Dez deputados federais por Goiás assinaram o requerimento para instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostos atos de abuso de autoridade por parte de ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF). Com o apelido de CPI “dos abusos do Judiciário”, ela foi apresentada pelo deputado Marcel van Hattem (Novo-RS).De Goiás, constam no requerimento as assinaturas de Célio Silveira (MDB), Delegado Waldir Soares (UB), Francisco Jr. (PSD), José Mário Schreiner (MDB), José Nelto (PP), João Campos (Republicanos), Magda Mofatto (PL), Major Vitor Hugo (PL), Professor Alcides Ribeiro (PL) e Zacharias Calil (UB).O objetivo da CPI, segundo o requerimento, é de “investigar a violação de direitos e garantias fundamentais, a prática de condutas arbitrárias sem a observância do devido processo legal, inclusive a adoção de censura e atos de abuso de autoridade, por membros do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal.”A proposta de CPI apresentada na quinta-feira (24) recebeu 181 assinaturas, 10 a mais que o mínimo exigido. Nesta sexta-feira (25), o deputado federal Mauro Lopes (PP-MG) pediu a retirada de sua assinatura e o goiano Célio Silveira disse ao POPULAR que não assinou a proposta, que precisaria checar o que houve para que seu nome constasse na lista e retornaria. No entanto, não o fez até o fechamento desta edição.FavoráveisOs outros deputados federais que atenderam à reportagem defenderam a proposta. Delegado Waldir disse que atendeu ao pedido de Hattem e não recebeu nenhuma orientação contrária de seu partido, o União Brasil. “Temos que apurar, limitar e punir ou não notícias de excessos praticados por ministros do STF, observando a constitucional separação de poderes e impedir qualquer ativismo judicial, colocando ponto final nessa discussão, positiva ou negativamente”, respondeu.Leia também:- Partidos descumprem repasses para candidatos negros em Goiás- Ana Carla Abrão lembra que taxa do agro foi cogitada quando foi secretária da Fazenda de Goiás- Vanderlan subscreve ofício contra as urnasDo mesmo partido, Zacharias Calil disse que assinou porque discorda de “várias ações” do ministro Alexandre de Moraes, membro do STF e presidente do TSE. Para ele, o bloqueio das contas dos empresários suspeitos de financiar os bloqueios é “um verdadeiro absurdo” porque os alvos não teriam sido notificados previamente.José Nelto disse que assinou o requerimento porque quer que sejam apuradas as decisões monocráticas dos ministros e que a “separação dos poderes” seja respeitada. “Acho que o TSE tem que se colocar no lugar dele, mas não tenho nada contra a urna eletrônica”, disse.João Campos afirmou que o objetivo de seu apoio à CPI é de que haja investigação dos alegados abusos. “Se a investigação confirmar que houve o abuso, então é preciso que seja estabelecido o respectivo processo pelo órgão competente”, argumentou o republicano.Magda Mofatto alegou que Moraes teria “extrapolado os limites do abuso”. Ela reclama, por exemplo, do fato do ministro ter respondido rapidamente ao questionamento do PL que levantou falsas suspeitas sobre o funcionamento das urnas no segundo turno.Professor Alcides diz que assinou porque quer ver essa discussão chegar ao fim. “Devemos apurar logo se houve ou não (abuso) e colocar fim a essa discussão. O Brasil precisa caminhar”, afirma.Vitor Hugo se limitou a responder que assinou. José Mário Schreiner não quis se pronunciar. Já com Francisco Júnior a reportagem não conseguiu contato até o fechamento da edição.