A ida do governador Ronaldo Caiado (UB) ao diretório estadual do PSD, nesta segunda-feira (8), para oficializar o convite para que o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), Lissauer Vieira (PSD), seja seu coordenador-geral de campanha funcionou como um gesto ao partido, que decidiu, na semana passada, se coligar com a chapa governista.Tanto Caiado quanto Lissauer afirmam que a escolha do pessedista para a coordenação não foi uma condição do PSD para ficar na base. Lideranças do partido também confirmam que não houve acordo nesse sentido. No entanto, a cúpula goiana da sigla apreciou a visita do governador ao diretório como um ato simbólico à aliança consolidada para a eleição de 2022.“Foi feito um convite a mim, pessoalmente, pelo governador, muito pelo que nós construímos. Eu o ajudei muito através da minha liderança como presidente da Assembleia na construção do estado. O governador tem uma confiança, temos uma amizade pessoal que sobrepõe qualquer negociação partidária”, disse Lissauer.O presidente da Alego afirma que o PSD sempre encaminhou no sentido de fazer aliança com o governador. Todavia, é sabido que o partido foi cortejado por outras candidaturas, como o PT, que lançou o ex-reitor da PUC Goiás Wolmir Amado para governador, e pelo ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que chegou a lançar candidatura ao governo, depois caminhou para ir a deputado federal e, por fim, confirmou-se na disputa pelo Senado.Lissauer, no entanto, reforça que a sua escolha para ser coordenador de campanha “não tem nada a ver com a construção do partido, hoje, de fazer parte da base aliada e estar na aliança com o governador”.Caiado disse que a escolha por Lissauer teve respaldo unânime de seus aliados. Ele também citou, tanto no discurso quanto em entrevista coletiva, a interlocução que teve com o deputado, enquanto presidente da Alego, durante seu mandato, o que facilitou a aprovação de projetos importantes para o governo, mas polêmicos, como aqueles que envolviam a adesão do estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF).“Lissauer é um homem que não precisa de nenhuma compensação na vida. Foi deputado estadual, presidente por quatro anos, independente do ponto de vista financeiro, um cidadão que tem competência ética e moral para assumir um mandato e, sem dúvida nenhuma, pensar cada vez mais no nosso estado de Goiás, tanto é que ele está emprestando o prestígio dele para ser coordenador da minha campanha. Quem está precisando dele sou eu, não é ele que está precisando de mim”, disse Caiado.O governador também destacou o fato de ter ido à sede do partido fazer o convite. Caiado fez o mesmo, no ano passado, quando foi ao diretório estadual do MDB convidar a sigla para compor sua chapa majoritária, o que desencadeou na indicação de Daniel Vilela (MDB) para ser candidato a vice-governador na sua coligação.“Eu que estou vindo aqui, à sede do PSD, como têm sido meus gestos, para poder mostrar que não é chamar lá no palácio. Não. Eu estou aqui na sede do PSD, em respeito, da mesma maneira como estive na sede do MDB. Essa é a maneira de fazer política”, acrescentou o governador, que reforçou que, hoje, é ele quem precisa de Lissauer.DisputaNa semana passada, Lissauer desistiu de ser candidato a senador, depois de tentativas frustradas de ser o único postulante ao cargo na chapa governista. Com isso, o PSD lançou o presidente estadual do partido, Vilmar Rocha, para a disputa pela única vaga de Goiás no Senado. Além dele, Caiado tem na sua coligação Delegado Waldir Soares (UB) e Alexandre Baldy (Progressistas) na corrida pelo cargo de senador, em candidaturas isoladas.Caiado voltou a dizer que respeitou as decisões partidárias, ao manter as três candidaturas da base. “Você não pode fazer democracia seletiva, tem que respeitar a independência partidária e os partidos assim decidiram e assim será cumprido, assim será respeitado”, afirmou. Nos bastidores, o que se escuta é que a tendência é de que, até o início oficial da campanha, reste apenas um nome da base na disputa pelo Senado.Vilmar disse que ainda não conversou com os outros candidatos da base e que não há, por ora, um acordo entre eles em relação a como será a campanha. “Daqui até o dia 16 tem muita coisa para acontecer. Vamos ver com o desdobramento da campanha como isso vai ser feito, não há nada pré-determinado”, afirmou.O presidente do PSD goiano ainda acrescentou: “Eu reafirmo o gesto do presidente do União Brasil (em Goiás) e governador do estado (Ronaldo Caiado) e do Daniel Vilela, presidente do MDB, de virem aqui.”Leia também:- Baldy declara patrimônio de R$ 3 milhões- Deputados da base tendem a pulverizar apoio ao Senado- Escolha de suplentes é deixada para a reta final