Com a decisão da Assembleia Legislativa de Goiás de suspender as sessões ordinárias nesta quarta (3) e quinta-feira (4), por causa da reta final do prazo para as convenções partidárias, pelo menos dois projetos de lei protocolados recentemente devem aguardar a retomada dos trabalhos para começar a tramitar de forma efetiva.O primeiro projeto foi enviado pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e prevê a criação de 18 cargos de procurador de Justiça, 18 de assessor e oito de assistente. No total, são 44 vagas abertas para atender 18 novas procuradorias de Justiça.Os procuradores são servidores de carreira e os 26 assessores e assistentes são comissionados. A previsão é que a implantação dos novos cargos ocorra de forma escalonada entre janeiro de 2023 e o início de 2024.Na justificativa do projeto, o MP-GO informou que o acréscimo de despesa seria de R$ 6 milhões em 2023 e de R$ 9 milhões nos anos seguintes. No entanto, o projeto também extingue 15 cargos de promotor de Justiça substituto e oito postos de promotor de Justiça de entrância inicial, que gera, segundo o órgão, redução de R$ 9,5 milhões por ano em despesas. Com isso, o resultado financeiro é superavitário, de R$ 153 mil.Com a proposta, o MP-GO busca substituir 23 cargos de servidores de carreira por outros 18 efetivos e 26 comissionados (de livre nomeação).O órgão informou, na justificativa do projeto, que cada procurador de Justiça custa R$ 51 mil por mês. Os assessores e assistentes custam R$ 20 mil e R$ 16 mil, respectivamente. Os valores levam em consideração a contribuição previdenciária patronal.Ainda na justificativa do projeto, o procurador-geral de Justiça, Aylton Flávio Vechi, argumentou que as mudanças são necessárias para que o MP-GO possa se adequar às alterações de estrutura planejadas pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO). A Corte enviou projeto para a Assembleia em que propõe a criação de 26 novos cargos de desembargador.“Então, diante do novo cenário prestes a ser instalado, é clara a necessidade de adaptação da legislação em vigor relativa ao Ministério Público, a fim de que sejam mitigados os impactos advindos da medida a ser implementada pelo Poder Judiciário, representando providência garantidora de sua presença no segundo grau de jurisdição e da continuidade dos serviços realizados pela instituição”, escreveu Vechi.A segunda matéria protocolada é da governadoria e propõe flexibilizar regras de benefícios fiscais em caso de atraso no pagamento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) ou da contribuição do Fundo de Proteção Social do Estado de Goiás (Protege).No projeto, o governo argumenta que nestes casos a legislação do ProGoiás proíbe o uso do benefício no mês da apuração, “mas permite a autorregularização, desde que efetuada antes do início da ação fiscal, ou seja, privilegia a espontaneidade para o contribuinte, possibilitando a utilização integral ou parcial do benefício, conforme o pagamento realizado”. O objetivo do projeto é uniformizar os critérios para outros benefícios fiscais do estado.Líder do governo, Bruno Peixoto (União Brasil) disse que o adiamento das sessões desta semana não atrapalha o governo porque a matéria em tramitação não é urgente. De acordo com o deputado, o Executivo ainda avaliará se serão necessárias adequações na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).Eleição A decisão de suspender o trabalho no plenário nesta semana foi anunciada pelo presidente Lissauer Vieira (PSD) na terça-feira (2), durante sessão que durou 17 minutos e não teve discussão de projetos. Esta foi a primeira sessão desde que a Assembleia entrou em recesso, no dia 6 de julho.“Entendendo o motivo de correria de todos e toda a situação de definições eleitorais até o prazo final das convenções partidárias, nós vamos transferir a pauta da ordem do dia, transferir o retorno das sessões para a próxima terça-feira (9)”, disse o presidente. A maioria dos parlamentares deve disputar a reeleição ou cadeira na Câmara dos Deputados.O prazo final para que as siglas realizem suas convenções termina nesta sexta-feira (5). A reportagem apurou que existe expectativa de que o calendário das sessões também seja modificado durante a campanha eleitoral, que começa em 16 de agosto. A exemplo do que já ocorreu em outros anos, as sessões ordinárias devem ocorrer apenas nas terças à tarde e nas quartas pela manhã. Ou seja, o trabalho em plenário nas quintas-feiras será suspenso.Leia agora:- Vereadores articulam para Policarpo ser vice na chapa de Mendanha- Marconi articula para atrair PSD e quer mulher para vice- Lissauer sobre desistência de candidatura ao Senado: "Momento é de união e não de divisão"- Por apoio, Caiado ameaçou retirar candidaturas a deputado do PSD