Lideranças políticas da base governista em Goiás passaram os últimos cinco dias em conversas com o secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles (PSD), tentando convencê-lo a não desistir de disputar o Senado por Goiás. Ele admitiu a aliados a preocupação com as pesquisas que apontam favoritismo do ex-governador Marconi Perillo (PSDB) e ainda com a limitação de gastos imposta pela legislação eleitoral. Meirelles fez consulta a advogados sobre a possibilidade de ampliar consideravelmente as estratégias para dar visibilidade a seu nome na pré-campanha e foi alertado sobre os riscos.O pessedista avisou de última hora ontem que virá nesta quinta-feira (10) a Goiânia e pediu reuniões com os principais correligionários, o que levantou ainda mais a desconfiança de que ele pode recuar. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também já manifestou a incerteza em contatos com lideranças do Estado. Na conversa com aliados, Meirelles apontou ainda pesquisas qualitativas que indicam insatisfação de uma parcela dos goianos com o distanciamento dele do Estado. O domicílio eleitoral dele segue em São Paulo.Governistas argumentaram ao ex-ministro que Marconi mantém rejeição alta em Goiânia e Região Metropolitana, que estaria próximo do teto de intenções de voto e que deverá sofrer desgastes no período da campanha. Disseram também que Meirelles representa "novidade" e é muito respeitado em todo o País.O ex-ministro conversou com Marconi recentemente e perguntou diretamente se ele seria candidato ao Senado. O tucano afirmou que ainda não definiu, mas Meirelles viu "muito entusiasmo" dele para as eleições.O PSD pediu à direção nacional que o secretário não deixe o anúncio da decisão para o fim do mês porque há um grande impacto na formação de chapas de deputado federal e estadual. O partido já sofreu esta semana a perda do presidente da Assembleia Legislativa de Goiás, Lissauer Vieira (sem partido), que decidiu não disputar cadeira na Câmara dos Deputados.No Palácio das Esmeraldas, também há preocupação em definir um outro nome para a chapa majoritária do governador Ronaldo Caiado (UB), já que Meirelles era favorito para a vaga e reforçaria o grupo, na avaliação dos governistas.O secretário também tem falado de "apelos" de João Doria para que ele permaneça no cargo em São Paulo. Além disso, ele é cotado para um ministério em caso de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou de qualquer nome da chamada terceira via na disputa para a Presidência da República. No ano passado, ao insistir que disputaria o Senado por Goiás, Meirelles chegou a descartar retorno a cargo no governo federal.****E-mail: fabiana.pulcineli@opopular.com.brTwitter: @fpulcineliFacebook: fabiana.pulcineliInstagram: @fpulcineli