O déficit da Previdência do Estado de Goiás aumentou em 14,4% no primeiro quadrimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2020, segundo a secretária estadual da Economia, Cristiane Schmidt. Em prestação de contas na Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa na tarde de quarta-feira (30), a titular da pasta afirmou que, se não houvesse a reforma da Previdência, aprovada em 2019, o custo para o Tesouro estadual seria elevado em R$ 136 milhões nos quatro meses.De acordo com os dados, o Estado desembolsou R$ 1,3 bilhão com a Previdência do funcionalismo mais R$ 415 milhões com o sistema dos militares, totalizando R$ 1,74 bilhão de custo para o Tesouro. Em 2020, o valor total no quadrimestre foi de R$ 1,52 bilhão.A secretária afirmou que, no cenário pró-reforma, o valor seria de R$ 1,74 bilhão em 2020 e R$ 1,87 bilhão em 2021. Ao longo do ano passado, o déficit previdenciário foi de R$ 3,57 bilhões. Em abril, em apresentação também na Alego sobre o resultado orçamentário de 2020, Cristiane afirmou que haverá necessidade de nova discussão de reforma nos próximos anos.“A reforma, ao final, não foi tão positiva para o Estado porque houve mudanças em nível nacional e tivemos de adequar (a previdência de militares)”, disse ontem a secretária. Especificamente do sistema dos militares, o aumento do custo ao Tesouro foi de 17,6%.A dívida consolidada do Estado subiu 7%, de acordo com os dados oficiais. A elevação ocorre por conta do serviço da dívida que deixou de ser pago desde 2019 por liminares do Supremo Tribunal Federal (STF).Embora os dados apontem R$24,45 bilhões, a secretária da Economia afirmou que houve equívoco nos cálculos do Tesouro Nacional e que o valor será reduzido em R$726 milhões. Em 2020, a dívida era de R$ 22,17 bilhões. Apesar do crescimento, Cristiane destacou que a relação entre a dívida e a receita mantém a trajetória de queda, com 84%.Apesar do déficit na Previdência, o Estado apresenta superávit - resultado primário de R$ 1,44 bilhão - nas contas do primeiro quadrimestre. A secretaria afirma que a elevação da receita ocorre principalmente pela inflação e pelo programa de refinanciamento de dívidas.TetoA Alego aprovou ontem, na última sessão ordinária do semestre e por 28 votos a 10, a proposta de emenda à Constituição (PEC) do teto de gastos até 2031, que estabelece limite de despesas conforme variação da inflação anualmente. A mudança é uma das exigências para a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), cujo pedido oficial ainda não tem data para ser protocolado, apesar da previsão inicial do Estado de que ocorreria em 12 de junho. Na Comissão de Finanças, o deputado estadual Antonio Gomide (PT) cobrou da secretária a apresentação do Plano de Recuperação Fiscal (PRF). Cristiane afirmou que não está finalizado e se comprometeu a apresentá-lo aos deputados.