Apesar de o Auxílio Brasil ter chegado a 418 mil famílias em julho, informações do próprio governo federal, da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e da Central Única das Favelas (Cufa) em Goiás demonstram que a busca por ajuda financeira é crescente.Até maio, 1,1 milhão de famílias de Goiás estavam inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Entre estas, 745 mil estavam com o registro atualizado, condição fundamental para ter acesso a programas sociais. Este é o dado mais atualizado disponível no portal de Consulta, Seleção e Extração de Informações (Cecad) do CadÚnico.Reportagem publicada pelo POPULAR em maio deste ano mostrou dados de fevereiro, em que 1,023 milhão de famílias goianas estavam inscritas no CadÚnico. Ou seja, entre fevereiro e maio, cerca de 80 mil famílias fizeram o cadastro.O registro no sistema é a porta de entrada para benefícios sociais pagos em âmbito federal, estadual e municipal, mas não é garantia de recebimento. É preciso se inscrever em um programa específico e ser contemplado.No caso do Auxílio Brasil, a fila para recebimento das parcelas tem sido acompanhada pela CNM. O levantamento mais recente da entidade foi publicado em junho com dados referentes a abril. De acordo com a nota técnica, 2,7 milhões de famílias brasileiras com perfil para receber o recurso ainda não tinham sido contempladas. Em Goiás, a fila em abril era de 93 mil famílias.Leia também:- Caminhoneiros receberão R$ 2 mil de auxílio no dia 9 de agosto - 49 mil em Goiás podem ter auxílio caminhoneiroAcesso Diretora operacional e logística da Cufa em Goiás, Raissa Jéssica Pereira da Silva diz que as doações caíram em cerca de 80% nos últimos meses e, neste cenário, qualquer aumento na renda da população mais pobre é bem-vinda. Raissa afirma que, em geral, o recurso do Auxílio Brasil é usado para despesas como aluguel e alimentação.Em agosto, o dinheiro deve ser destinado também para compra de material escolar, roupas e calçados, por causa da volta às aulas. “É um benefício que faz toda a diferença, mas nem todas as famílias conseguem ter acesso”, afirma a diretora.De acordo com Raissa, há casos de famílias que tiveram o benefício cortado e não foram informadas sobre o motivo. Há situações também, diz a diretora, de pessoas que não sabem o que é o CadÚnico e não conseguem ter acesso ao benefício por dificuldade em conseguir conexão com a internet ou por morarem longe de um Centro de Referência de Assistência Social (Cras), administrado por prefeituras. Raissa também critica a falta de estabilidade no valor do auxílio. “Isso é péssimo para a população. O valor dos alimentos só aumenta”, afirma.Para ter acesso ao Auxílio Brasil, o responsável pela família deve fazer o registro no CadÚnico e passar por entrevista presencial em um Cras. Raissa afirma que a Cufa trabalha para auxiliar as famílias, mas ressalta que existem pessoas que não têm condições financeiras nem mesmo para arcar com o deslocamento até um centro de atendimento. Além disso, 72% das mulheres atendidas pela Cufa são mães solteiras com três a quatro filhos.