Depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou conectar, em live na quinta-feira (16), a entrada de Goiás no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) com as medidas restritivas tomadas durante a pandemia da Covid-19, o governador Ronaldo Caiado (DEM) rebateu: "Acredito que o presidente possa estar mal assessorado". O democrata dá entrevista ao POPULAR, na manhã desta sexta-feira (17), em live transmitida nas redes do jornal.Caiado disse que pediu audiência com Bolsonaro para agradecer o reconhecimento, já que agora, para ingressar no RRF, Goiás só precisa da assinatura do presidente. O governador afirmou que ainda pretende esclarecer alguns pontos que possam ter sido passados de forma equivocada para Bolsonaro. O presidente disse, na live, acompanhado do deputado federal Vitor Hugo (PSL), que vai esperar mais um pouco para assinar o ingresso de Goiás no regime que permite a renegociação de dívidas do estado com a União. Segundo ele, a espera é para "tomar conhecimento do assunto". Durante a live, ele e Vitor Hugo, que é pré-candidato ao governo de Goiás, fizeram conexão da adesão ao regime com a pandemia da Covid-19 e chegaram a falar que o estado estaria colhendo consequências da política do "fique em casa". Caiado lembrou que o governo tenta conseguir a ajuda federal desde o início de seu mandato, em 2019, quando ainda não havia pandemia."A assessoria não passou para ele (os dados corretos), não escutou nem o Tesouro Nacional nem o Paulo Guedes. Isso não tem nada a ver com pandemia, Goiás herdou essa situação catastrófica. Vou mostrar para ele que Goiás é outro, que tem mais condições de fazer a retomada em 2022", disse o governador na entrevista ao POPULAR.Caiado disse que o ingresso no RRF é um motivo para comemorar e que recebeu ligações de integrantes do governo federal para parabenizá-lo pela conquista, entre eles, o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes. "O ministro me ligou na terça-feira disse 'governador, o senhor foi o único que fez a tarefa de casa, conseguiu renegociar a dívida". Se Bolsonaro assinar a adesão de Goiás ao regime, o estado será o primeiro a conquistar a ajuda no atual governo."Eu pergunto, numa vitória como essa, que Goiás deixa de pagar dívidas para injetar em política pública, isso é motivo de crítica? Eu nunca vi nada igual. Vaiar quem tira o primeiro lugar. Eu sempre aprendi a aplaudir as pessoas que conseguem fazer algo", acrescentou.Caiado ainda defendeu que o dilema entre "defender a vida ou a economia" é falso e destacou que Goiás, ao contrário do que foi dito por Vitor Hugo na live, conseguiu apresentar crescimento econômico durante a pandemia.