O aumento das chuvas entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022 e o crescimento de casos de Covid-19 e gripe entre os trabalhadores são os motivos para um novo adiamento da chamada entrega provisória da obra da nova sede da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Marcado para o dia 9 de janeiro deste ano, o término dessa fase da obra agora ficou previsto para o fim deste mês. Nesta sexta-feira (14), porém, a Casa começa a fazer a transferência do sistema e dos gabinetes para a nova sede. Está mantida a expectativa de iniciar o ano legislativo lá. Segundo o engenheiro Rodrigo Santos, responsável técnico da obra, hoje há cerca de 30 funcionários afastados por licença médica. Mas relata que houve dias no fim de dezembro em que 90 trabalhadores tiveram que ficar em casa por suspeita ou confirmação de Covid-19 ou de gripe. Ele estima que cerca de 350 pessoas trabalhem na construção da nova sede da Assembleia Legislativa, incluindo efetivos da construtora Jota Ele Construções Civis S/A, que realiza a obra, e prestadores de serviço. Ou seja, em um dia, mais de 25% faltaram ao canteiro.Ele explica que a empresa ainda não conseguiu fazer um levantamento de quantos casos de Covid-19 e gripe já foram identificados, mas que o fato de todos terem sido vacinados tem colaborado para a recuperação e retorno ao trabalho. “A gente tem controlado, fazendo monitoramento, tirando o pessoal e isolando as áreas que tenham tido algum pico”, conta. Segundo Rodrigo, as três últimas semanas foram as mais complicadas.“A nossa maior preocupação é saber se tem foco dentro da obra, porque a obra é muito grande, mas até hoje os casos estão em pontos isolados, o que leva a gente a crer que o pessoal está pegando fora, então quando apresenta suspeita, a gente tira na hora”, diz, ao explicar como tem sido feito o processo de isolamento dos trabalhadores. Rodrigo conta ainda que algumas frentes de trabalho chegaram a ser pausadas por conta de picos de caso. Uma delas foi a frente responsável pela construção do plenário da Assembleia, que chegou a ficar os últimos dias do ano paralisada, mas já teve a atividade retomada. Outros motivosAndré Furquim, que é diretor de Comunicação na Assembleia e integra a comissão responsável pela obra, lembra que já há menos mão de obra na construção civil em geral e que esse surto de doenças infecciosas piorou a situação. Ele cita também a intensidade das chuvas dos últimos dias como fator para o adiamento da entrega provisória.Rodrigo explica que já era esperado que as chuvas diminuíssem o ritmo da obra, mas que esse fato, somado ao surto de Covid-19 e gripe provocou o atraso. “A segunda quinzena rende pouco também por conta dos feriados, mas o que pegou mesmo foi esse pico de infecção entre a mão de obra”, destaca.Eles também garantem que esse atraso na entrega provisória não vai atrapalhar a previsão de que a primeira sessão ordinária do ano seja realizada na nova sede, prevista para o dia 15 de fevereiro. Essa prorrogação, segundo André, não traz custos a mais para a Assembleia. Vale lembrar que a entrega provisória estava prevista para outubro de 2021, mas foi adiada para janeiro porque, segundo Rodrigo, a pandemia também trouxe problemas para a aquisição de materiais, o que ainda impacta o cronograma dos trabalhos. A previsão de entrega definitiva é abril de 2022, quando se encerra o contrato com a construtora. Nesta sexta, a Casa inicia a mudança dos sistemas de telefonia, internet e televisão para a nova sede, no Park Lozandes. Os servidores também começam a transferir os gabinetes dos deputados estaduais para o prédio novo. Segundo André, a Assembleia irá aproveitar as cadeiras da antiga sede, mas os outros móveis são planejados. Ainda não se sabe, porém, o destinado do que vai ficar sem utilidade. A ideia é doar esses móveis, mas a forma como isso vai ser feita será definida depois que for finalizada a mudança. O fato é que o prédio onde o Legislativo tem sede, hoje, precisa ser entregue vazio. A obra do novo prédio da Assembleia foi idealizada em 2001 e o projeto foi apresentado em 2005. A construção sofreu paralisações nos anos de 2007, 2013 e 2015. A Jota Ele Construções Civis S/A foi contratada para terminar a obra em 2019 por valor inicial de R$ 114,28 milhões. No entanto, com a necessidade de pagar ajustes de periodicidade, que são feitos a cada ano, o custo já chegou a R$ 125,6 milhões. A garantia, que equivale a 1,59% da obra e deve ser paga somente após o término definitivo dos trabalhos, está calculada em R$ 1,99 milhão. A nova sede fica localizada próximo ao Paço Municipal e ao lado do Ministério Público Federal. O edifício tem área total construída de 44.528,71 metros quadrados.