Retomada a agenda no dia 11, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil) iniciou reuniões com prefeitos nesta semana, no diretório regional do União Brasil, em Goiânia. Na terça-feira (12), o pré-candidato à reeleição recebeu prefeitos da região Central e, nesta sexta-feira (15), da região Oeste do estado.Caiado suspendeu a agenda temporariamente na semana passada, depois da perda do filho, Ronaldo Ramos Caiado Filho, no dia 3 de julho. Como o POPULAR mostrou, o governador voltou a participar de eventos na segunda-feira (11), quando visitou a família de crianças assassinadas no município de Bonópolis.A agenda com os prefeitos teve foco no pedido de apoio no contexto da eleição para governador. Durante discurso, nesta sexta-feira (15), Caiado disse que precisava da ajuda dos gestores e listou feitos de sua gestão. “Hoje eu tenho a alegria de poder receber aqueles que já foram atendidos por muitos programas, às vezes meus outros amigos que ainda não enxergaram todos os programas, mas eu peço que sejam complacentes comigo”, disse em discurso aos prefeitos.O governador também falou da avaliação da gestão e das dificuldades com publicidade. “Tivemos dificuldade com a verba de comunicação. Bloquearam e fizeram de tudo para dificultar o governo para que a gente pudesse dar publicidade às obras que fazíamos, eu só tive autorização para verbas de publicidade em 2022”, relatou, ao lembrar das limitações em ano eleitoral.Na semana que vem, o governador dá continuidade à agenda com os prefeitos. Na segunda-feira (18), ele recebe gestores do Nordeste goiano e do Entorno do Distrito Federal, na quarta-feira (20), do Vale do Araguaia e do Vale do São Patrício e, na sexta-feira (22), da região Sudoeste.EstruturaChamou a atenção no encontro desta sexta a presença de funcionários do governo no evento político. O cerimonial e a comunicação do governo de Goiás trabalhavam na agenda.Às 11 horas da manhã, o chefe do Executivo já estava no local cumprimentando os prefeitos convidados para o evento. Os discursos começaram por volta das 11h30, com foco na reeleição do governador.Enquanto o governador cumprimentava os prefeitos, a equipe de comunicação do governo registrava os apertos de mão em vídeo e fotos. O cerimonial terminava de organizar o espaço onde o governador iria discursar para os chefes de Executivos municipais, que tinha um banner do União Brasil como cenário de fundo do palco. Os prefeitos e aliados se distribuíam nas mesas espalhadas pelo espaço, que fica no Setor Bueno, na capital.Questionado, o governador disse que quem o acompanha é seu secretário de governo. “Que está autorizado pela legislação de estar presente”, disse.A justificativa para a presença da assessoria de imprensa oficial do governo no evento, em horário de expediente, foi de que a equipe estava lá para fazer um vídeo com Caiado sobre a abertura do concurso para contratação de 5 mil professores e não para cobrir a agenda política.Em nota, o governo justificou que as agendas políticas têm sido marcadas para o horário do almoço ou após o expediente. No entanto, o evento desta sexta começou antes de meio-dia.“Servidores do Estado que porventura queiram participar dessas atividades são orientados a fazê-lo fora do horário de expediente ou em dias de folga. As equipes de trabalho que fazem o assessoramento direto do governador se fazem presentes para cuidar exclusivamente das demandas de governo, que são permanentes”, diz o texto enviado ao POPULAR.Para o advogado eleitoral Leonardo Batista, o problema maior não está na presença da assessoria de comunicação, mas do cerimonial, que é para eventos de governo. “Isso aí pode caracterizar conduta vedada, por ela não ser grave”, explica o especialista.Segundo Batista, conduta vedada pode gerar multa ao pré-candidato. Ele explica que a prática não é grave por ter usado apenas o cerimonial. “Se ele tivesse usado mais servidores, de forma massiva, aí poderia ser considerado também abuso de poder político”, diz. O advogado pontua que isso fere o princípio da isonomia, já que o governador tem a máquina do estado e os outros candidatos, não.Leia também:- Primo de Caiado doou R$ 1,8 mi ao União Brasil- Só seis partidos têm contas disponíveis no sistema do TSE- Bloco de partidos da base pretende reivindicar vaga de senador para Lissauer