Durante a sessão desta terça-feira (3), na Assembleia Legislativa de Goiás, deputados questionaram a permanência das sessões híbridas, regime em que os parlamentares podem participar presencialmente ou remotamente das votações. O deputado Henrique Arantes (MDB) anunciou que vai apresentar requerimento para suspender o modelo de sessões, que começou a funcionar na Casa por conta da pandemia da Covid-19.A discussão começou quando o deputado Álvaro Guimarães (UB) questionou o fato de o deputado Talles Barreto (UB), que presidiu a sessão, estar utilizando painel eletrônico para votar todas as matérias. O parlamentar respondeu que essa seria a melhor opção, já que só havia cerca de sete deputados na Casa, os demais participavam da sessão remotamente. Guimarães, que inclusive participou da sessão via chamada de vídeo, argumentou que fazer a votação nominal acabaria demandando mais tempo.O deputado Hélio de Souza (PSDB) rebateu que a votação simbólica não seria apropriada quando a maioria dos parlamentares estão participando a distância. “Porque às vezes o deputado marcou presença, mas não está no momento da votação.”Arantes, então, levantou a discussão de que os colegas que participavam de forma remota estavam, com isso, nas suas bases eleitorais.O líder do governo, Bruno Peixoto (UB), participava a distância, mas ainda assim concordou com os deputados que reclamavam da pouca quantidade de parlamentares na Casa. O deputado Amauri Ribeiro (Patriota), que estava na Assembleia, também defendeu o fim do sistema híbrido, devido ao fim de outras medidas sanitárias, como o uso obrigatório de máscaras. Arantes anunciou que estava elaborando um requerimento ao presidente Lissauer Vieira (PSD) para que as sessões híbridas fossem encerradas. “Nós todos aqui não estamos mais usando máscaras, todos temos três doses de vacina, muitos já pegaram Covid-19, e quem não está confiante tem a opção de usar a máscara. Precisamos fazer a sessão presencial. É difícil a gente estar aqui e os outros tomando nossas bases.”Em meio à discussão, uma matéria de Ribeiro acabou não sendo votada por falta de quórum.A assessoria da Alego informou que na primeira sessão deste ano, no dia 3 de março, os deputados aprovaram a permanência das sessões híbridas. Para mudar, é preciso que um novo projeto seja votado.TJ-GODurante a sessão, os deputados também comentaram o projeto do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO), que cria 26 cargos de desembargador. Arantes mencionou matéria do POPULAR sobre o tema e sugeriu audiência pública para tratar do assunto. Humberto Teófilo (Patriota) questionou ainda as matérias enviadas pelo tribunal que extinguem cargos efetivos e criam comissionados. “Virou moda”, alfinetou. Barreto defendeu o presidente do TJ-GO e Arantes reforçou a necessidade de ouvir o tribunal e a Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) antes de votar a matéria.