O presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), afirma que eventual corte no duodécimo da Casa poderia gerar dificuldade para arcar com a folha de pagamento do legislativo. A possibilidade foi citada pelo secretário de Finanças de Goiânia, Alessandro Melo, em entrevista ao POPULAR ontem, quando falou sobre as decisões da prefeitura para economizar dinheiro diante da crise provocada pelo coronavírus. O auxiliar do prefeito Iris Rezende (MDB) disse que conversou rapidamente com Policarpo sobre o assunto e a discussão deveria avançar nas próximas semanas. “O repasse é feito de acordo com a receita do ano anterior. Em 2019 tivemos uma das maiores receitas da história de Goiânia, mas nunca passamos por frustração tão grande como esta. Meu parâmetro para pagar o duodécimo não existe mais”. Em 2020, a prefeitura precisa pagar mensalmente cerca de R$ 11 milhões para a Câmara. Por outro lado, Romário afirma que a conversa sobre o duodécimo nunca aconteceu. “O decreto de calamidade em Goiânia isenta o prefeito de algumas coisas, mas não de todas elas. Se a prefeitura gastou o dinheiro do ano passado, foi irresponsabilidade deles. Não vejo a possibilidade de esse corte acontecer. Eu teria prejuízo na hora de pagar funcionários.” O presidente diz que recebeu a declaração do secretário com estranheza porque a Câmara está auxiliando a prefeitura com a doação de quase R$ 10 milhões para comprar insumos para o combate ao coronavírus. “A fala dele (Alessandro) é, no mínimo, atrapalhada. (...) Eu nem sento para conversar sobre isso.” A reportagem procurou Alessandro, que não quis comentar o assunto, por se tratar, segundo ele, de tema político. Líder do prefeito na Casa, Welington Peixoto (MDB), disse que tentará consenso entre as duas partes. “Tenho certeza que será feito o possível. O Policarpo quer o bem da administração do município, mas não pode sacrificar sua gestão.”