Para a deputada goiana Magda Moffato, que atuou na comissão de turismo em defesa do Projeto de Lei 442/91, que propõe a legalização de jogos de azar no Brasil, os cassinos vão gerar emprego e renda no país, movimentando grande parte da economia. “São jogos de sorte”, define a deputada, que está otimista quanto à aprovação. “Quando chegou perto de ser votado (em dezembro), a maioria não teria restrição, seria favorável”, observa. Também em dezembro, quando foi aprovada a urgência na votação do PL, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL-AL), demonstrou apoiar o substitutivo apresentado pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE) e destacou a importância de discutir a legalização. Segundo ele, “todos nós sabemos” que há jogo no Brasil. “Mas tem que existir na clandestinidade, para continuar sem gerar empregos formais no Brasil, sem pagar mais ou menos R$ 20 a R$ 25 bilhões de impostos para o povo brasileiro?”, questionou. Na ocasião, o deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator do projeto, explicou que a ideia é criar um sistema nacional de jogos de aposta. “Estamos pegando exemplos de segurança, confiabilidade e de jogo responsável no mundo para blindar tentativa de uso do jogo para lavagem de dinheiro e pelo crime organizado”, disse. Afirmou ainda que será criado registro de jogadores para ajudar a identificar apostadores compulsivos. Nenhum jogador poderá participar de jogo ou aposta sem se cadastrar.“O jogo está acontecendo, sobretudo no ambiente virtual. O Brasil não arrecada nada, não está gerando emprego e é urgente que o Parlamento e o poder público criem ferramentas para gerar oportunidades e emprego para o povo”, criticou Carreras.Antes apoiada pelo ministro Paulo Guedes (Economia) e também alvo de comentários favoráveis do presidente Jair Bolsonaro (PL), que já falou em transformar Angra dos Reis (RJ) na “Cancún brasileira”, a liberação dos jogos de azar tende a ser barrada agora pelo governo. Na busca pela reeleição, Bolsonaro indicou neste mês que deve ceder às pressões da bancada evangélica e de grupos conservadores no país, e vetar o projeto, caso seja aprovado pelo Congresso. A pauta conservadora de costumes deve ser mote de sua campanha.Aliado do presidente, o deputado federal Vitor Hugo (PSL-GO), da bancada evangélica, disse ao POPULAR ser contra a proposta. “Ainda não amadurecemos formas de contornar os malefícios da liberação dos jogos, associados a atos ilícitos de diversas formas (lavagem de dinheiro, tráfico de drogas,…). Não é o melhor momento para se discutir o assunto, em função de termos outros muitos problemas mais prioritários a serem enfrentados (efeitos econômicos da pandemia, por exemplo).”