Atualizada às 22h27 do dia 14 de setembro de 2022Em operação deflagrada nesta quarta-feira (14), a Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) da Polícia Civil de Goiás tentou incluir o ex-governador José Eliton (PSB, ex-PSDB) como alvo de bloqueio de bens, mas a Justiça negou o pedido. A operação, batizada de Eclesiastes, cumpriu 52 mandados em investigação de crimes relacionados a contrato com organização social da área da saúde, em outubro de 2018.O contrato alvo da Deccor é do Complexo Médico Regulador do estado com a OS Instituto de Gestão por Resultado (IGPR), que ainda está em vigor. A entidade recebeu R$ 1,7 milhão na gestão de Eliton e o contrato foi mantido no mandato do governador de Ronaldo Caiado (UB), com valores repassados de R$ 57,4 milhões.Houve pedido de bloqueio de todos os envolvidos de mais de R$ 77 milhões, equivalente ao valor do contrato por quatro anos. A Deccor informou que são investigados 8 servidores, 20 empresas e 60 funcionários ou donos das empresas. A apuração teve início em 2020 e aponta suspeitas de irregularidades na contratação da OS, com desrespeito à Lei de Responsabilidade Fiscal e ao artigo 359-C do Código Penal, que proíbe que o gestor assuma obrigação no último ano do mandato, sem suficiente de disponibilidade de caixa.O delegado Danilo Souza informou, em entrevista coletiva, que há suspeitas de subcontratações irregulares, com comprovação de esquema entre pessoas ligadas à OS e também repasses de valores sem a prestação dos serviços.Segundo o delegado, a operação apura crimes de fraude licitatória e contra as finanças públicas, peculato, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, além de organização criminosa. Em junho do ano passado, Eliton foi alvo de outra operação da Deccor, chamada Terra Fraca e arquivada um ano depois por ordem judicial. O inquérito não fazia qualquer menção ao ex-governador e mesmo assim houve cumprimento de mandado de busca na casa dele.A oposição tem repetido críticas à Deccor, criada no governo Caiado, acusando-a de atuar politicamente contra adversários do governador.Ao se filiar ao PSB, o ex-governador cogitou disputar o governo este ano, mas acabou desistindo por conta da demora de definição do PT, que faria aliança com o partido.Procurado, José Eliton não quis se manifestar. Governo deve rescindir contrato com OSNa noite desta quarta-feira (14), o governo de Goiás informou que o Estado vai romper o contrato com a Organização Social Instituto de Gestão por Resultados (IGPR), alvo de apuração da Polícia Civil que investiga supostas irregularidades no processo de licitação para prestação de serviços ao Estado, em 2018. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) foram acionadas para dar andamento aos trâmites administrativos e jurídicos para a rescisão contratual. Segundo a assessoria de Comunicação do governo, também serão tomadas medidas para que não ocorra a descontinuidade dos serviços que até então vinham sendo prestados pela OS.****E-mail: fabiana.pulcineli@opopular.com.brTwitter: @fpulcineliFacebook: fabiana.pulcineliInstagram: @fpulcineli-Imagem (1.2529482)