A executiva estadual do Pros goiano registrou, na terça-feira (2), a ata da convenção do partido, em que consta o apoio à reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB). Dhone Rodrigues, ex-presidente estadual da sigla, afirma que, com isso, a decisão é irreversível. Advogado de Eurípedes Júnior, que retomou o comando nacional do partido, afirma, porém, que o documento não tem validade e ainda pode ser anulado.Além disso, nesta quarta-feira (3), o advogado Ramon Cândido foi escolhido por Eurípedes Júnior para presidir o Pros goiano. Presidente do PSDB Jovem no início dos anos 2000, o advogado diz à coluna Giro que decidiu retomar a militância partidária após ter recebido o convite.O imbróglio nas alianças estaduais do Pros dura desde domingo (31), quando o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela devolução do comando nacional do partido a Eurípedes Júnior e destituição de Marcus Vinícius Holanda da presidência.Com Holanda na presidência nacional, em Goiás, o partido era comandado por Dhone Rodrigues.Sob o comando de Rodrigues, o Pros definiu, no dia 28 de junho, que o partido iria apoiar a reeleição de Caiado. Na época, a sigla recuou do lançamento da candidatura majoritária do empresário André Antônio para coligar com o governador.Na terça-feira (2), mesmo com a decisão do STJ publicada, que pode fazer com que todas as decisões tomadas durante o período em que Júnior esteve afastado sejam revistas, o Pros goiano realizou convenção partidária e registrou a ata com o apoio a Caiado.De acordo com a ata, durante a convenção, Rodrigues apresentou a proposta de coligação para as eleições majoritárias, composta pelos partidos da base do governador. Além do apoio a Caiado, também ficou definido que a sigla ficaria neutra na disputa ao Senado.O ex-presidente disse ao POPULAR que, com o registro da ata, as decisões tomadas na convenção não poderiam mais ser revistas. Em nota, acrescentou que tem expectativa por uma nova decisão judicial que o faça retomar a direção local e devolva o comando nacional a Holanda.“Chega de pessoas que só querem usufruir de verba partidária. O nosso presidente Marcus Holanda é um homem sério e competente e sabe conduzir esse partido como nunca ninguém fez”, disse em nota divulgada à imprensa.O advogado Bruno Pena, que esteve à frente da ação acatada pelo STJ, em defesa de Júnior, disse que a ata não tem validade. Segundo ele, por isso, as decisões tomadas ainda podem ser revistas. “Eles registraram uma ata de uma convenção que foi realizada quando não tinha órgão partidário vigente”, explica.Segundo Pena, uma nova convenção será realizada nesta sexta-feira (5). O evento ainda não tem horário nem local definidos. O advogado explica que o diretório nacional, sob o comando de Júnior, estava analisando quem iria colocar na liderança em Goiás para conduzir a convenção. Nesta quarta, a definição foi por Ramon Cândido.O POPULAR apurou que a tendência, por ora, é de que o partido não mantenha o apoio a Caiado. Mas isso ainda precisa ser discutido.Consultado pela reportagem, o especialista em Direito Eleitoral Dyogo Crosara explica que a situação significa que houve um dissídio partidário e, portanto, a ata pode, sim, ser anulada.“Embora a ata tenha sido enviada para o TRE-GO (Tribunal Regional Eleitoral de Goiás), não foi enviado o que a gente chama de Drap (Demonstrativo De Regularidade De Atos Partidários). Então, muito possivelmente, quando esse Drap for enviado para registro de candidatura, lá pelo dia 15, essa pessoa que fez a convenção não terá mais legitimidade para assinar o Drap. Ou seja, ela não poderia mais assinar o documento que forma a coligação”, explica Crosara.PresidenteOutra decisão que desmoronou com a decisão do STJ foi o lançamento da candidatura do goiano Pablo Marçal a presidente, em convenção realizada no domingo (31). Nesta quarta-feira (3), o PT anunciou acordo com o Pros para apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e retirar o nome de Marçal da disputa.O acerto do PT teria sido feito com Júnior. Marçal reagiu e, em nota, disse que o presidente da sigla “não tem esse poder de mudar o resultado de uma convenção realizada no prazo legal”.Na nota, também afirma que, “para que se consolide o suposto apoio, seriam necessários 10 dias para convocação de uma nova convenção, conforme estatuto do partido, algo inviável até o dia 5 de agosto.”“A candidatura de Pablo Marçal que, até então, era motivo de piada para determinados setores da política, com a efetivação da indicação na convenção, tornou-se em pesadelo, sendo essa movimentação a prova viva disso”, conclui o texto enviado à imprensa.Leia também:- Ramon Cândido é o novo presidente do PROS em Goiás- Pros desiste de chapa majoritária em Goiás e define apoio a Caiado- Vereadores articulam para Policarpo ser vice na chapa de Mendanha