta-feira seu novo presidente para os próximos dois anos. E embora o deputado Humberto Teófilo (PSL) tenha afirmado nesta quinta-feira (31) ao POPULAR que pretende colocar seu nome na disputa, quem deve ser eleito para comandar a Casa é Lissauer Vieira, do PSB.Contando com o apoio de pelo menos 30 parlamentares, Lissauer se cacifou depois de capitalizar a insatisfação dos deputados com o governador Ronaldo Caiado (DEM) e compor com o grupo que se recusava a endossar a candidatura de Álvaro Guimarães (DEM). Nele estavam Iso Moreira e Dr. Antonio, ambos do DEM, que, segundo informações de bastidores, devem inclusive compor a chapa, com Dr. Antonio na vice-presidente.Como antecipado pelo Giro, o novato Rafael Gouveia (DC) deve ser indicado na cota do Pros, em que deve se filiar em breve, para a 2ª vice-presidência. Os quatro cargos de secretário devem ser distribuídos entre Iso, Gustavo Sebba (PSDB), Julio Pina (PRTB), Paulo Cézar Martins (MDB) e Claudio Meirelles (PTC).Depois de o PT fechar apoio a Lissauer, o ex-prefeito de Anápolis e deputado eleito Antonio Gomide disse que, na sua avaliação, a ida de Caiado à Assembleia na semana passada durante o período de autoconvocação, marcada por embates diretos com os deputados, ajudou a desidratar a candidatura de Álvaro. Somado a isto, havia ainda a insatisfação dos parlamentares com espaço político no governo.“O problema não era com o Álvaro, mas com o fato ele estar representando o governador. Mesmo os parlamentares ligados à base perceberam que não houve abertura, na medida em que o Caiado trouxe nomes de fora para o secretariado e não abriu espaço. Aí dois fatos fizeram a candidatura de Lissauer criar corpo: primeiro a visita do governador, que gerou um mal- estar na Casa. Depois, eles foram falar com o governador que, mais uma vez, mostrou falta de diálogo”, contou.Para Major Araújo (PRP), que integrava o grupo de Iso e Dr. Antonio, a união das duas frentes foi possível porque as propostas eram semelhantes. “Queríamos uma Assembleia independente. Desde o início, minha ideia era estar desprovido de vaidade, que a Presidência fosse ocupada por qualquer um do grupo. Houve uma eleição aberta, com as propostas registradas em ata. Discutimos a relação com o Executivo Estadual, a revisão do regimento para que o processo legislativo ficasse mais democrático. Então, houve a composição.” OposiçãoAo POPULAR, Humberto Teófilo explicou que sua decisão em se lançar candidato foi para “defender a pauta da moralidade, transparência, corte de comissionados, revisão de contratos e de corte de diretorias”. “Vou me candidatar podendo até mesmo perder, mas com a minha bandeira sendo defendida até o final. Por uma questão de moral e de ética, não consigo votar no grupo de lá em razão de alguns integrantes que estão ali”, alfinetou, sem citar nomes.Outro que se recusou a endossar o nome de Lissauer foi Amauri Ribeiro (PRP), que garante que irá se abster. “Muitos estão fazendo jogatina, são os mesmos que foram submissos ao governo durante dez anos. O que mais me deixa revoltado são as negociações na secretaria legislativa, com R$ 120 mil em cargos por deputado. Além de que pelo menos quatro ou cinco deputados derrotados vão voltar. Se eu estiver mentindo, não veremos nenhum deputado ocupando diretorias.”