O PT decidiu neste sábado (19) oficializar a pré-candidatura do senador Fabiano Contarato ao governo do Espírito Santo e deve confrontar o governador do estado Renato Casagrande (PSB), que disputará a reeleição.E neste domingo (20), um dia depois de aprovar a criação de uma federação com o PSDB, o Cidadania teve sua primeira e mais importante baixa para as eleições de 2022: o governador da Paraíba, João Azevêdo, confirmou que irá deixar o partido para se filiar ao PSB.As anunciadas pré-candidatura de Contarato e mudança de sigla de Azevêdo ocorrem em meio ao acirramento dos embates entre PT e PSB em torno da criação de uma federação partidária que também envolveria PV e PC do B.A federação daria suporte à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto em um desenho que teria o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido) como candidato a vice-presidente pelo PSB.“Fico imensamente feliz e animado com a decisão do Partido dos Trabalhadores do Espírito Santo em lançar oficialmente meu nome como pré-candidato a governador, conforme o diretório ampliado acaba de anunciar”, afirmou Contarato neste sábado em uma rede social.Delegado da Polícia Civil e sem mandatos eletivos anteriores, Contarato foi eleito senador em 2018 pela Rede Sustentabilidade surfando na onda antipolítica que renovou parte do Congresso Nacional.Desde então, passou a ser um crítico da Operação Lava Jato, se aproximou de partidos de esquerda e se filiou ao PT em dezembro de 2021. Destacou-se nacionalmente por sua atuação incisiva na CPI da Covid.O Espírito Santo é um dos estados nos quais há resistências à formação da federação. Candidato à reeleição, o governador Renato Casagrande (PSB) recebeu no início do mês o pré-candidato à Presidência Sergio Moro (Podemos).Em entrevista à Folha, Casagrande rebateu petistas que o criticaram pelo gesto e disse que estes agem com arrogância e como “guardiães da pureza ideológica”.“Eu tenho 34 anos de PSB. O que me assusta é o autoritarismo de algumas pessoas que reagem de forma arrogante e prepotente devido a uma conversa. É preciso ter humildade, saber que o diálogo faz parte, é base da democracia”, afirmou Casagrande.Na federação partidária, mecanismo aprovado este ano pelo Congresso Nacional e referendado pelo Supremo Tribunal Federal, as legendas devem ter atuação conjunta e serem aliadas em nível federal, dos estados e municípios por um período de pelo menos quatro anos.As negociações entre PT e PSB se arrastam há semanas e esfriaram nos últimos dias após o acirramento do imbróglio em torno da definição do candidato do grupo ao governo São Paulo, pleiteada pelo ex-governador Márcio França (PSB) e pelo ex-prefeito Fernando Haddad (PT).Neste domingo (20), a possibilidade da parceria sofreu um novo golpe com o anúncio da filiação do governador da Paraíba, João Azevêdo, ao PSB. Ele é adversário do ex-governador Ricardo Coutinho, hoje no PT, desde que ambos romperam em 2019.A filiação de João Azevêdo ao PSB vai acontecer na próxima quinta-feira (24), em João Pessoa. Pesou na decisão o fato de o PSDB ter o governador de São Paulo, João Doria, como pré-candidato ao Planalto. Azevêdo tem indicado que vai apoiar o ex-presidente Lula em outubro.Os tucanos também são oposição ao governo Azevêdo na Paraíba e têm como pré-candidato ao governo o deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB), filho do ex-governador Cássio Cunha Lima.