O YouTube bloqueou o canal da Câmara de Goiânia para transmissões por sete dias por conta de dois vídeos com informações falsas sobre a vacina contra a Covid-19. Se houver nova notificação, o Legislativo da capital pode perder o canal oficial definitivamente.A primeira notificação de alerta ocorreu no dia 17 de setembro do ano passado, com a transmissão de audiência pública promovida pela vereadora Gabriela Rodart (DC) sobre passaporte da vacina. Segundo o YouTube, houve "informações médicas inverídicas".A nova notificação foi enviada no último domingo (24), com denúncia sobre vídeo transmitido em 31 de agosto de 2021, da sessão plenária. Não há esclarecimento sobre quem falou informação falsa na ocasião, mas também houve discursos contrários à vacina. A plataforma informou que houve conteúdo impróprio.Bolsonarista e ex-integrante da Frente Conservadora de Goiânia, a vereadora atua na defesa das pautas do grupo na Casa. Ela se recusou a usar máscara, mesmo com lei municipal, participou de protestos contra fechamento de atividades, defendeu medicamentos sem eficácia contra a Covid e combateu a vacina. Nesta segunda-feira (25), a Câmara fez transmissão de audiências públicas por outro canal da Casa, da Escola do Legislativo. Em informe publicado no site, a direção não fala da suspensão, e apenas informa que "o canal TV Câmara de Goiânia (tvcamaragyn) passará por ajustes técnicos em período estimado em dez dias".O canal da Câmara não chegou a ser tirado do ar, mas o YouTube suspendeu acesso da Casa e links. É como se ficasse desativado por uma semana. Os vídeos alvos das notificações foram excluídos ou alterados na ordem de exibição. A Diretoria de Comunicação da Câmara disse que está adotando providências para seguir as normas que regem a plataforma, mas conciliando com as prerrogativas dos parlamentares, respeitando o livre exercício da atividade dos vereadores. A Diretoria disse que tem "grande preocupação" em manter as redes funcionando em respeito à população goianiense e à legislação, que obriga transmissão das sessões.A informação que circula nos corredores da Casa é de que a mesa diretora determinou uma análise sobre todos os vídeos para evitar nova notificação. Ao mesmo tempo, o Legislativo busca contatos com a direção do YouTube para explicar que não há condições de impedir ou tirar do ar (por iniciativa da Câmara) as falas de vereadores.Rodart e outros três vereadores foram indiciados na semana passada por racismo relacionado a falas homofóbicas em plenário.****E-mail: fabiana.pulcineli@opopular.com.brTwitter: @fpulcineliFacebook: fabiana.pulcineliInstagram: @fpulcineli