O governador Ronaldo Caiado (DEM) enviou à Assembleia Legislativa veto integral a lei complementar que inclui a leitura de trechos da Bíblia na grande curricular do ensino fundamental e médio de Goiás. A proposta, do deputado estadual e pastor Jeferson Rodrigues (Republicanos), foi aprovada no mês passado pela Assembleia.O governo alega, com pareceres da Procuradoria Geral do Estado e da Secretaria de Educação, que "o Estado neutral em questões de ensino religioso perde esses atributos ao programar a educação de certos segmentos da religião, com imposição do assunto a ser ministrado, do elemento religioso a ser estudado, e do modo como isso se dará".A proposta original de Jeferson Rodrigues era de um projeto de lei que dava "autorização" a professores e alunos da rede de educação pública e privada para lerem trechos bíblicos dentro de salas de aula. Durante a tramitação na Assembleia, diante de pareceres que apontavam provável questionamento na Justiça, a matéria virou projeto de lei complementar, alterando a LC nº 26/1998, que estabelece as diretrizes e bases do Sistema Educativo do Estado de Goiás.No artigo 35, a lei determina que "os currículos do ensino fundamental e médio têm uma base comum nacional, de competência regulamentar do Conselho Nacional de Educação, e uma parte diversificada com vistas a atender as características regionais e locais da sociedade, da cultura e da economia goiana, de competência regulamentar do Conselho Estadual de Educação". Em seguida, são listados 8 ítens que compõem essa parte diversificada do currículo. A nova lei aprovada pelo Legislativo goiano acrescentava o item 9º: "leitura de trechos bíblicos, como conteúdo do ensino religioso confessional cristão".Na justificativa, Jeferson afirma que o projeto "é de cunho educacional e não religioso e que "a leitura bíblica proporcionará aos alunos fundamentos históricos". "A iniciativa não se contrapõe ao estado laico. Proibir a leitura bíblica nas escolas é uma intolerância que leva ao preconceito e um ato de discriminação", completa.O veto integral chegou no dia 11 à Alego e foi lido ontem (15) em plenário.*** E-mail: fabiana.pulcineli@opopular.com.brTwitter: @fpulcineliFacebook: fabiana.pulcineliInstagram: @fpulcineli