Com praticamente a mesma quantidade de candidaturas registradas há quatro anos, as eleições de 2022 em Goiás terão candidatos com maior nível de escolaridade, mais velhos, além de maior presença de mulheres e negros disputando um cargo público. É o que mostra análise do POPULAR nos dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizados até a noite desta terça-feira (16), após o fim do período de registro de candidaturas.Foram 1.186 registros no estado, sete a menos que em 2018, considerando todos os pedidos feitos ao TSE, mesmo os de candidatos que não chegaram às urnas. Isso foi feito para tornar possível a comparação com os dados deste ano, visto que os julgamentos por parte do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) ainda não começaram.Os dados apontam para uma maior presença de mulheres e negros entre os candidatos do que em anos anteriores. As mulheres agora representam 35% de todos os candidatos — há quatro anos eram 32%.Leia também:- Policiais militares voltam ao 'top 10' das candidaturas em Goiás- Prazo para pedir voto em trânsito termina na próxima quinta-feira- Entenda o que é e como funciona a fiscalização do código-fonte das urnas eletrônicas- Mulheres formam maioria do eleitorado nas eleições de 2022- Eleições 2022: número de eleitores que declararam ter deficiência cresce 28% em GoiásJá os candidatos negros são maioria pela primeira vez. Em 2018, pardos e pretos representavam 47,5% de todas as candidaturas; agora são 51,6%. (veja quadro ao lado)O aumento, porém, é tímido e vem num cenário árido. Como já mostrou o POPULAR, as chances de negros se elegerem em Goiás é mais de três vezes menor que as de postulantes brancos, considerando os candidatos que chegaram às urnas em 2014 e 2018. Entre os 129 eleitos nesses dois pleitos, só 23 se declararam negros, enquanto 106 se disseram brancos.Considerando que houve 853 negros disputando uma vaga eletiva nas duas eleições, a taxa de sucesso desses candidatos foi de 2,7%. Já entre brancos, a taxa é de 9,9% — 1064 se declararam assim em 2014 e em 2018.Neste ano, pardos e pretos são a maioria dos nomes em 20 partidos, que vão de PP, PMB e Avante, que têm entre 51,2% e 51,8% de candidatos negros, a PV, Solidariedade, PTB e PCdoB, nos quais o porcentual passa de 65%. Já as mulheres são maioria em apenas dois: Unidade Popular e PCdoB.No primeiro, três das quatro candidaturas são ocupadas por mulheres. Já no PCdoB, quatro dos sete nomes são femininos. Todos os partidos precisam reservar o mínimo de 30% do fundo eleitoral para mulheres, que também precisam ter assegurada a mesma proporção no tempo disponível de propaganda.EscolaridadeDo total de registros, 682 são de pessoas que disseram ter curso superior completo, sendo 440 homens e 242 mulheres. A quantidade representa 57,5% de todos os candidatos, um aumento de quase 10 pontos porcentuais em relação a 2018, quando a proporção de candidatos com diploma superior era de 47,6%.Houve redução de registros de pessoas que só leem e escrevem, com ensino fundamental incompleto, assim como com ensino médio incompleto e completo e também com nível superior incompleto.Também é possível notar uma redução na proporção de candidatos jovens, isto é, entre 19 e 34 anos. Em 2018, eles eram 16,61%; agora são 12,47%. Em sentido contrário, houve aumento da concentração de candidatos entre 40 e 59 anos.MilitaresPoliciais militares voltaram a figurar entre as dez principais profissões de candidatos nas eleições deste ano em Goiás, o que não ocorria desde 2006. Ao todo, são 35 policiais, filiados a 11 partidos, em disputa neste ano. União Brasil e PTB concentram a maior parte desses nomes, tendo seis cada; PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, vem logo em seguida, com cinco.Vinte dos policiais vão tentar uma vaga na Assembleia Legislativa e outros 15 na Câmara dos Deputados. Se considerados também candidatos declarados bombeiros militares e militares reformados, o número de candidatos sobe para 46.No estado, as candidaturas entre policiais militares cresceram quase 60% em relação a 2018, quando 22 agentes da Polícia Militar se candidataram. No país, esse tipo de candidatura é 36,3% maior do que há quatro anos.-Imagem (1.2511427)